“Escolham homens sábios,
criteriosos e experientes de cada uma de suas tribos, e eu os colocarei como líderes
de vocês”. (Dt 1:13)
1 – Introdução
A política tem sido um
assunto pesado para nós, pois estamos vendo tanta corrupção que nossa primeira
reação é de desprezo e descompromisso. E muitos perguntam: um cristão deve se
misturar com tudo isso?
A política está presente em
toda a Bíblia, inclusive, Jesus se beneficiou dela!
Sim, é isso mesmo! Jesus se
utilizou da política pra fazer cumprir as Escrituras.
A Bíblia é a Constituição de um governo chamado REINO
DE DEUS. Na Bíblia temos leis civis, morais e temos parâmetros para usufruirmos
desse governo. A Bíblia nada mais é que isso: a constituição de um governo.
2 – Deus, a Bíblia
e a Política
(Pv 8:15-16)
Entre muitas
histórias bíblicas, vamos destacar duas delas, em que a política é o meio pelo
qual as coisas naturais e espirituais acontecem.
A primeira história é
muito conhecida. A história de Daniel. Principalmente o trecho em que ele é
jogado na cova dos leões.
No texto abaixo, vemos
como o parlamento usou de má-fé e criou uma lei por meio de emendas
constitucionais, para estabelecer a proibição da adoração e culto em um país.
“Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes,
capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real
e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias,
fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja
lançado na cova dos leões” (Daniel 6:7).
Daniel foi impedido
de orar e cultuar a Deus por causa de um decreto político.
Perceba como a
política é importante. Uma caneta e um papel ganham a força de uma lei quando,
politicamente, ela é aprovada. Isso nos mostra porque Deus tem levantado alguns
homens para estar na política com o objetivo de proteger o corpo de Cristo.
Você deve estar se
perguntando:
– Mas Deus se envolve
com a política?
E eu respondo:
– Totalmente.
Agora vejamos o
desfecho dessa história, onde Deus revela a Sua Glória a toda aquela nação,
pelo viés político. Pois, depois de Daniel ter sido livrado da cova dos leões,
o rei fez uma nova emenda, aprovando uma nova lei e emitiu um decreto oposto ao
anterior.
“Então, o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e gente
de diferentes línguas, que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada!
Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os
homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e para
sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao
fim. Ele livra, e salva, e opera
sinais e maravilhas no céu e na terra; ele livrou Daniel do poder dos leões.
Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa”
(Daniel 6:25-28).
Vamos analisar:
Se o rei,
simplesmente reconhecesse que Deus havia livrado Daniel, mas ele não fosse um
canal político nem fizesse esse novo decreto, aquela nação continuaria sem
permissão de cultuar a Deus. Mas por causa do decreto do rei, de uma lei
aprovada, toda uma nação reconheceu o poder do Senhor!
Vamos a mais um
exemplo, agora no Novo Testamento.
Sabia que Jesus tinha
dois discípulos políticos, e que ele os recebia em secreto e à noite?
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos,
príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: ‘Rabi…'”
(João 3:1,2).
Olha quem sempre ia
junto com Nicodemos:
“Depois disto, José de Arimateia (o que era discípulo de
Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse
tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de
Jesus. E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a
Jesus), levando quase cem arráteis dum composto de mirra e aloés” (João 19:
38,39).
José de Arimateia era
senador. “Chegou José de Arimateia, senador
honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e
pediu o corpo de Jesus” (Marcos 15:43).
Jesus discipulava, em
secreto um senador. Por quê? Primeiro, porque nem a Igreja nem o povo
enxergariam Jesus com bons olhos ao vê-lo andando com um político. Por isso,
Jesus o fazia em secreto.
Mas quando o corpo de
Jesus estava exposto na cruz, para ser sepultado como indigente, foi por viés
político que o seu corpo foi protegido e sepultado conforme previa as
Escrituras.
Se Pedro, o pescador,
fosse tentar falar com o alto escalão do governo, no caso Pilatos, não seria
atendido. Se Maria, a mãe de Jesus, fosse falar com o governo, não seria
atendida. Então, Jesus, antecipadamente, discipula um político, porque na sua
morte, ele precisaria de permissão estatutária, de autorização legal, de
permissão governamental, para guardar seu corpo.
Hoje, Deus precisa de
Josés de Arimateia que protejam o corpo de Cristo quando este é exposto pelos
diversos grupos que querem o fim da Igreja.
Se a Igreja purifica
os jovens, os casamentos, a família, ela também pode trazer pureza à política.
Então, que possamos fazer as leis deste país. Pois, precisamos de homens e
mulheres que tenham o caráter de Cristo na política.
3 - Informação
Errada gera Desequilíbrio (Ex 22:28)
O tripé, teologia, igreja e política é
importante pelo fato de haver uma consequência para toda ação. Se você coloca
uma informação errada no seu entendimento, consequentemente, aquilo produzirá
uma ação. Os brasileiros são muito
desenvolvidos em uma área e pessimamente subnutridos em outra área. Por isso,
você precisa de coerência.
O mundo precisa conhecer uma igreja a partir
daquilo que ela crê, quando o assunto interfere além das fronteiras das quatro
paredes.
Quando o assunto é política, principalmente, o
cristão acha que é um assunto totalmente distante da fé, pelo nível dos
escândalos e da corrupção. No entanto, o que precisamos observar é o caráter
humano e não a sua função como profissional. Entaõ pregam: já que se o político
é corrupto, o cristão não pode se envolver com política. O seu pensar teológico
define quem é você como igreja e o que você é como igreja constrói a sociedade,
que consequentemente, constrói a política.
O nosso problema é pensar somente na salvação
da alma, e não como um todo. Isso acaba deixando de construir fundamentos
sólidos no qual a sociedade pode se desenvolver, tornando o povo
desequilibrado.
4 – Política e Ciência:
Pense de Forma Teológica (Pv 22:8)
Jesus é o rei, logo
Ele tem a visão de como a sociedade deveria ser, Jesus é um líder político,
totalmente diferente de partidos, não confunda política com partidarismo.
Política é a ciência da vivência social.
Nosso pensar de
Deus, nossa teologia, define que igreja somos, igreja sólida, igreja centrada,
igreja que cai na graça do povo.
O Cristão que não
pensa de forma conectada com o céu, é um cristão desequilibrado, um sal sem
sabor. E isso interfere na sociedade, e consequentemente, na política.
Precisamos pensar de
forma teologicamente mais adequada.
Questionemos:
Quantos livros lemos
no ano? Ou tudo o que espiritualizamos colocamos na conta do que é espiritual?
Conta de anjos e demônios? A nação tem uma deficiência cognitiva e não podem ir
para a igreja perpetuando a ignorância.
Precisamos abraçar
todo o conteúdo filosófico, acadêmico e intelectual, o que ocasionará também o
desenvolvimento da igreja e da sociedade. Nos tornaremos uma igreja plena,
capaz de dialogar com todas as áreas da vida. Não podemos ser assimétricos.
Coisas erradas criam
coisas erradas, mas informações certas criam outras realidades corretas para
Deus e a sociedade.
A sociedade hoje é
extremamente frágil em consequência de uma igreja frágil e vulnerabilizada, sem
conteúdo, postura, fundamento para confrontar os reais dilemas da vida.
Quando resgatamos
identidade e propósito, resgatamos a família a partir do resgate do homem e da
mulher, entendemos que a igreja se torna uma força política eficaz, produzindo
justiça, igualdade entre os homens. Um pacto social transformador. O tipo de
sociedade que temos é consequência do tipo de igreja, família, que temos.
5 – Entendendo quem Somos (Tt 3:1-2)
Quando entendemos
quem somos e qual o nosso propósito:
o que é família,
qual a postura do homem e da mulher, geramos um outro tipo de igreja, eficaz,
justa, missionária, impactante.
Desta forma é
possível gerar um outro tipo de cidade. Busquemos estar atentos com as questões
políticas de nossa cidade, busquemos
saber quem são os políticos cristãos, chamemo-os para uma conversa sobre
caráter e justiça sobre o reino.
Entendamos que
aquilo que nos incomoda mas que ao mesmo tempo não vemos incomodar o outro, é o
nosso chamado. Deus deseja usar cada um de nós de forma única para o bem do
geral.
Tarefa
1 – Qual é a sua visão política?
2 – Ela de alguma forma contradiz o que a
Bíblia ensina?
3 – Que tipo de cidadão você tem sido em seu
ambiente de trabalho, como ser político?
4 – Leia: Romanos 13:1-7
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