“Personalidade não se
muda, se molda”
1 – Introdução
Depois de
Moisés, é o personagem mais citado do Novo Testamento.
Um homem
pagão, de muitas posses, que vivia numa cidade pervertida, situada no “berço da civilização” antiga (Rm 4:1-3), que ao ser chamado
obedeceu, mas não fez como deveria ter feito – Gn
12:4 – pois levou consigo seu pai e sobrinho, o
que retardou os planos de Deus em sua vida e trouxe algumas conseqüências
futuras a Israel (Gn 19:30-38 ; Sl 83 ; Dt 23:3 ; Ne
13:13)
Foi chamado pelo próprio Deus de profeta (Gn
20:7), e de “amigo de Deus” no Novo Testamento (2 Cr 20:7; Tg 2:23); Foi registrado na bíblia como
o “Pai da Fé” (Hb 11:8-19), apesar de toda
incredulidade (Gn 17:17), medo (Gn 12:11-13; 20:5) e hesitação (Gn 21:8-12)
2 – Sinais de um
Fleumático em Abraão
Desconfiança - a hesitação, indecisão e o medo, naturais no
fleumático, são vistos em Abraão em Gênesis 12,
ao receber o chamado do Senhor. Era tão dependente de seus pais que em vez de
obedecer inteiramente a ordem de Deus, levou consigo seus familiares, o que lhe
causou sérios problemas. Muitos cristãos fleumáticos relutam diante das
oportunidades, não pela falta de capacidade, mas pela hesitação de
aventurarem-se pelo desconhecido.
Leal – sua atitude quando pressionado,
revela sua personalidade. De todos os tipos de temperamentos, os fleumáticos
são os que melhor trabalham sob pressão, demonstram calma e eficiência em
tempos de crise. Em Gn 14, ao saber que a terra
de Ló estava em guerra e que este havia sido levado cativo, Abraão age como seu
defensor demonstrando características latentes de liderança e que sua amizade
ao sobrinho estava acima de suas diferenças pessoais.
Medo – o fleumático possui doses
generosas de medo e Abraão tinha grande problema com seus temores íntimos. Por
causa da grande fome que assolava a terra, Abraão deixou de lado a vontade de
Deus e foi para o Egito; por causa de seu temor a Faraó, negando Sara como sua
esposa. A covardia de Abraão resultou em sua expulsão da terra, dando um
péssimo testemunho do Senhor naquela terra pagã (Gn
12). Abraão negou a Sara novamente para conseguir os favores de
Abimeleque. Se não fosse a intervenção divina, os dois teriam sido envolvidos
em um pecado trágico (Gn 20). Os nossos
pretextos e as nossas concessões jamais melhoram o plano e a provisão de Deus.
Pacífico – uma das
características mais admiráveis é o seu amor à paz. Tendem a demonstrar
serenidade e calma. Seu desejo de paz e harmonia é, em geral, maior do que o de
possuir bens pessoais. Em Gn
13:8-9, na discussão
entre os pastores de Ló e Abraão, intervém de maneira ordeira, dando ao
sobrinho o direito de escolha.
Indeciso – junto à sua
inclinação natural para a paz, há a passividade face aos conflitos. Em Gn 16 vemos a exagerada influência de Sara sobre Abraão,
o que resultou em sérias conseqüências que permanecem até os dias de hoje. Uma
das lições que os fleumáticos precisam aprender é que nada se consegue pela
acomodação.
3 – A Transformação Começa
Nos dias da antiguidade, porém, os nomes, além de
serem identificadores, iam, além disso. Eles tinham significados especiais. Os
nomes antigos tinham relação com as circunstâncias do nascimento, do local, da
aparência da criança, etc. Às vezes, o nome relacionava-se com o futuro da
criança, é o caso dos nomes proféticos.
Muitas vezes, o nome representava a
personalidade do indivíduo. Assim, o nome da pessoa era algo muito importante,
digno de honra, pois representava o caráter do indivíduo, iso é, o próprio
indivíduo.
No caso de
Abraão, seu nome foi mudado de Abrão
= significava “pai elevado” (Gn 17) para Abraão =
que significava “pai de uma multidão”.
Existem
muitas conjecturas a respeito disso, mas é interessante observarmos que Abraão
era o caçula de sua família, e habitava numa terra chamada Mesopotâmia, berço
da civilização. O local exato era Ur dos Caldeus, uma cidade-estado, dita pelos
historiadores como a mais importante da época. Era uma cidade pagã desde a sua
origem, que tinha como ritual o sacrifício de filhos.
Com certeza,
o pai a quem o nome Abrão se referia, não era Terá, mas o deus sumeriano. Por
isso a mudança de nome foi necessária.
Da mesma
forma, a mudança de nome de sua esposa fora necessária, já que Sarai – significa “minha princesa” e Sara – significa “uma princesa” para todos.
Sacrifício de Isaque
Todas
as qualidades do fleumático estavam presentes na vida do fiel Abraão. Ele era
pacífico, prático e bem humorado, Gn.13:8-9; leal, calmo e eficiente, Gn.14:14-16; cumpridor de seus deveres, Gn.14:20; conservador em seus princípios, Gn.14:22-24. Todavia, ele apresentava também os
defeitos desse tipo de temperamento, como a acomodação e a complacência.
·
A sua ida ao Moriá
foi conseqüência de alguns erros cometidos, como podemos ver em Gn 21:21-34 Abraão fez uma
festa no dia que Isaque desmamou (mais ou menos 3 anos) ao
invés de agradecer a Deus com um holocausto.
·
Aliou-se com
Abimeleque entregando a ele ovelhas e bois separados para Deus,como aliança.
·
Viveu entre os
filisteus por anos.
·
Ao invés de fazer
altares a Deus, plantou um bosque (costume pagão de culto). O que denotou acomodação e
desobediência, já que Deus havia o mandado sair para uma terra a qual lhe
mostraria.
Aí Deus chama Abraão e
lhe pede uma prova da sua fé.
Isaque tinha 33 anos – Gn 22:5c; Gn 3:1 – já
é um adulto quando sobe ao Monte Moriá com seu pai.
Lá, Deus quer lembrar a
Abraão quem ele era, de onde ele veio e o que Deus havia lhe dado por sua
obediência.
Foi neste monte que
Abraão tem a maior experiência da sua vida e passa a entender definitivamente
quem era este Deus a quem servia.
Foi pela fé que Abraão, ao
ser chamado por Deus, obedeceu e saiu para uma terra que Deus lhe
prometeu dar. Ele deixou o seu próprio país, sem saber para onde ia. Pela
fé ele morou como estrangeiro na terra que Deus lhe havia prometido. Viveu em
barracas com Isaque e Jacó, que também receberam a mesma promessa de
Deus. Porque Abraão esperava a cidade que Deus planejou e construiu, a
cidade que tem alicerces que não podem ser destruídos.
Foi pela fé que Abraão se tornou pai,
embora fosse velho demais e a própria Sara não pudesse ter filhos. Ele creu que
Deus ia cumprir a sua promessa. Assim, de um só homem, que estava
praticamente morto, nasceram tantos descendentes como as estrelas do céu, tão
numerosos como os grãos de areia da praia do mar.
Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis pôr à prova,
ofereceu o seu filho Isaque em sacrifício. Deus tinha prometido muitos
descendentes a Abraão, mas mesmo assim ele estava pronto para oferecer o seu
único filho em sacrifício. Deus lhe tinha dito: “Por meio de Isaque é que
você terá descendentes.” Abraão reconhecia que Deus era capaz de
ressuscitar Isaque, e, por assim dizer, Abraão tornou a receber da morte o seu
filho Isaque. (Hb 11:8-12, 17-19)
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