domingo, 3 de setembro de 2023

Sobre a Transfiguração

Em 2 Pedro 1:16, no entanto, a transfiguração é interpretada mais como um vislumbre da futura glória do Filho de Deus, em sua segunda vinda (cf. Mt 24:30).
A presença de Moisés e Elias é provavelmente melhor interpretado como indicando que Jesus é o cumprimento da Lei (Moisés) e dos Profetas (Elias). Lucas acrescenta que Moisés e Elias falaram com Jesus de Sua partida ou da “morte iminente” (Lucas 9:31).
Isto se encaixa bem apropriadamente com a ênfase de Lucas em Jesus como o Cumprimento do Antigo Testamento. Os evangelistas também parecem ter entendido este relato como o cumprimento das palavras de Jesus no que diz respeito aos discípulos de verem o reino de Deus vindo com poder em sua vida.

(Robert H. Stein)

A palavra Transfigurar, que traduz o termo “metamorfose” mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma. A palavra “morphe” significa “forma” e o termo“meta” diz respeito a “mudança”, mas não mudança de essência (Mt 17.2; Mc 9.2; Rm 12.2). Entendemos que a Transfiguração foi uma experiência de origem divina, uma revelação dada aos apóstolos sobre a glória do Reino futuro no qual, Jesus é Rei.Ele foi metamorfoseado quando “transformou-se” no monte mudando sua APARÊNCIA física e não a sua ESSÊNCIA divina. A palavra traduzida em português como “transfigurado” corresponde ao vocábulo grego “metamorphoõ” que significa também “transformar”, “mudar em outra forma”, “transfigurar”.
Simbolicamente, o aparecimento de Moisés e Elias representava a Lei e os Profetas. Entretanto, a voz de Deus do céu – “Ouçam a Ele!” – mostrou claramente que a Lei e os Profetas deviam dar lugar a Jesus. “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lc 24.44). Aquele que é o novo e vivo caminho está substituindo o antigo; Ele é o cumprimento da Lei e das inúmeras profecias no AT. Além disso, em Sua forma glorificada eles tiveram uma breve visualização da Sua glorificação e entronização vindoura como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
João escreveu em seu evangelho: “Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” Pedro também escreveu: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, […] Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida […]. Nós mesmos ouvimos essa voz vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo” (2 Pe1.16-18).
Um dos principais motivos da visão no monte da transfiguração é o de demonstrar que a Lei de Moisés (Pentateuco) e todos os profetas (Os demais livros) do AT tiveram seu real cumprimento na pessoa magnífica do Senhor Jesus Cristo (Lc 24.44). Importante também notar que a visão teve o propósito de fortalecer a fé dos apóstolos, pois estes estavam prestes a ver o Senhor ser crucificado e morto. Eles deveriam entender que antes da sua ressurreição, era necessário o sofrimento e a morte do Cordeiro de Deus, a fim de que os pecados deles e os nossos fossem expiados pela morte do Justo. Evidência disto são as palavras que o Senhor Jesus lhes dirigiu imediatamente após a visão: “E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos” (Mt 17.9).

Qualquer tentativa de justificar a teoria espírita da reencarnação, com base no relato da transfiguração, está em direta oposição ao claro ensinamento bíblico de que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9:27).
O aparecimento de Elias e Moisés no evento da transfiguração foi genuíno e possível pelo fato de que:
(1) Elias foi trasladado vivo ao Céu, sem provar a morte (2 Reis 2:9-12).
(2) Moisés haver sido previamente ressuscitado dos mortos e levado para o Céu, como sugere a declaração bíblica no livro de Judas (Judas 9).




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