Então
recebi a seguinte orientação: “É necessário que profetizes novamente a respeito
de muitos outros povos, nações, línguas e reis”. (Ap 10:11 – KJA)
1 - Introdução
Geralmente
pressupomos que a bíblia tenha sido escrita numa sucessão de fatos cronológicos
e numa sequência exata revelando desde a criação do mundo até o fim do mesmo.
Mas a verdade, é que ela não está cronologicamente disposta e nem tão pouco foi
elaborada sequencialmente, de modo que seus livros estão completamente fora da
ordem dos acontecimentos.
O livro de
Apocalipse é ainda mais complexo por conter uma linguagem figurativa,
e por isso,
precisa ser estudado minuciosamente como um quebra-cabeça, juntando as peças
parecidas para só então visualizarmos o quadro formado.
Por causa
disto tudo, uma das leis da Hermenêutica (a ciência da interpretação) Bíblica é
a:
“Lei da Recapitulação”: Passagens sucessivas às vezes podem e têm
que ser reconhecidas como sendo recapitulações, repetições de um mesmo fato sob
diferentes ênfases e diferentes pontos de vista (Por Ex: Deuteronômio é a
repetição dos 4 primeiros livros mosaicos, os 4 evangelhos se repetem; Os
livros de Reis e Crônicas; Gn 1:1 e os outros relatos da criação em Gn 1:2-31 e
2:4-25 se completam; os 7 selos + 7 trombetas + 7 taças de Apocalipse são
complementares).
Se
compararmos muito atentamente as descrições dos 7 selos, das 7 trombetas e das
7 taças, no livro de Apocalipse, perceberemos que não são 21 eventos
diferentes, um após o outro, mas, sim, paralelos, repetições, visões
recapitulando os mesmos fatos sob diferentes abordagens para enfatizá-los.
2 – Recapitulando Mateus 24
Para
mostrar esta análise contextual de forma clara, pegamos dois textos paralelos.
Um escrito por Mateus em 29 d.C. sobre o sermão profético de Jesus e o outro,
escrito por João na ilha de Patmos em 96 d.C.
Pontos de
Mateus 24
Vs.1-2 – Jesus diz aos seus discípulos,
que estão admirados com as obras do Templo, que ele seria destruído juntamente
com a cidade de Jerusalém. O que ocorreu em 70 d.C durante a Revolta Judaica
contra o domínio romano.
Vs. 3-6 – Jesus começa a seqüenciar os
futuros acontecimentos dizendo que antes do fim, muitas coisas ocorreriam.
Vs. 7-8 – Este período mostra claramente o
que ocorreria após a destruição de Jerusalém.
Vs. 9-14 – Aqui Jesus fala sobre o que
aconteceria com cada um deles e o propósito destes acontecimentos. Foi
exatamente neste período que João teve a revelação e escreveu o livro de
Apocalipse.
Vs. 15-28 – Neste texto, Jesus deixa alguns
conselhos a respeito de como o cristão deveria proceder durante a grande tribulação.
Vs. 29-35 – Jesus usa uma parábola. A figueira
na bíblia é a representação de Israel, e neste texto, fala sobre sua
restauração física. Nós sabemos que Israel voltou a ser estado em 1948, e de lá
para cá, passaram-se 70 anos. Quando Jesus diz: “Aprendam a parábola da figueira: quando já os seus ramos
se renovam e as folhas brotam, vocês sabem que o verão está próximo. Assim, também vocês, quando virem todas estas coisas, saibam
que está próximo, às portas. Em verdade lhes digo que não passará esta
geração sem que tudo isto aconteça”.
Qual geração
Jesus está mencionando? A geração que visse Israel florescer. Esta geração
assistiria também o inicio da Grande Tribulação.
3 – Comparações
Historiadores
e estudiosos da bíblia afirmam que o livro do Apocalipse demorou 33 anos para
ser escrito (67 d.C a 100 d.C).
Durante este
tempo, era como se João fosse tendo visões da parte de Deus de forma que cada
etapa ampliava a visão do mesmo assunto – Fim dos tempos.
Um
escritor antigo chamado Carlos Mesters, descreveu o Apocalipse, fazendo este
singelo paralelo:
O Apocalipse é como a casa do pobre:
·
Primeira parte: Constrói uma cozinha e
quarto.
·
Segunda parte: Nasce um filho, e para
ampliar, constrói mais um quarto para o filho.
·
Terceira parte: Para finalizar,
constrói área de convivência na Casa – como a varanda e área de lazer.
Com isso, ele
quis dizer que o livro de Apocalipse está dividido em 3 partes (Ap 1-4; 5-14 e 15-22) e que cada uma delas, fala a
respeito do mesmo assunto, ampliando seu alcance e percepção a fim de mostrar,
em cada parte, a revelação de forma mais detalhada.
Em toda
bíblia é possível encontrar versículos parecidos, quando na verdade, são os
mesmos versículos falados por pessoas diferentes em situações diversas.
Isso só nos
confirma que a bíblia é um livro que se completa e que traz a memória cada
mandamento e exortação para que ninguém se perca.
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