quarta-feira, 24 de abril de 2019

Aula 07: Desvendando o Apocalipse - "O Cordeiro de Deus"


Introdução


No capítulo 5 de apocalipse, vamos encontrar um livro selado com sete selos que não pode ser lido até que todos os selos tenham sido abertos. Ele contém, aparentemente, os juízos e a redenção que serão vistos nos capítulos seguintes. Pode ser também o livro que foi selado em Daniel 12.4, e parece ser uma alusão ao livro que o Senhor entregou a Ezequiel (Ez 2.9,10).
Mas em toda a criação, nenhuma criatura foi achada digna de abrir o livro que estava nas mãos de Deus e de desatar os seus selos, até que chegasse Jesus, Aquele que venceu a fim de romper os selos e revelar a finalidade de todas as coisas.
Em toda bíblia nós veremos dois momentos muitos especiais: O primeiro está no livro de Jó, quando ele fala de uma comemoração que ocorreu no Céu por ocasião da criação do mundo, miríades de anjos entoaram louvor em um hino para a criação: “Quando as estrelas da alva juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38:7). Agora, em Apocalipse 5, temos outro concerto, ainda mais bonito. É o hino da redenção.


Apocalipse 5


V.1 - “Então, observei na mão direita daquele que está assentado no trono um livro em forma de rolo, escrito de ambos os lados e selado com sete selos”.
João fala sobre um livro que estava na mão de Deus. O livro não tinha a forma como hoje conhecemos. Na verdade, eram rolos em papiro ou pergaminho. O livro continha uma nova seqüência profética em sete partes, como no caso das sete igrejas. Cada parte estava fechada com um selo.


Sinete ou Anel do Selo


Na época dos reis havia um adorno que se revestia de importância muito especial quando nele era gravado um sinete (símbolo ou marca) que identificava o seu portador.
Os reis usavam dito anel (mais tarde seria conhecido por anel do selo) para imprimir a sua marca sobre o lacre (cera ou argila) que era empregado para fechar qualquer documento real, visando a torná-lo inviolável.
Ora, um documento lacrado que contivesse o sinete real era tido como autêntico e ganhava, com isso, credibilidade plena - não podia ser alterado, no todo ou em parte! Era, de fato, a vontade imutável do soberano!




Vs. 2-4 - Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe romper os selos?” No entanto, não havia ninguém, nem no céu, nem na terra nem debaixo da terra, que pudesse abrir o livro, ou ao menos olhar para ele. E eu chorava muito, porque não se encontrou ninguém que fosse digno de abrir o livro e de olhar para ele”.
O anjo não pergunta “quem é capaz” de abrir o livro, mas “quem é digno”. Se não aparecer alguém digno todas as promessas dos profetas, todas as esperanças do povo de Deus, todas as mensagens dos apóstolos terão sido em vão. João desconhece o conteúdo do livro. Ele fica tão preocupado que chora.

Vs. 5-7 – “Então, um dos anciãos consolou-me, afirmando: “Não chores, pois o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos”.

Nisso, aconteceu que reparei, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro que parecia estar morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. Ele veio e pegou o livro da mão direita de quem estava assentado no trono”. 
Jesus é apresentado a João por dois símbolos muitos conhecidos pelo judeu. O“Leão da Tribo de Judá” era o símbolo do Messias de Israel, aquele que viria da descendência do rei Davi, da tribo de Judá. E esse símbolo mostrava a autoridade que esta pessoa tinha para julgar.
Da mesma forma, o cordeiro era um símbolo de remidor, resgatador, aquele que pagava a dívida do outro com a sua própria vida. E João viu um “Cordeiro” como havendo sido morto, representando aquele que pagou a dívida mas que ressucitou. Esses símbolos representam a união do poder onipotente e do sacrifício do amor. O Cordeiro não foi abatido pela morte, mas triunfou sobre ela.
Em seguida, os sétuplos chifres e olhos representam uma unidade em sua plenitude. Os sete chifres simbolizam plenitude de poder – ONIPOTÊNCIA. Os sete olhos simbolizam plenitude de conhecimento – ONISCIÊNCIA. Por isso, os sete chifres e os sete olhos são os sete espíritos de Deus – ONIPRESENÇA.

Vs. 8-10 – “E assim que o recebeu, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Cada um deles tinha uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos; e eles cantavam um cântico novo: “Tu és digno de tomar o livro e de abrir seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus; e assim reinarão sobre a terra”.
Jesus é digno, não porque viveu uma vida santa, mas “porque [foi] morto”. Ele foi feito pecado por nós. Houve uma substituição. Ele recebeu em Seu corpo a punição, para que pudéssemos ser conduzidos a Deus.
A redenção tem suas raízes no passado, mas sua plena realização está no futuro. O preço da nossa redenção foi pago quando o Jesus morreu na cruz. Mas a nossa redenção só se completará quando Jesus vier pela segunda vez.
Este mundo deve ser recuperado e entregue outra vez ao povo de Deus: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra”. Essa herança está no futuro. “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21:28).
Quando Adão pecou, ele cedeu todos os direitos sobre este mundo, e a herança não somente saiu de suas mãos, mas das mãos de toda a sua posteridade. Satanás se declara senhor do mundo. Porém, por todo esse tempo, os verdadeiros donos têm estado à espera do Remidor a fim de que Ele tome o livro selado e reassuma a herança perdida.
Antes, porém, que o inimigo e sua semente possam ser despejados, e os verdadeiros herdeiros reinstalados em sua propriedade, têm que haver uma completa verificação de todos os argumentos e alegações. Isso exige a abertura dos livros no Céu. Esses livros devem ser examinados antes que a sentença seja proferida, antes que o nosso Senhor volte em glória e poder, pois Ele trará consigo o Seu galardão “para dar a cada um, segundo a sua obra” (Ap 22:12).

Julgamento

Em todo julgamento há três fases:

· a investigação;
· a sentença;
· a execução da sentença.

No grande tribunal do Céu, são evidentes essas mesmas fases. Antes da sentença, deve haver uma investigação de cada caso. Não porque Deus necessite disso, pois Ele sabe todas as coisas, mas para que todo o Universo possa conhecer a justiça e a correção da sentença.

O apóstolo Paulo diz:

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo” (2 Co 5:10).
“Cristo “há de julgar os segredos dos homens” (Rm 2:16).
“Porquanto [Deus] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31).
Esse Homem não é outro senão Jesus Cristo, pois Ele próprio declara de Si mesmo:
“O Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo.” “E deu-Lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem” (Jo 5:22, 27).
Assim, Jesus é ao mesmo tempo nosso Advogado e Juiz.
Sabemos, pois, que para um advogado nos representar, é preciso que lhe demos uma procuração. Jesus Cristo será o juiz no dia do julgamento pelo qual todos irão passar, mas Ele só será o advogado de quem lhe entregou a “procuração”.


Vs. 11-14 – “Então reparei e também ouvi a voz de grande multidão de anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhares de milhares e de milhões de milhões. Eles proclamavam em alta voz: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber a plenitude do poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor”! Em seguida, ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há que exclamavam: “Ao que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o domínio pelos séculos dos séculos!”E os quatro seres viventes bradavam: “Amém!”, e os anciãos igualmente prostraram-se e o adoraram”.
Muitos anjos se juntam aos seres viventes e aos anciãos para oferecer louvor a Cristo. Reconhecem Seu merecido direito de reinar e relacionam a Ele todos os atributos necessários para governar. A expressão milhares de milhares denota uma multidão que não podia ser contada.
Altos louvores ao Cordeiro são derramados da sala do trono celestial, e a eles se junta toda criatura na terra, debaixo da terra e no mar, como observado nos Salmos 148 e 150. Ações de graças, e honra, e gloria, e poder. Esses versículos antecipam o apogeu, quando toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor (Fp 2.11).







ACRÉSCIMOS:


· Em toda bíblia apenas 3 pessoas tiveram a visão do trono de deus descrita da mesma forma:
Isaías (6), Ezequiel (1) e João (Ap 4)




· O capítulo 5 fala de um livro, que livro era este?


Está escrito que o Cordeiro venceu para abrir o livro. Ora, qual a finalidade de toda a obra realizada pelo ministério do Senhor Jesus Cristo? Tudo para nos salvar, para a nossa salvação. Sendo assim, se é a própria Bíblia que afirma que o Senhor Jesus venceu para abrir o Livro e para lhe desatar os selos, é evidente que este importante Livro tem relação direta com a vitória do Senhor Jesus Cristo em prol de nossa salvação.


“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” Lucas 19:10


Pode haver quem pense que este livro na mão direita de Deus contém os eventos finais que sobrevirão ao mundo neste tempo do fim, todavia, os eventos que sobrevirão ao mundo estão descritos no Apocalipse como acontecendo sistematicamente após a abertura de cada um dos sete selos e não quando da abertura do livro em si.
Na verdade, para que o livro possa ser aberto, antes é necessário que lhe sejam desatados os sete selos, e a cada selo aberto algo tremendo acontece.
O Apocalipse faz menção do próprio Apocalipse, referindo-se a ele como “o livro desta profecia”


“E se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro.” Apocalipse 22:19


Porém, o Apocalipse só faz menção de um único livro como sendo “O Livro do Cordeiro”, vejamos:


“E adora-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:8


E o Livro do Cordeiro é também chamado de o Livro da Vida
E vejamos o que está escrito nos versículos 9 e 10 deste capítulo 5 do Apocalipse que estamos estudando:


“E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” Apocalipse 5:9,10


Novamente vemos o porquê de o Cordeiro, o Senhor Jesus Cristo, ser digno “de tomar o livro, e de abrir os seus selos”. E a resposta é:


“porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”


Ora, se o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou, vencendo por nossa causa, e se esta vitória lhe concede o direito de tomar o livro da mão direita de Deus (que significa recebê-lo) e abri-lo por nossa causa, nos parece evidente que este livro do Cordeiro é o mesmo livro descrito em Apocalipse 21:27, ou seja, o Livro da Vida do Cordeiro. E é neste livro que estão os nomes dos salvos, razão pela qual só o pode abrir aquele que foi morto e com o seu sangue comprou para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação.
O Livro da Vida contém os nomes de todos os que estão destinados para a vida eterna:


“E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.” Apocalipse 20:15


Repare que quem anuncia o Messias não é nenhum dos querubins nem dos anjos nem das demais criaturas mas é um dos anciãos que representam todos os redimidos da antiga dispensação (ou os doze patriarcas de Israel) e da nova dispensação (ou os doze apóstolos), porque a Bíblia em I Pedro 1.12 diz que os anjos desejam muito pregar o evangelho, mas é necessário que nós que experimentamos a libertação da culpa do nosso pecado anunciemos o evangelho.



Sobre a Queda de Lúcifer




Ez 28:11-19 e Is 14:11-23 são dois textos usados para explicar a queda de Lúcifer, juntamente com:


Lc 10:18 - Então ele lhes disse: “Vi Satanás caindo do céu como um relâmpago!


Ap 9:1 - O quinto anjo tocou sua trombeta, e vi uma estrela que havia caído do céu sobre a terra, e lhe foi dada a chave para o poço do abismo.


Ap 12:3-9 - Outro sinal foi visto no céu: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, e sete coroas nas cabeças. Com a cauda, arrastou um terço das estrelas do céu e as lançou na terra. E, quando a mulher estava para dar à luz, o dragão parou diante dela, pronto para devorar a criança tão logo ela nascesse. A mulher deu à luz um filho, que governará todas as nações com cetro de ferro, e ele foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus havia preparado um lugar para cuidar dela durante 1.260 dias. Houve guerra no céu. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão e seus anjos. O dragão perdeu a batalha, e ele e seus anjos foram expulsos do céu. Esse enorme dragão, a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana o mundo todo, foi lançado na terra com seus anjos.




· A palavra "paraíso" é usada como sinônimo de "céu" (2 Coríntios 12:4, Apocalipse 2:7).


· Em todas as versões da bíblia a palavra que para nós foi traduzida como inferno está lá no A.T. em hebraico como “sheol” ou “hades” no N.T. em grego, mundo dos mortos, nada mais que isto.


· O seio de Abraão é mencionado apenas uma vez na bíblia, na parábola do rico e do Lázaro (Lc 16:19-31). Talvez Jesus quisesse mostrar com esta parábola que existia uma separação neste plano entre os mortos que cumpriram a lei e aqueles que a desobedeceram.



· O lago de fogo, mencionado apenas em Apocalipse 19:20 e 20:10, 14-15, este é o inferno da forma que conhecemos, o lugar de punição eterna para todos os rebeldes impenitentes, tanto angélicos quanto humanos (Mateus 25:41)

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