Autor: Anônimo – no entanto, Mordecai tem sido citado como provável escritor.
Data: 485 a 473 a.C
Local: Susã, capital da Pérsia.
Palavra-Chave: Fidelidade de Deus
Conteúdo: 10 capítulos e 167 versículos
“Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Et 4:14)
1 – Introdução
O título do livro leva o nome de seu personagem principal, que aparentemente é um nome que deriva da palavra persa Stara, do caldeu Ishtar. Seu significado é, literalmente, "estrela".
Ester também tinha seu nome hebraico, Hassada, que significa “murta”, planta comum no sudoeste da Europa e do Norte da África, com folhas conhecidas por exalarem um cheiro agradável quando esmagadas, e flores de aparência singela.
Os ramos das murtas eram utilizados pelos hebreus para cobrir as tendas na Festa dos Tabernáculos, uma de suas principais festas. Por esse motivo, também sempre foi associado ao sentido de "proteção" ou "cobertura". Daí, o nome Hadassa, pode ser traduzido por “aquela que protege” ou “mulher que tem influência”.
Apesar de não citar o nome de Deus, vemos claramente neste livro, o cuidado e a provisão Dele para com Seu povo, e a maneira minuciosa com que destronou Vasti para colocar Ester numa posição capaz de favorecer Israel contra seu inimigo.
2 – Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos no livro de Ester se deram quando o povo de Israel estava sob o território persa, 50 anos depois do decreto de Ciro, libertando o povo judeu do exílio babilônico. O local da história é Susã, a cidade onde o Rei Assuero vivia. Este rei após mandar embora sua primeira esposa, a rainha Vasti, estava buscando uma nova esposa para se tornar rainha. Nesse intuito organizaram uma competição onde mulheres de todo o reino foram convidadas a vir até Susã com o propósito de que uma delas preenchesse o lugar vazio da rainha. (Ester 2:1-4). No meio dessas mulheres estava também Ester, uma jovem hebréia que foi criada por Mardoqueu, um hebreu que viveu na Babilônia durante o exílio (Ester 2:5).
Uma importante observação sobre este livro, é que sua história, se passa entre a história de Daniel e Esdras, antes de Jerusalém ter sido restaurada, o que aconteceu no ano 458 a.C.
Neste tempo, os judeus estavam dispersos em cidades e províncias circunvizinhas a Palestina, e por isso estava em Susã, a capital da Pérsia.
Após o decreto de Ciro, eles ficaram desolados sem saber para onde ir, já que a cidade estava destruída, e muitos haviam formado família no decorrer dos 70 anos do exílio.
Com a destruição da Babilônia e a tomada do império pelo medo-persa, a decisão de segui-los a Susã (capital do império) deve ter parecido a mais acertada.
3 – Quem era Hamã
Hamã, segundo a tradição judaica, era descendente direto de Agague, rei dos amalequitas. Aquele mesmo que Saul trouxe vivo a Israel, contrariando a ordem de Deus e que Samuel pessoalmente matou (1 Samuel 15:7-33).
O ódio de Hamã começou com a atitude de Mordecai em recusar a se prostrar diante dele. Porém Hamã transportou este seu ódio a todos os judeus. Isto pode ser explicado pela sua genealogia, pois seu povo havia sofrido penosas derrotas ao longo dos séculos para Israel (Êx 17; Jz 7; 1 Sm 14; 2 Sm 1). Então surge o relato:
"Então, disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: seja teu esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado." (Et 3:8-11) E foi assim que Hamã, no mês de nisa de 474 a.C, fez um decreto ordenando a morte de todos os judeus para o dia 13º dia adar de 474 a.C, isto é, 11 meses depois.
4 – A Rivalidade entre Hamã e Mardoqueu
Hamã era descendente direto de Agague, rei dos amalequitas. Aquele que Saul trouxe vivo a Israel, contrariando a ordem de Deus, e que Samuel pessoalmente matou (1 Samuel 15:7-33).
O ódio de Hamã começou com a atitude de Mordecai em recusar a se prostrar diante dele. Porém Hamã transportou este seu ódio a todos os judeus. Isto pode ser explicado pela sua genealogia, pois seu povo havia sofrido penosas derrotas ao longo dos séculos para Israel (Êx 17; Jz 7; 1 Sm 14; 2 Sm 1).
Então surge o relato de Ester 3:8-11 “Eis que há um povo espalhado e disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino cujas leis e modo de vida são muito diferentes das tradições e normas dos demais povos, e que não se sujeitam às leis do rei. Portanto, não é conveniente ao rei que tais pessoas sigam vivendo entre nós. Se for do agrado do rei, decrete-se que sejam imediatamente aniquilados, e eu depositarei trezentas e cinqüenta toneladas de prata na tesouraria real para financiar aqueles que serão responsáveis pelo extermínio dessa gente!” Considerando as palavras e a proposta que ouvira, o rei tirou seu anel-selo do dedo, entregou-o a Hamã, o inimigo dos judeus, filho de Hamedata, descendente de Agague, e declarou: “Conserva teu dinheiro contigo e para teus fins. Quanto a este povo, é teu: faze o que quiseres!”
Hamã era um dos oficiais da corte, e, em certo momento, acabou sendo promovido pelo rei. Após a promoção de Hamã, Mardoqueu não aceitou prestar reverência a ele, o que despertou a ira de Hamã, já que sua vaidade não poderia tolerar tal afronta.
A Bíblia não esclarece o motivo que levou Mardoqueu a não reverenciar Hamã. Alguns sugerem que talvez tenha sido porque tal ato não poderia ser distinguido da adoração. Entretanto, vale lembrar que os judeus não consideravam a prática de se inclinar diante de reis e outras pessoas de alta hierarquia uma violação aos mandamentos de Deus (1 Sm 24:8; 2 Sm 18:28; Gn 23:7; 33:3; 2 Rs 2:15).
Uma possível explicação para o comportamento de Mardoqueu é por ele ser descendente de Agague, rei dos amalequitas, povo inimigo de Israel.
Em Ester 2:6 onde lemos sobre a origem de Mardoqueu, pode haver algum indício de que sua família tenha pertencido à nobreza judaica (2 Rs 24:10-16). Caso realmente haja alguma ligação entre a origem de Mardoqueu e o rei Saul, que como ele também era um benjamita, e Hamã com Agague, o rei dos amalequitas, então a tensão entre ambos pode ser compreendida, ou seja, era uma representação da inimizade benjamita-agagita, israelita-amalequita, um dos motivos pelo qual Saul perdeu o trono.
Se este realmente for o cenário, então Mardoqueu de forma alguma reverenciaria Hamã, pois isso poderia implicar num tipo de aprovação dos crimes dos antepassados de Hamã. Da mesma forma, essa possibilidade também explica o ódio de Hamã não apenas contra Mardoqueu, mas contra todos os judeus, a ponto de tramar um genocídio.
5 - Conclusão
Em Ester, damos uma olhada “por trás das cenas” da luta contínua de Satanás contra os propósitos de Deus e, sobretudo contra o Seu Messias prometido. A entrada de Cristo na raça humana foi baseada na existência da raça judaica.
Assim como Hamã conspirou contra os judeus a fim de destruí-los, dessa mesma forma Satanás tem se colocado contra Cristo e o povo de Deus. Tal como Hamã é derrotado na forca que ele construiu para Mardoqueu, assim também Cristo usa a mesma arma que o seu inimigo planejou para destruir a Ele e Sua semente espiritual. Pois a cruz, instrumento pela qual Satanás planejou destruir o Messias, foi o próprio meio através do qual Cristo usou para nos trazer salvação.
Data: 485 a 473 a.C
Local: Susã, capital da Pérsia.
Palavra-Chave: Fidelidade de Deus
Conteúdo: 10 capítulos e 167 versículos
“Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Et 4:14)
1 – Introdução
O título do livro leva o nome de seu personagem principal, que aparentemente é um nome que deriva da palavra persa Stara, do caldeu Ishtar. Seu significado é, literalmente, "estrela".
Ester também tinha seu nome hebraico, Hassada, que significa “murta”, planta comum no sudoeste da Europa e do Norte da África, com folhas conhecidas por exalarem um cheiro agradável quando esmagadas, e flores de aparência singela.
Os ramos das murtas eram utilizados pelos hebreus para cobrir as tendas na Festa dos Tabernáculos, uma de suas principais festas. Por esse motivo, também sempre foi associado ao sentido de "proteção" ou "cobertura". Daí, o nome Hadassa, pode ser traduzido por “aquela que protege” ou “mulher que tem influência”.
Apesar de não citar o nome de Deus, vemos claramente neste livro, o cuidado e a provisão Dele para com Seu povo, e a maneira minuciosa com que destronou Vasti para colocar Ester numa posição capaz de favorecer Israel contra seu inimigo.
2 – Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos no livro de Ester se deram quando o povo de Israel estava sob o território persa, 50 anos depois do decreto de Ciro, libertando o povo judeu do exílio babilônico. O local da história é Susã, a cidade onde o Rei Assuero vivia. Este rei após mandar embora sua primeira esposa, a rainha Vasti, estava buscando uma nova esposa para se tornar rainha. Nesse intuito organizaram uma competição onde mulheres de todo o reino foram convidadas a vir até Susã com o propósito de que uma delas preenchesse o lugar vazio da rainha. (Ester 2:1-4). No meio dessas mulheres estava também Ester, uma jovem hebréia que foi criada por Mardoqueu, um hebreu que viveu na Babilônia durante o exílio (Ester 2:5).
Uma importante observação sobre este livro, é que sua história, se passa entre a história de Daniel e Esdras, antes de Jerusalém ter sido restaurada, o que aconteceu no ano 458 a.C.
Neste tempo, os judeus estavam dispersos em cidades e províncias circunvizinhas a Palestina, e por isso estava em Susã, a capital da Pérsia.
Após o decreto de Ciro, eles ficaram desolados sem saber para onde ir, já que a cidade estava destruída, e muitos haviam formado família no decorrer dos 70 anos do exílio.
Com a destruição da Babilônia e a tomada do império pelo medo-persa, a decisão de segui-los a Susã (capital do império) deve ter parecido a mais acertada.
3 – Quem era Hamã
Hamã, segundo a tradição judaica, era descendente direto de Agague, rei dos amalequitas. Aquele mesmo que Saul trouxe vivo a Israel, contrariando a ordem de Deus e que Samuel pessoalmente matou (1 Samuel 15:7-33).
O ódio de Hamã começou com a atitude de Mordecai em recusar a se prostrar diante dele. Porém Hamã transportou este seu ódio a todos os judeus. Isto pode ser explicado pela sua genealogia, pois seu povo havia sofrido penosas derrotas ao longo dos séculos para Israel (Êx 17; Jz 7; 1 Sm 14; 2 Sm 1). Então surge o relato:
"Então, disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: seja teu esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado." (Et 3:8-11) E foi assim que Hamã, no mês de nisa de 474 a.C, fez um decreto ordenando a morte de todos os judeus para o dia 13º dia adar de 474 a.C, isto é, 11 meses depois.
4 – A Rivalidade entre Hamã e Mardoqueu
Hamã era descendente direto de Agague, rei dos amalequitas. Aquele que Saul trouxe vivo a Israel, contrariando a ordem de Deus, e que Samuel pessoalmente matou (1 Samuel 15:7-33).
O ódio de Hamã começou com a atitude de Mordecai em recusar a se prostrar diante dele. Porém Hamã transportou este seu ódio a todos os judeus. Isto pode ser explicado pela sua genealogia, pois seu povo havia sofrido penosas derrotas ao longo dos séculos para Israel (Êx 17; Jz 7; 1 Sm 14; 2 Sm 1).
Então surge o relato de Ester 3:8-11 “Eis que há um povo espalhado e disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino cujas leis e modo de vida são muito diferentes das tradições e normas dos demais povos, e que não se sujeitam às leis do rei. Portanto, não é conveniente ao rei que tais pessoas sigam vivendo entre nós. Se for do agrado do rei, decrete-se que sejam imediatamente aniquilados, e eu depositarei trezentas e cinqüenta toneladas de prata na tesouraria real para financiar aqueles que serão responsáveis pelo extermínio dessa gente!” Considerando as palavras e a proposta que ouvira, o rei tirou seu anel-selo do dedo, entregou-o a Hamã, o inimigo dos judeus, filho de Hamedata, descendente de Agague, e declarou: “Conserva teu dinheiro contigo e para teus fins. Quanto a este povo, é teu: faze o que quiseres!”
Hamã era um dos oficiais da corte, e, em certo momento, acabou sendo promovido pelo rei. Após a promoção de Hamã, Mardoqueu não aceitou prestar reverência a ele, o que despertou a ira de Hamã, já que sua vaidade não poderia tolerar tal afronta.
A Bíblia não esclarece o motivo que levou Mardoqueu a não reverenciar Hamã. Alguns sugerem que talvez tenha sido porque tal ato não poderia ser distinguido da adoração. Entretanto, vale lembrar que os judeus não consideravam a prática de se inclinar diante de reis e outras pessoas de alta hierarquia uma violação aos mandamentos de Deus (1 Sm 24:8; 2 Sm 18:28; Gn 23:7; 33:3; 2 Rs 2:15).
Uma possível explicação para o comportamento de Mardoqueu é por ele ser descendente de Agague, rei dos amalequitas, povo inimigo de Israel.
Em Ester 2:6 onde lemos sobre a origem de Mardoqueu, pode haver algum indício de que sua família tenha pertencido à nobreza judaica (2 Rs 24:10-16). Caso realmente haja alguma ligação entre a origem de Mardoqueu e o rei Saul, que como ele também era um benjamita, e Hamã com Agague, o rei dos amalequitas, então a tensão entre ambos pode ser compreendida, ou seja, era uma representação da inimizade benjamita-agagita, israelita-amalequita, um dos motivos pelo qual Saul perdeu o trono.
Se este realmente for o cenário, então Mardoqueu de forma alguma reverenciaria Hamã, pois isso poderia implicar num tipo de aprovação dos crimes dos antepassados de Hamã. Da mesma forma, essa possibilidade também explica o ódio de Hamã não apenas contra Mardoqueu, mas contra todos os judeus, a ponto de tramar um genocídio.
5 - Conclusão
Em Ester, damos uma olhada “por trás das cenas” da luta contínua de Satanás contra os propósitos de Deus e, sobretudo contra o Seu Messias prometido. A entrada de Cristo na raça humana foi baseada na existência da raça judaica.
Assim como Hamã conspirou contra os judeus a fim de destruí-los, dessa mesma forma Satanás tem se colocado contra Cristo e o povo de Deus. Tal como Hamã é derrotado na forca que ele construiu para Mardoqueu, assim também Cristo usa a mesma arma que o seu inimigo planejou para destruir a Ele e Sua semente espiritual. Pois a cruz, instrumento pela qual Satanás planejou destruir o Messias, foi o próprio meio através do qual Cristo usou para nos trazer salvação.
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