sexta-feira, 3 de janeiro de 2020


Segundo a Bíblia, todos os humanos descendem de Noé, através de seus três filhos, Sem, Cam e Jafé. Gênesis, capítulo 10, alista 70 descendentes de Noé, dizendo: “Deste é que as nações se espalharam pela terra.” (Gênesis 10:32) Um dos muitos modos de serem classificadas essas nações é com referência à cor da pele. Na pele de todos os humanos normais há um pigmento marrom escuro chamado melanina.
Noé e seus três filhos tinham todos certa medida desse pigmento escuro. De Sem procedem os babilônios, os assírios, os judeus e os árabes, que variam na cor da pele de clara para morena clara. Os descendentes de Jafé, que incluem as raças indo-européias, variam de pele clara para morena escura. Quanto a Cã (que significa trigueiro ou queimado do sol), alguns de seus descendentes, mas não todos, tinham pele escura. Os egípcios, de pele morena clara, descenderam de Mizraim, filho de Cã. Canaã, filho de Cã, que foi amaldiçoado por Deus por causa de má conduta, era antepassado dos cananeus de pele clara.
A constituição genética do primeiro homem, Adão, era tal que se podia desenvolver uma extensiva variedade entre a sua descendência — em coisas tais como cor da pele, cor e textura dos cabelos, tamanho do corpo e características faciais. Esta variedade foi aumentada pelas diferenças lingüísticas e geográficas.
Sobre o isolamento geográfico a Encyclopedia Americana explica: “Quando terras habitadas por duas ou mais populações são separadas por mares, cordilheiras, desertos, ou outros obstáculos para viagem, os membros dessas populações ficam forçosamente confinados a seus respectivos territórios. . . . as raças ficarão separadas por lacunas de freqüência genética que correspondem às fronteiras geográficas. . . . esta condição é como a que existe na África, onde o deserto do Saara forma uma fronteira entre as raças européias (brancas) e as africanas (negras). O Saara é bem esparsamente habitado, e é difícil de ser atravessado pelo homem; constitui um agente isolador há muito existente.”
Assim, as barreiras genéticas, lingüísticas e geográficas ajudam a explicar por que há em todas as parte da terra grupos raciais que se distinguem.
Talvez as declarações científicas de maior peso, sobre raça, tenham sido feitas por um grupo de peritos reunidos pela UNESCO (Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura). As reuniões foram realizadas em 1950, 1951, 1964 e 1967, quando um painel internacional de antropólogos, zoólogos, médicos, anatomistas e outros produziram conjuntamente quatro declarações sobre raça. A declaração final sublinhava os seguintes três pontos:

A “Todos os homens que vivem hoje pertencem à mesma espécie e descendem do mesmo tronco.” Este ponto é confirmado por uma autoridade ainda mais destacada. A Bíblia diz: “[Deus] fez de um só homem [Adão] toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra.” — Atos 17:26.

Prossegue a declaração da UNESCO:

B “A divisão da espécie humana em ‘raças’ é, em parte, convencional, e, em parte, arbitrária, e não subentende qualquer hierarquia, seja lá qual for. . . .

C “O atual conhecimento biológico não nos permite imputar consecuções culturais a diferenças no potencial genético. As diferenças de consecuções dos diferentes povos devem ser exclusivamente atribuídas à sua História cultural. Os povos do mundo, atualmente, parecem possuir iguais potencialidades biológicas para alcançar qualquer nível de civilização.”
“Uma raça é simplesmente uma das aglomerações de genes parcialmente isoladas em que se dividiu a espécie humana durante e depois de sua primitiva dispersão geográfica. De modo geral, desenvolveu-se uma raça em cada uma das cinco grandes regiões continentais da terra. Assim, no início da história humana, quando um grupo de pessoas ficou isolado de outros e o casamento era contraído dentro desse grupo, acentuaram-se na sua descendência certas combinações distintas de traços genéticos.

Qual foi esse pecado terrível, que causou uma maldição?

O que houve foi a quebra de privacidade por Cam, que deveria permanecer do lado de fora da tenda de Noé. É provável que Canaã, o filho de Cam, talvez tenha sido o primeiro a ver a nudez de Noé e contado a Cam ou fez algo que desrespeitou o seu avô, porque Noé, ao despertar, o amaldiçoou (Dt 5:16). Cam nada fez para preservar a dignidade de seu pai. Ele não cuidou para que Noé fosse devidamente coberto. Em vez disso foi para fora descrever a seus irmãos o desatino cometido pelo pai. Cam se mostrou maldizente expondo Noé ao ridículo, colocando em risco sua honra e sua autoridade familiar. Mesmo que estivesse errado, Noé deveria ser respeitado. Como conseqüência de seu ato os descendentes de Cam foram amaldiçoados.
A narrativa de Gênesis 9:18-29 mostra que o pecado continua no mundo. O dito de Noé foi abusivamente interpretado na história como maldição da raça negra. Mas é impossível ver qualquer implicação desta passagem para a subjugação dos povos negros da terra. Cam não foi amaldiçoado nesta passagem, mas Canaã. Canaã não foi o pai dos povos negros, mas dos cananeus que viveram na Palestina e que ameaçavam os Israelitas. Os cananeus desapareceram há muito tempo, a maldição, portanto, não se pode aplicar a qualquer pessoa hoje.

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