segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

ORIGEM DOS HOSPITAIS, CEMITÉRIOS E ESCOLAS PÚBLICAS.

 ORIGEM DOS HOSPITAIS PÚBLICOS

A palavra hospital é de raiz latina e deriva de “Hospitalis”. Proveniente de hospes (hóspedes) – nessas casas que, futuramente, seriam os hospitais era comum receber peregrinos, pobres e enfermos.

As hospedarias antigas eram lugares que alugavam quartos para que mulheres dessem a luz, feridos de guerra fossem tratados, ou pessoas com posses, pudessem tratar alguma enfermidade de modo isolado.

Os primeiros “hospitais” que temos informação foram construídos em 431 a.C, no Ceilão (atual Sri Lanka), pelo rei Pandukabhaya que ordenou a construção de casas “para internação”.

Por volta de 100 a.C, na Europa, a introdução coube aos romanos, que ergueram locais chamados de valetudinária, a fim de cuidar dos soldados feridos em batalha. No entanto, foi apenas a partir do século IV, com o crescimento do cristianismo, que os hospitais se expandiram de forma mais evidente.

Comandados por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio e base para viajantes, peregrinos e doentes pobres. Esses lugares possuíam um infirmitorium (enfermaria, lugar de enfermos), onde os pacientes eram tratados; uma farmácia e um jardim com plantas medicinais.

Esses modelos serviram como inspiração para os hospitais modernos. 

Na Idade Média, as ordens religiosas continuaram sendo os líderes nas criações de hospitais.

O Cristianismo tornou esse cuidado mais humano, surgindo a ideia de ajuda aos necessitados e doentes. 

O decreto de Milão, de 313 d.C., instituído pelo imperador Constantino, e o Concílio de Nicéia, de 325 d.C., que estabelecia o atendimento compulsório aos carentes e enfermos, promoveram a motivação final para o desenvolvimento dos hospitais.

 ORIGEM DAS ESCOLAS PÚBLICAS

Desde os primórdios da humanidade, podemos perceber o poder do ensino e da educação, bem como seu grande papel social, mas ela não se dava da forma como conhecemos hoje, e diferente era o seu objetivo. 

Nas comunidades primitivas as crianças e jovens aprendiam técnicas grupais de sobrevivência e práticas coletivas como caça, pesca, plantio e alguma cultura particular. Não existia uma instituição determinada para a educação: ela se dava em “casa” e no convívio com seu grupo ou tribo, e assim era repassada de pai para filho, confirmada através de gerações.

Após milhares de anos e gradativa evolução social, chegamos à Grécia Antiga, onde a educação sofre uma verdadeira dedicação e se revoluciona. Muito da educação ocidental é devida a Paidéia Grega, um complexo educacional de Ginastica, Gramática, Retórica, Música, Matemática, História, Filosofia, entre outras matérias, para formação de cidadãos capazes de exercer ativo papel na sociedade. Nesse contexto, a educação era para alunos seletos, excluindo-se mulheres, escravos e estrangeiros. Inclusive, a etimologia da palavra “escola” é de origem grega “scholé”, que significa “discussão”, “conferência” e também “tempo livre”, o que quer dizer, em outros termos, que no tempo livre pode-se desenvolver uma conversa útil, digna de aprendizado.

Chegando à Idade Média, temos os mosteiros como responsáveis pelo ensino, ainda assim muito seletos, com alunos da elite e estudos extremamente ligados à religião.

 

O mosteiro foi o primeiro espaço de organização e preservação dos saberes na Idade Média. Eles salientam que a concepção que temos de um local especialmente destinado à sistematização do ensino e do conhecimento nasceu da ideia cristã de evangelização presente no mosteiro e nas escolas cristãs dessa época. ((OLIVEIRA, 2008, p.208)

 

Mas foi a partir da Reforma Protestante em 1517 que Martinho Lutero, sendo um dos responsáveis, formulou o sistema de ensino público que serviu de modelo para a escola moderna no Ocidente.

Movido pela indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o monge produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de hoje. 

CEMITÉRIO PÚBLICO

A palavra cemitério vem do grego que significa, lugar de dormir.

Primitivamente, cemitério era o lugar onde se dormia. Foi somente nos primeiros séculos da nossa era que a palavra assumiu o sentido de necrópole, de campo-santo, campo de descanso eterno, etc.

A Bíblia, em várias passagens, denomina o cemitério como sendo onde dormem os mortos até serem acordados pelas trombetas do Juízo Final, quando se levantarão incorruptos. Em outros momentos, a morte se encontra como sinônimo de sono, como é o caso em que Jesus, ao falar sobre a morte de Lázaro, diz: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo” (Jo 11, 11).

Os mortos, eram sempre sepultados em campo aberto em locais comprados pela família onde se juntavam para esperar a ressurreição em família.

Porém, nem todos podiam ter um enterro digno. Criminosos e pessoas consideradas perversas, eram queimadas como sinal de purificação.

O cemitério, enquanto agrupamento de túmulos ou sepulturas, é provável que tenha surgido quando os homens passaram a se fixar em determinadas regiões, e, também, com o aparecimento da propriedade privada.

Com o aumento das cidades e de seus habitantes, acarretou o acúmulo de túmulos ao redor de igrejas, conhecidos como cemitérios cristãos, onde a família poderia enterrar seu parente no quintal da igreja que frequentava.

Segundo Tertuliano, seu aparecimento ocorreu fim do século II. Pela lei, tinham de ficar fora da cidade; subterrâneos ou em área descoberta, mas então, cercados por muros ou colunas. Devido a perseguição aos cristãos, passaram a constituir-se em local apropriado de reuniões e orações, e assim permaneceu até a idade média, quando houve uma ruptura do estado com a igreja e o estado passou a tomar conta dessa parte e cobrar pelo sepultamento. Este ato muito contribuiu para sua plataforma politico-partidaria como repertório de ação num palanque. 

 

 

Uma breve pesquisa sobre a origem das Escolas, hospitais e cemitérios públicos.

Meire Raposo – Historiadora, Teóloga e Professora.

16/12/21

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