ORIGEM DOS HOSPITAIS PÚBLICOS
A
palavra hospital é de raiz latina e deriva de “Hospitalis”. Proveniente de
hospes (hóspedes) – nessas casas que, futuramente, seriam os hospitais era
comum receber peregrinos, pobres e enfermos.
As
hospedarias antigas eram lugares que alugavam quartos para que mulheres dessem a
luz, feridos de guerra fossem tratados, ou pessoas com posses, pudessem tratar alguma enfermidade de modo isolado.
Os
primeiros “hospitais” que temos informação foram construídos em 431 a.C, no
Ceilão (atual Sri Lanka), pelo rei Pandukabhaya que ordenou a construção de
casas “para internação”.
Por
volta de 100 a.C, na Europa, a introdução coube aos romanos, que ergueram
locais chamados de valetudinária, a fim de cuidar dos soldados feridos em
batalha. No entanto, foi apenas a partir do século IV, com o crescimento do
cristianismo, que os hospitais se expandiram de forma mais evidente.
Comandados
por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio e base
para viajantes, peregrinos e doentes pobres. Esses lugares possuíam um
infirmitorium (enfermaria, lugar de enfermos), onde os pacientes eram tratados; uma farmácia e um jardim com plantas medicinais.
Esses modelos serviram como inspiração para os hospitais modernos.
Na Idade Média,
as ordens religiosas continuaram sendo os líderes nas criações de hospitais.
O Cristianismo tornou esse cuidado mais humano, surgindo a ideia de ajuda aos necessitados e doentes.
O decreto de Milão, de 313 d.C., instituído pelo
imperador Constantino, e o Concílio de Nicéia, de 325 d.C., que estabelecia o
atendimento compulsório aos carentes e enfermos, promoveram a motivação final
para o desenvolvimento dos hospitais.
Desde os primórdios da humanidade, podemos perceber o poder do ensino e da educação, bem como seu grande papel social, mas ela não se dava da forma como conhecemos hoje, e diferente era o seu objetivo.
Nas comunidades primitivas as crianças e
jovens aprendiam técnicas grupais de sobrevivência e práticas coletivas como
caça, pesca, plantio e alguma cultura particular. Não existia uma instituição
determinada para a educação: ela se dava em “casa” e no convívio com seu grupo
ou tribo, e assim era repassada de pai para filho, confirmada através de
gerações.
Após
milhares de anos e gradativa evolução social, chegamos à Grécia Antiga, onde a
educação sofre uma verdadeira dedicação e se revoluciona. Muito da educação
ocidental é devida a Paidéia Grega, um complexo educacional de Ginastica,
Gramática, Retórica, Música, Matemática, História, Filosofia, entre outras
matérias, para formação de cidadãos capazes de exercer ativo papel na
sociedade. Nesse contexto, a educação era para alunos seletos, excluindo-se
mulheres, escravos e estrangeiros. Inclusive, a etimologia da palavra “escola”
é de origem grega “scholé”, que significa “discussão”, “conferência” e também
“tempo livre”, o que quer dizer, em outros termos, que no tempo livre pode-se
desenvolver uma conversa útil, digna de aprendizado.
Chegando
à Idade Média, temos os mosteiros como responsáveis pelo ensino, ainda assim
muito seletos, com alunos da elite e estudos extremamente ligados à religião.
O mosteiro foi o primeiro espaço de organização e
preservação dos saberes na Idade Média. Eles salientam que a concepção que
temos de um local especialmente destinado à sistematização do ensino e do
conhecimento nasceu da ideia cristã de evangelização presente no mosteiro e nas
escolas cristãs dessa época. ((OLIVEIRA, 2008, p.208)
Mas
foi a partir da Reforma Protestante em 1517 que Martinho Lutero, sendo um dos
responsáveis, formulou o sistema de ensino público que serviu de modelo para
a escola moderna no Ocidente.
Movido
pela indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o
monge produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a
escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de
hoje.
CEMITÉRIO PÚBLICO
A
palavra cemitério vem do grego que significa, lugar de dormir.
Primitivamente,
cemitério era o lugar onde se dormia. Foi somente nos primeiros séculos da
nossa era que a palavra assumiu o sentido de necrópole, de campo-santo, campo
de descanso eterno, etc.
A
Bíblia, em várias passagens, denomina o cemitério como sendo onde dormem
os mortos até serem acordados pelas trombetas do Juízo Final, quando se
levantarão incorruptos. Em outros momentos, a morte se encontra como sinônimo
de sono, como é o caso em que Jesus, ao falar sobre a morte de Lázaro, diz:
“Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo” (Jo 11, 11).
Os
mortos, eram sempre sepultados em campo aberto em locais comprados pela família
onde se juntavam para esperar a ressurreição em família.
Porém,
nem todos podiam ter um enterro digno. Criminosos e pessoas consideradas
perversas, eram queimadas como sinal de purificação.
O
cemitério, enquanto agrupamento de túmulos ou sepulturas, é provável que tenha
surgido quando os homens passaram a se fixar em determinadas regiões, e,
também, com o aparecimento da propriedade privada.
Com o
aumento das cidades e de seus habitantes, acarretou o acúmulo de túmulos ao
redor de igrejas, conhecidos como cemitérios cristãos, onde a família poderia
enterrar seu parente no quintal da igreja que frequentava.
Segundo
Tertuliano, seu aparecimento ocorreu fim do século II. Pela lei, tinham de
ficar fora da cidade; subterrâneos ou em área descoberta, mas então, cercados
por muros ou colunas. Devido a perseguição aos cristãos, passaram a
constituir-se em local apropriado de reuniões e orações, e assim permaneceu até
a idade média, quando houve uma ruptura do estado com a igreja e o estado
passou a tomar conta dessa parte e cobrar pelo sepultamento. Este ato muito contribuiu para sua plataforma politico-partidaria como repertório de ação num palanque.
Uma
breve pesquisa sobre a origem das Escolas, hospitais e cemitérios públicos.
Meire
Raposo – Historiadora, Teóloga e Professora.
16/12/21