sexta-feira, 12 de abril de 2019

Ainda há Esperança!


(João 4:1-10, 16-18 – NVT)
1 - Contexto Histórico:
Samaria e Israel pertenciam há um mesmo reino nos tempos de Davi e Salomão. Esse reino era composto pelas doze tribos de Israel. No ano 945 a.C. o reino foi dividido em dois: ao sul ficou o reino de Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamin, com sua capital em Jerusalém, e ao norte o reino de Israel, composto pelas outras dez tribos restantes e com sua capital em Samaria.  
Em 722 a.C. o rei da Assíria conquistou o reino de Israel. Com o objetivo de destruir o patriotismo do povo, ele levou estrangeiros para morar em Samaria. Os samaritanos se casaram com as estrangeiras, da mesma forma que os estrangeiros casaram-se com as samaritanas. Por causa dessa mistura, os judeus não reconheciam os samaritanos como israelitas “puros”, e os tratavam com desprezo.
Após o exílio do povo judeu na Babilônia, Esdras junto com Zorobabel decide reconstruir o templo de Salomão e eis que aparecem alguns samaritanos tentando ajudar, mas eles foram impedidos pelos judeus e esse fato só aumentou a inimizade entre os dois povos.

O historiador judeu Flávio Josefo disse que, por volta do ano 19 d.C., um grupo de samaritanos entrou no templo de Jerusalém e espalhou ossos humanos sobre o altar, profanando o santuário e acirrando contra si o ódio judaico. Este ato causou revolta e indignação por parte de todos os judeus das sinagogas de Israel, que passaram a encerrar suas orações diárias lançando uma maldição sobre os samaritanos. 

2 - Parte Literal do Texto

Todo texto bíblico possui a parte literal, parte espiritual e a parte aplicável – que é o ensinamento que tiramos do texto para a nossa vida.
A Palestina, nos tempos do Senhor Jesus, estava dividida em três províncias: Galiléia, ao norte, Judéia, ao sul, e Samaria, entre as duas. Uma viagem, da Judéia à Galiléia, poderia durar três dias (se o viajante passasse pela Samaria) ou seis dias se, evitando a passagem pela Samaria, cruzasse o rio Jordão, seguindo pela margem oriental, cruzando novamente o rio ao norte da Samaria, chegando, assim à Galiléia. Devido à inimizade entre os judeus e os samaritanos, muitos judeus usavam a rota mais longa para evitar a passagem pela Samaria.
A mulher samaritana frequentemente é mostrada como uma pecadora de má fama. Mas esta imagem deve ser examinada. Sabemos de outras passagens do Antigo Testamento, e do relato de Rute, que quando um homem casado morria sem filhos, era dever de seu parente mais próximo casar-se com a viúva, tal prática se chamava a “Lei do Levirato ou do Cunhado” (Gn 38:8; Dt 25:5-10 e em Lc 20:28-33).Seria provável que esta mulher tivesse sido forçada a aceitar seus esposos sucessivamente, ao morrer um em seguida ao outro. O homem com quem ela vivia na ocasião podia ter sido um parente próximo aproveitando dela, negando-se a legalizar o vínculo matrimonial.  Mais que isso, ela poderia estar na situação de ser vítima de pecado em vez de pecadora, num papel de concubina ou escrava.
De que forma vejo isso, nas palavras de Jesus: “pois teve cinco maridos e não é casada com o homem com quem vive agora” (v.18).

3 - Parte Espiritual  do Texto

Reparem que a mulher do texto não tem nome. Ela representava todo o povo de Samaria.
Cinco povos estrangeiros vieram habitar Samaria, conforme II Rs 17:24 “O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades”.
Esses eram os cinco maridos da mulher samaritana.

Esses povos trouxeram consigo seus costumes, religião e deuses:

·         Babilônia – cultuavam uma deusa chamada Sucote-Benote.
·         Cuta – cultuavam o deus Nergal.
·         Ava – cultuavam deuses Nibaz eTartaque
·         Hamate – cultuavam a deusa Asima.
·         Sefarvaim – cultuavam os deuses Adrameleque e Anameleque

O sexto marido era a situação atual em que se encontrava Samaria, subjulgada pelos romanos os quais não impunham nenhum deus.

Nas duas partes vemos Jesus se mostrando como água viva. Como fonte de refrigério. Como salvação para a mulher no individual como para o povo samaritano representado por ela.

4 - Parte Aplicável do Texto:

No v.6 diz que “por volta do meio-dia chega a samaritana para pegar água”. Muitas se apegam ao horário de sol escaldante para a interpretação de que ela era uma prostituta e que escolhera este horário a fim de não encontrar com ninguém.
Mas vamos analisar a vida desta mulher.

·         Alguém que se casa 5 vezes e provavelmente por obrigação, não deveria ser alguém feliz. E se esta mulher estivesse sofrendo algum tipo de abuso físico, ou se ela estivesse com depressão? Não seria este o melhor horário para vagar sozinha em um lugar e ter a certeza de que ninguém a importunaria?!
·         Já imaginou passar pelo luto 5 vezes e a cada casamento não ficar nenhum filho, mas a cobrança, a frustração, a solidão?!


Lições do Texto:

O que eu aprendo neste texto e o que venho pensando há alguns dias é como Jesus é dócil, surpreendente, como Ele se importa com detalhes de nossas vidas.
Ele não precisava ter passado por ali, podia ter escolhido outro caminho, mas fez questão de passar e de sentar exatamente naquele poço.
Quem sabe disse para os discípulos que estava com fome (v.31 e 33) a fim de que eles o deixassem sozinho facilitando a aproximação com aquela mulher que já se sentia humilhada por ser samaritana.
Ele não só a ouviu, mas se apresentou a ela como Salvador, como Redentor, como Esperança e ela não pensou duas vezes. Creu e não só isso, fez discípulos no mesmo instante.
(v.39-42) Nos revela que um povoado foi salvo através do testemunho daquela mulher e que Jesus permaneceu naquele lugar por mais 2 dias ainda.

·         Qual é a sua frustração?
·         O que tem deprimido você?
·         O que tem tirado o seu sono?
·         Jesus é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente.
·         Ele se importa com você.
·         Com cada detalhe da sua vida.
·         E Ele que trazer refrigério a sua alma hoje.

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