"Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória,
a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por Tua vontade elas
existem e foram criadas". (Ap
4:11 – NVI)
Introdução
Depois de
Jesus ter apresentado a João as mensagens para todos os períodos de Sua igreja
aqui na Terra, Jesus o convida para contemplar o trono de Deus no Céu.
Neste
capítulo, João teve o privilégio de ver a habitação do Rei dos reis e visualizou
toda a Sua Glória no trono eterno, sendo adorado pelos quatro Seres Viventes e
pelos vinte e quatro anciãos.
Ap 4:1 - " Depois desses acontecimentos,
observei uma porta no céu, e a primeira voz que eu ouvira, voz como de
trombeta, falando comigo, chamou-me: “Sobe até aqui, e Eu te revelarei os
eventos que devem ocorrer depois destes”
João viu
uma porta no Céu, que representava a permissão de Deus em conhecer os Seus
planos futuros. Daqui para frente, Ele
mostraria o que aconteceria após as mensagens proféticas aos tempos
representados pelas igrejas.
Em Dn 12:4
diz: “E
você, Daniel, não conte nada disso a ninguém. Feche o livro com
um selo para que fique fechado até o momento final”.
Aqui observamos que as
mesmas revelações já haviam sido dadas a Daniel no passado, mas só agora Deus
dava permissão para que um homem entendesse aquela profecia e a descrevesse, ou
revelasse seu significado profético.
Ap 4:2-3 - " Imediatamente, me vi absolutamente tomado pelo
Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado
alguém. Aquele, pois, que estava assentado tinha a fisionomia semelhante
às pedras lapidadas de diamante e sardônio. Ao redor do trono, reluzia um
arco-íris parecendo uma esmeralda”.
João,
através de uma visão, contemplou o trono de Deus no Céu e diz ter visto alguém
sentado no trono.
Sabemos
que no estado pecaminoso em que o homem se encontra é impossível ver a Deus.
Porém, o apóstolo tenta descrever o que viu, usando o diamante e o sardônio,
que representam um brilho cristalino para retratar a santidade de Deus.
O
arco-íris, de igual forma, representa à promessa que Deus fez a humanidade
através de Noé, demonstrando Sua graça e infinita misericórdia. Foi um sinal de
concerto entre Ele e Seu povo, ao afirmar que jamais haveria um novo dilúvio
sobre a Terra.
O
arco-íris no Céu evidencia a graça de Deus ainda atuante.
Ap 4:4 - " Também ao redor do trono havia
vinte e quatro outros tronos; vi assentados sobre eles vinte e quatro anciãos,
vestidos de branco e com coroas de ouro sobre a cabeça”.
Quem são
esses vinte quatro anciãos?
·
VESTIDOS BRANCOS – Ap 3:4-5 diz: “Há
alguns em Sardes, no entanto, que não mancharam suas roupas com o mal. Eles
andarão comigo vestidos de branco, pois são dignos. 5O
vitorioso será vestido de branco. Jamais apagarei seu nome do Livro da Vida e
confirmarei, diante de meu Pai e de seus anjos, que ele me pertence”. (NVT). As vestes brancas são características do povo fiel a Deus, aqueles que
perseveraram até o fim.
·
COROA – No grego, existem duas palavras para coroa. A primeira é “diadema”, que
seria a coroa usada por reis e rainhas. Mas aqui nesse texto, foi usada a
segunda palavra “stephanos” que retrata uma coroa de folhas usada pelos gregos
como símbolo de vitória, simbolizando então que aqueles vinte e quatro anciãos
foram vitoriosos.
Até aqui nós podemos perceber que essas
pessoas não são seres celestiais, mas seres humanos que venceram e foram
instituídos por Deus reis e sacerdotes, como podemos ler em Ap 5:8-10 que Ele
fará aos fiéis e santos: “Quando
ele fez isso, os quatro seres vivos e os vinte e quatro líderes caíram de
joelhos diante dele. Cada um tinha nas mãos uma harpa e algumas taças
de ouro cheias de incenso, que são as orações do povo de Deus. Eles
cantavam esta nova canção: “Tu és digno de pegar o livro e de quebrar os selos.
Pois foste morto na cruz e, por meio da tua morte, compraste para Deus pessoas
de todas as tribos, línguas, nações e raças. Tu fizeste com que essas pessoas fossem
um reino de sacerdotes que servem ao nosso Deus; e elas governarão o mundo
inteiro”.
·
TRONOS – Símbolo de autoridade, liderança. Os anciãos no Antigo Testamento, eram
líderes de tribo e clãs que julgavam as causas do povo, tomando decisões que
variavam de assuntos particulares a pendências judiciais.
Então quem
seriam essas pessoas que estão no céu, sentados em vinte quatro tronos ao lado
de Deus?
Alguns estudiosos crêem que os 24 anciãos vistos no Céu são pessoas
santas e justas que viveram em diferentes épocas na Terra, e que também
poderiam ser aqueles que ressuscitaram no dia da morte de Cristo e subiram para
o céu após a Sua ressurreição. (Mt 27:50-53; Ef
4:8). Mas que esse número
poderia ser simbólico, já que em Ap 21:10-14 diz: “Então o Espírito de Deus me dominou, e o anjo me levou para uma
montanha grande e muito alta. Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que
descia do céu e vinha de Deus, brilhando com a glória de Deus. A cidade
brilhava como uma pedra preciosa, como uma pedra de jaspe, clara como
cristal. Ela era cercada por uma muralha
muito alta e grande, com doze portões, guardados por doze anjos. Nos portões
estavam escritos os nomes das doze tribos do povo de Israel. Havia três
portões de cada lado: três ao norte, três ao sul, três a leste e três a oeste.
A muralha da cidade estava construída sobre doze rochas, nas quais
estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.
Representando o povo de
Deus em todo período bíblico, antes e depois de Cristo, através das tribos de
Israel e dos doze apóstolos.
Ap 4:5 - " Do trono emanavam relâmpagos,
vozes e trovões. Perante Ele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os
sete espíritos de Deus”.
João
contemplou basicamente a mesma cena de quando Deus entregou a Moisés as tábuas
com os Dez Mandamentos, no monte Sinai. Relâmpagos e Trovões são símbolos da
autoridade de Deus e do julgamento divino. Retratam todo o Seu poder e glória.
Sete é o número da perfeição. O texto diz que as
sete lâmpadas de fogo são os sete espíritos de Deus
(Isaías
11:1-3). A obra completa do
Espírito Santo é representada em suas múltiplas operações investigando todas as
coisas, atuando em todos os lugares.
Ap 4:6-7 " E diante do trono, ainda, havia
algo semelhante a um mar de vidro, translúcido como o cristal. No centro,
circundando o trono, havia quatro seres viventes cobertos de olhos, tanto na
frente como nas costas. O primeiro
aparentava um leão, o segundo era semelhante a um touro, o terceiro tinha um
semblante como o de homem, o quarto parecia uma águia em pleno vôo”.
Isaías 6:1-2, mostra os Seres Viventes como Serafins. Uma classe
especial de anjos, os que permanecem mais próximos a Deus e com a função de
adorá-Lo.
Porque essas quatro faces?
1 - Os quatro animais representam na bíblia aspectos de Jesus destacados
pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João, nos Evangelhos.
·
Leão - 28 vezes no livro de
Apocalipse Jesus é chamado de Leão por Mateus, referindo-se ao Leão da tribo de
Judá. Aquele que é Rei dos reis.
·
Touro - Marcos mostra toda
humildade de Jesus através da figura do novilho, que é um animal de serviço.
Jesus veio a Terra para servir. O touro representa esse aspecto do ministério
de Jesus.
·
Homem - Lucas mostra o lado
humano de Jesus e o chama de “Filho do homem”.
·
Águia - A idéia é apresentar Jesus como
quem tem visão privilegiada, já que esta ave consegue enxergar uma presa a 3 km
de distância; e alguém capaz de chegar aos altos céus, assim como a águia o faz,
sendo talvez a ave que voa mais alto – 10.000 mt de altitude. O primeiro
capítulo de João apresenta Jesus como Deus - o lado Divino. Ele está muito
acima de tudo o que podemos ver ou compreender.
2 – Em Ezequiel 1:1-14 e 10:20-22,
nós encontraremos a mesma visão que João teve sendo dada a Ezequiel, e ele a
interpreta como anjos querubins (anjos guardiões),
e em Isaías 6:1-2
são interpretados como Serafins. Então nós podemos concluir que essas visões
estão em conexão nos mostrando que são seres angelicais a serviço de Deus em
diferentes áreas, que prestam adoração a Ele e que por estar mais próximos, são
testemunhas de todos os Seus atos. Uma vez que Cristo esteja sentado no trono e
o reflexo Dele seja percebido nos Serafins por João.
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