terça-feira, 6 de agosto de 2019

Aula 12: Desvendando o Apocalipse - "As Sete Trombetas" (parte II)

“Todos vocês, povos do mundo, todos os habitantes da terra, olhem quando eu erguer sobre o monte minha bandeira de guerra; ouçam quando eu soar a trombeta! Pois o Senhor me disse: “Do lugar onde habito observarei quieto, como sobe o calor num dia de verão, como se forma o orvalho da manhã durante a colheita”. (Is 18:3-4 – NVT)


1 - Introdução

Com a abertura do sétimo selo, temos o início de um novo ciclo que vai do capítulo 8:6 ao 11:19 – é o segundo ciclo: sete anjos com sete trombetas.
As trombetas põem em movimento sete julgamentos que levam à segunda vinda, descrevendo o governo de Deus sobre a História a partir de vários ângulos.
Assim como as trombetas usadas na batalha de Jericó (Js 6), essas trombetas levam à queda da cidade mundana (11.13) e, na sétima trombeta, à vitória total de Deus.
As pragas das trombetas lembram as pragas do Egito, significando o castigo de Deus sobre o poder idólatra e opressor.
A intensidade do castigo é acelerada. Ainda assim, parte da criação é poupada: a maioria das pragas da trombeta cai sobre um terço do povo ou da terra, e não sobre toda ela.
Dos vs. 8.7 ao 9.21, seis anjos tocam suas trombetas.
As primeiras quatro pragas das trombetas (vs. 7-12) atacam os quatro aspectos mais importantes da criação:
· Terra.
· Mar.
· Água potável.
· Céu (firmamento).
Nos próximos estudos, veremos que as quatro primeiras taças afetam as mesmas quatro regiões (16.1-9).
Dentro do período da igreja primitiva, essas visões foram cumpridas tanto por meio de calamidades naturais quanto por meio de calamidades espirituais semelhantes que afligiam a alma dos ímpios.
Reparem nos paralelos do vs.7, da saraiva e fogo com Êx 9.23-24; do vs.8, da água se transformando em sangue, com Êx 7.14-24; do vs.12, da escuridão, com Êx 10.21-23.
No vs.13 os “Ais!” - típico início de um oráculo profético (Am 5.18; 6.1). As três últimas trombetas são agrupadas como três "ais" (9.12; 11.14). Essas pragas discriminam especificamente entre justos e ímpios, como aconteceu com as pragas finais do Egito (Êx 9.4-6; 10.22-23; 11.1-7). Vamos a elas:


2 – A Quinta Trombeta – O Primeiro “Ai”

Ap 9:1 – “Depois o quinto anjo tocou a sua trombeta, e eu vi uma estrela que tinha caído do céu na terra, e ela recebeu a chave do abismo”.
Nesta quinta trombeta, João viu outra vez uma estrela caindo do céu. No entanto, a descrição da estrela da terceira trombeta (Ap 8:10-11) se difere da estrela da quinta. A primeira tinha conotação de objeto, nesta segunda, João imprime características de vontade e intelecto, onde recebe uma chave que abre um abismo – característica pertencente a um ser racional e não a um objeto inanimado. Vamos analisar o texto: “tinha caído do céu na terra”. Estrela na bíblia é traduzida por anjos. Em Jd 1:13, Jz 5:20, Jó 38:7 e Ap 1:20, veremos alguns destes textos que nos dão essa compreensão. João diz que esta estrela caiu do céu, e em Lc 10:18 Jesus diz: “Eu vi Satanás caindo do céu como o clarão de um relâmpago!” É muito interessante este paralelo. Ap 12:7-12, entra em detalhes sobre a queda de Satan, o dragão, e diz que ele tem a capacidade de enganar o mundo inteiro, e que fora lançado a terra junto com os seus anjos. E no vs.12 – diz: “Porém ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vocês com grande fúria, sabendo que lhe resta pouco tempo”.(NBV-P)

Ap 9: 2 – “A estrela abriu o poço do abismo, e dele saiu fumaça, como se fosse de uma grande fornalha. E o sol e o ar escureceram com a fumaça que saía do abismo”.
Uma das conseqüências desta queda estelar, é que o abismo foi aberto e dele saiu fogo e fumaça fazendo o sol e o ar escurecerem. A bíblia traduz abismo como morte, sepultura ou profundezas da terra (Lc 8:30-31; Rm 10:7) E ela recebeu a chave do abismo, ou seja, recebeu autoridade/permissão para levar pessoas a morte, mostrando que tudo está sob o controle de Deus e não o contrário. Na bíblia a luz é uma simbologia de Cristo e do nosso bom testemunho como seus servos (Mt 4:16; 5:14,16; 6:22; Jo 8:12), e também somos comparados ao “bom perfume de Cristo” (2 Co 2:15). Aparentemente, esse acontecimento trará dificuldade para o mundo enxergar esta luz e sentir este perfume, visto que a fumaça no ar bloqueia a respiração.

Ap 9: 3-4 – “De dentro da fumaça saíram gafanhotos, que desceram sobre a terra e receberam o mesmo poder que os escorpiões têm. Foi dito aos gafanhotos que não fizessem estragos nas ervas, nem nas árvores, nem em qualquer outra planta; somente podiam ferir as pessoas que não tivessem a marca do sinal de Deus na testa”.
Note que estes gafanhotos também não são literais como os de (Ex 10:13-15). Estes gafanhotos receberam o poder dos escorpiões, ou seja, de provocar dor. Perceba que eles não estragariam a natureza, mas feririam as pessoas que não tivessem o sinal de Deus.

Ap 9:5-6 – “Os gafanhotos não tiveram permissão para matar essas pessoas; eles podiam apenas torturá-las durante cinco meses. A dor que causavam nessa tortura era como a dor da picada de um escorpião. Naqueles cinco meses as pessoas procurarão a morte, mas não a encontrarão; vão querer morrer, mas a morte fugirá delas”.
Os gafanhotos são pragas que prejudicam a agricultura, mas que não possuem poder nocivo contra o homem. Desta forma, podemos perceber que estes gafanhotos trarão algum tipo de destruição que farão as pessoas que não foram marcadas por Deus desejar a morte. Uma tortura com tempo limitado de cinco meses.

Ap 9: 7-12 - “Os seus cabelos eram como cabelos de mulher, e os dentes eram como dentes de leão. As suas couraças eram parecidas com couraças de ferro, e o barulho das suas asas era como o barulho de carros puxados por muitos cavalos quando correm para a batalha. Os gafanhotos tinham rabos e ferrões como os de escorpiões, e era com os rabos que tinham o poder de ferir as pessoas por cinco meses. Eles tinham um rei que os governava, que era o anjo que toma conta do abismo. O seu nome em hebraico é Abadom e em grego é Apolião , isto é “O Destruidor”.O primeiro “ai” já passou. Depois disso, dois outros “ais” devem vir ainda”.
Essas características descritas por João revelam a força, a dor, a sagacidade e o grau de sofrimento que será despejado na terra por estes demônios.

3 – A Sexta Trombeta – O Segundo “Ai”

Ap 9: 13-14 – “Então o sexto anjo tocou a sua trombeta, e eu ouvi uma voz que vinha dos quatro cantos do altar de ouro que está diante de Deus. E ao sexto anjo, que tinha nas mãos a trombeta, a voz disse: — Solte os quatro anjos que estão amarrados perto do grande rio Eufrates!”
A expressão “o grande rio Eufrates” ocorre várias vezes no Antigo Testamento. Ele marcava a fronteira da Terra Prometida da dos povos inimigos. Quando o nome Eufrates ocorre, é sábio afirmar que depois de uma leitura literal há espaço para uma versão simbólica. O nome marca uma fronteira entre o bem e o mal, entre o reino de Deus e o de Satanás. Em Sl 72:8-9 mostra que somente na Era Messiânica estes limites serão tirados.


Ap 9: 15-19 – “Os quatro anjos foram soltos. Eles estavam preparados para essa hora, dia, mês e ano a fim de matar a terça parte da humanidade. E me foi dito que os soldados a cavalo eram duzentos milhões. Na minha visão vi os cavalos e os seus cavaleiros. Os cavaleiros tinham no peito couraças vermelhas como fogo, azuis como safira e amarelas como enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e da boca deles saía fogo, fumaça e enxofre. A terça parte da humanidade foi morta por estas três pragas: o fogo, a fumaça e o enxofre que saíam da boca dos cavalos. Pois o poder dos cavalos está na boca deles e também no rabo. O rabo parecia uma cobra com a cabeça na ponta dele, e com ele os cavalos feriam o povo”.
O texto mostra que quando eles são soltos os poderes das trevas entram numa esfera mundial, desta vez, com a permissão de Deus para atacar toda a humanidade. O número quatro significa impacto mundial (norte, sul, leste e oeste).
É o poder do Anticristo começará a perseguir os filhos de Deus, assim como a Babilônia e a Assíria o fizeram para peneirar o povo de Israel no passado e mostrar quem de fato obedecia a Deus de coração. “A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará; mas quem ficar firme até o fim será salvo. E a boa notícia sobre o Reino será anunciada no mundo inteiro como testemunho para toda a humanidade. Então virá o fim”.(Mt 24:12-14)
E será neste momento que o evangelho se tornará conhecido nos quatro cantos da terra. Por isto a voz soava nos quatro cantos do altar no céu. Altar na bíblia, fala de lugar de oferta, onde se depositava também o incenso. Nós somos o sacrifício que Deus deseja (Rm 12:1) e as orações dos santos o incenso (Sl 141:2).


Ap 9: 20-21 – “O resto da humanidade, isto é, todos os que não tinham sido mortos por essas pragas, não abandonou aquilo que eles haviam feito com as suas próprias mãos: eles não pararam de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. Também não se arrependeram dos seus crimes de morte, nem das suas feitiçarias, nem da sua imoralidade sexual, nem dos seus roubos”.
Estes versículos deixam bem claro que a humanidade não se arrependerá e continuarão propagando o mal contra Deus e contra o seu próximo. O que resultará em grandes e nefastas conseqüências que serão vistas nos próximos estudos.

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