terça-feira, 3 de abril de 2018

Abraão - O Fleumático


“Personalidade não se muda, se molda”

1 – Introdução

Depois de Moisés, é o personagem mais citado do Novo Testamento.
Um homem pagão, de muitas posses, que vivia numa cidade pervertida, situada no “berço da civilização” antiga (Rm 4:1-3), que ao ser chamado obedeceu, mas não fez como deveria ter feito – Gn 12:4 – pois levou consigo seu pai e sobrinho, o que retardou os planos de Deus em sua vida e trouxe algumas conseqüências futuras a Israel (Gn 19:30-38 ; Sl 83 ; Dt 23:3 ; Ne 13:13)
Foi chamado pelo próprio Deus de profeta (Gn 20:7), e de “amigo de Deus” no Novo Testamento (2 Cr 20:7; Tg 2:23); Foi registrado na bíblia como o “Pai da Fé” (Hb 11:8-19), apesar de toda incredulidade (Gn 17:17), medo (Gn 12:11-13; 20:5) e hesitação (Gn 21:8-12)


2 – Sinais de um Fleumático em Abraão

Desconfiança - a hesitação, indecisão e o medo, naturais no fleumático, são vistos em Abraão em Gênesis 12, ao receber o chamado do Senhor. Era tão dependente de seus pais que em vez de obedecer inteiramente a ordem de Deus, levou consigo seus familiares, o que lhe causou sérios problemas. Muitos cristãos fleumáticos relutam diante das oportunidades, não pela falta de capacidade, mas pela hesitação de aventurarem-se pelo desconhecido.

Leal – sua atitude quando pressionado, revela sua personalidade. De todos os tipos de temperamentos, os fleumáticos são os que melhor trabalham sob pressão, demonstram calma e eficiência em tempos de crise. Em Gn 14, ao saber que a terra de Ló estava em guerra e que este havia sido levado cativo, Abraão age como seu defensor demonstrando características latentes de liderança e que sua amizade ao sobrinho estava acima de suas diferenças pessoais.

Medo – o fleumático possui doses generosas de medo e Abraão tinha grande problema com seus temores íntimos. Por causa da grande fome que assolava a terra, Abraão deixou de lado a vontade de Deus e foi para o Egito; por causa de seu temor a Faraó, negando Sara como sua esposa. A covardia de Abraão resultou em sua expulsão da terra, dando um péssimo testemunho do Senhor naquela terra pagã (Gn 12). Abraão negou a Sara novamente para conseguir os favores de Abimeleque. Se não fosse a intervenção divina, os dois teriam sido envolvidos em um pecado trágico (Gn 20). Os nossos pretextos e as nossas concessões jamais melhoram o plano e a provisão de Deus.

Pacífico – uma das características mais admiráveis é o seu amor à paz. Tendem a demonstrar serenidade e calma. Seu desejo de paz e harmonia é, em geral, maior do que o de possuir bens pessoais. Em Gn 13:8-9, na discussão entre os pastores de Ló e Abraão, intervém de maneira ordeira, dando ao sobrinho o direito de escolha.

Indeciso – junto à sua inclinação natural para a paz, há a passividade face aos conflitos. Em Gn 16 vemos a exagerada influência de Sara sobre Abraão, o que resultou em sérias conseqüências que permanecem até os dias de hoje. Uma das lições que os fleumáticos precisam aprender é que nada se consegue pela acomodação.




3 – A Transformação Começa



Nos dias da antiguidade, porém, os nomes, além de serem identificadores, iam, além disso. Eles tinham significados especiais. Os nomes antigos tinham relação com as circunstâncias do nascimento, do local, da aparência da criança, etc. Às vezes, o nome relacionava-se com o futuro da criança, é o caso dos nomes proféticos.

Muitas vezes, o nome representava a personalidade do indivíduo. Assim, o nome da pessoa era algo muito importante, digno de honra, pois representava o caráter do indivíduo, iso é, o próprio indivíduo.

No caso de Abraão, seu nome foi mudado de Abrão = significava “pai elevado” (Gn 17) para Abraão = que significava “pai de uma multidão”.
Existem muitas conjecturas a respeito disso, mas é interessante observarmos que Abraão era o caçula de sua família, e habitava numa terra chamada Mesopotâmia, berço da civilização. O local exato era Ur dos Caldeus, uma cidade-estado, dita pelos historiadores como a mais importante da época. Era uma cidade pagã desde a sua origem, que tinha como ritual o sacrifício de filhos.
Com certeza, o pai a quem o nome Abrão se referia, não era Terá, mas o deus sumeriano. Por isso a mudança de nome foi necessária.
Da mesma forma, a mudança de nome de sua esposa fora necessária, já que Sarai – significa “minha princesa” e Sara – significa “uma princesa” para todos.

Sacrifício de Isaque


Todas as qualidades do fleumático estavam presentes na vida do fiel Abraão. Ele era pacífico, prático e bem humorado, Gn.13:8-9; leal, calmo e eficiente, Gn.14:14-16; cumpridor de seus deveres, Gn.14:20; conservador em seus princípios, Gn.14:22-24. Todavia, ele apresentava também os  defeitos desse tipo de temperamento, como a acomodação e a complacência.


·         A sua ida ao Moriá foi conseqüência de alguns erros cometidos, como podemos ver em Gn 21:21-34 Abraão fez uma festa no dia que Isaque desmamou (mais ou menos 3 anos) ao invés de agradecer a Deus com um holocausto.
·         Aliou-se com Abimeleque entregando a ele ovelhas e bois separados para Deus,como aliança.
·         Viveu entre os filisteus por anos.
·         Ao invés de fazer altares a Deus, plantou um bosque (costume pagão de culto). O que denotou acomodação e desobediência, já que Deus havia o mandado sair para uma terra a qual lhe mostraria.

Aí Deus chama Abraão e lhe pede uma prova da sua fé.
Isaque tinha 33 anos – Gn 22:5c; Gn 3:1 – já é um adulto quando sobe ao Monte Moriá com seu pai.
Lá, Deus quer lembrar a Abraão quem ele era, de onde ele veio e o que Deus havia lhe dado por sua obediência.
Foi neste monte que Abraão tem a maior experiência da sua vida e passa a entender definitivamente quem era este Deus a quem servia.



Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e saiu para uma terra que Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio país, sem saber para onde ia. Pela fé ele morou como estrangeiro na terra que Deus lhe havia prometido. Viveu em barracas com Isaque e Jacó, que também receberam a mesma promessa de Deus. Porque Abraão esperava a cidade que Deus planejou e construiu, a cidade que tem alicerces que não podem ser destruídos.
Foi pela fé que Abraão se tornou pai, embora fosse velho demais e a própria Sara não pudesse ter filhos. Ele creu que Deus ia cumprir a sua promessa. Assim, de um só homem, que estava praticamente morto, nasceram tantos descendentes como as estrelas do céu, tão numerosos como os grãos de areia da praia do mar.
Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis pôr à prova, ofereceu o seu filho Isaque em sacrifício. Deus tinha prometido muitos descendentes a Abraão, mas mesmo assim ele estava pronto para oferecer o seu único filho em sacrifício. Deus lhe tinha dito: “Por meio de Isaque é que você terá descendentes.” Abraão reconhecia que Deus era capaz de ressuscitar Isaque, e, por assim dizer, Abraão tornou a receber da morte o seu filho Isaque. (Hb 11:8-12, 17-19)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Pesquisar este blog