“E Deus falou todas estas palavras: "Eu
sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão.
"Não terás outros deuses além de mim.
"Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma
imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra.
Não te prostrarás diante deles nem lhes
prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os
filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que
me desprezam, mas trato com bondade até
mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos”.
(Ex 20:1-6 - NVI)
1 -
Introdução
Uma das histórias mais espetaculares de
toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos e não cristãos é a narrativa
das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a maneira incrível que o
Êxodo aconteceu.
Estas terríveis pragas tinham por objetivo
conduzir Faraó ao arrependimento e revelar que YHWH é o único verdadeiro Deus,
o Rei soberano no universo. Faraó era o título dado ao rei do Egito, e ele se
auto-intitulava “filho de Rá”, como um deus. Além do deus falso Rá, os egípcios
criam em um panteão de outros deuses que eram tidos como os responsáveis pela
vida, fertilidade, imortalidade, etc. (Êxodo 9:16; 12:12; 1 Samuel 4:8)
2 - Contexto da
História
Após anos do Dilúvio, Cam se
deparou com Noé embriagado e viu a sua nudez em sua tenda, e teria delatado
seus irmãos, ao invés de cobrir o pai (Gn 9). Quando recobrou a consciência, Noé amaldiçoou o filho de Cam,
Canaã, referindo-se a ele como o "servo dos servos". Gênesis 9:25 "e disse: Maldito seja
Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos". Noé continua abençoando seus outros dois filhos, e novamente
dizendo que Canaã seria escravo deles (Gn
9:25-26 ).
Mesmo debaixo de tal condenação,
seus descendentes floresceram. Entretanto, ao proferir tais palavras, Noé
estaria profetizando que um dos descendentes de Sem (seu irmão), iria herdar a terra dos
cananeus, apontando assim para a descendência de Abraão.
Cam teve filhos e um deles,
chamado Mizraim, foi pai de oito filhos que ocuparam todos os países que estão
entre Gaza e o Egito.
Se olharmos no contexto
bíblico, veremos que eles se afastaram totalmente do Deus de seu ancestral Noé
e que o Egito veio a se tornar uma grande e poderosa nação cujos deuses nada
tinham a ver com YHWH.
Até que um dia, a fome veio
sobre toda a terra da Mesopotâmia, quando seus irmãos (povos descendentes de Sem e Jafé), vieram lhe pedir ajuda.
O interessante é que essa ajuda
só fora possível porque José estava no Egito nessa época, e fora usado por Deus
para preparar aquela nação para tão terrível tempo.
O restante da história todos
conhece... 430 anos se passaram e os egípcios se esqueceram quem fora José e o
que o seu Deus havia feito por aquela nação, escravizando toda a sua
descendência. Até que um dia, Israel se volta ao Senhor e clama por libertação,
e Deus os ouve enviando um líder – Moisés.
3 – As Pragas e suas
Implicações
A passagem
bíblica que contém os Dez Mandamentos começa afirmando: "Eu
sou o Eterno, teu Deus, que te tirou do Egito da casa da escravidão! Não terás
outros deuses além de Mim”. (Ex 20:2-3)
Depois de tanto tempo
vivendo numa nação pagã, Israel também havia se esquecido de Deus e de como
cultuá-lo.
Por isso, para que o povo
soubesse quem era Deus, ainda no Egito o Senhor se fez reconhecido mostrando
Seu poder e autoridade sobre a natureza, o homem e os deuses pagãos.
Por isso enviou as pragas e
também por isso somente a partir da 4ª praga Israel teve tratamento
diferenciado do povo egípcio.
Cada uma das dez pragas foi
dolorosamente literal e dirigida contra algum aspecto daquela falsa religião.
Segundo Rabi
D. Isaac Abravanel, um dos objetivos das pragas era convencer o Faraó, seu povo
e, conseqüentemente, toda a humanidade de três verdades fundamentais sobre Deus:
Sua Existência, Sua Divina Providência - ou seja, que a Mão de Deus está presente
em tudo o que acontece na vida dos homens e das nações - e Sua Onipotência. Por isto, a primeira praga de cada grupo é
precedida por uma declaração que caracteriza um desses princípios.
3.1) A primeira Série: sangue, rãs e piolhos
“Assim falou Deus: 'Nisto saberás que sou o Eterno'" (7:17). A afirmação indica que o objetivo da primeira série é
estabelecer a inegável existência de um Deus Único, Criador Absoluto e Senhor
do Universo.
A primeira praga atinge o Nilo - considerado pelos egípcios uma
divindade. Naquele tempo havia escassez de chuvas no Egito e a principal fonte
de água era este rio que, ao extravasar, irrigava a terra. Por isso os egípcios
o consideravam a divindade responsável pelo seu sustento. Quando, seguindo a
ordem Divina, Arão golpeia o Nilo com seu cajado, não só suas águas, mas as de
todo o Egito, transformam-se em sangue. A primeira praga veio para demonstrar
aos egípcios que sua "divindade, o rio", não era capaz de deter a
Vontade do Criador. A tradição judaica explica que, para os judeus, a
transformação das águas do Nilo em sangue foi muito significativa, pois
compreenderam que Deus estava punindo os egípcios por terem jogado nas águas
daquele rio o sangue de seus filhos.
Pela segunda vez o Faraó se recusa a libertar Israel. Deus,
então, ordena a Arão que estenda novamente a mão sobre o Nilo. Rãs emergem do
rio e se multiplicam incessantemente, invadindo as casas egípcias. A segunda
praga era a prova de que não só o Nilo não conseguira deter a Vontade do
Criador, mas que, ao produzir as rãs, o próprio rio estava ao Seu serviço.
Uma terceira praga castiga o Egito, após nova recusa do Faraó em
se dobrar perante Deus. Após Arão ter golpeado o pó com o cajado, seguindo a
ordem Divina, a terra de todo o Egito se transforma em piolhos e pequenos
insetos, que picam mortalmente os egípcios e seus animais. Foi no decorrer
desta terceira praga que os feiticeiros egípcios alertam seu rei que Moisés e
Arão não eram magos nem tampouco eram "as ocorrências" fruto de algum
tipo de feitiçaria. Eram enviados de Deus. Segundo a tradição, foi no final
dessa praga que os judeus pararam de trabalhar para os egípcios.
Esta primeira série de pragas foi lançada por Arão e não por
Moisés, porque este tinha um débito de gratidão com as águas do Nilo e com a
terra do Egito. Quando Moisés nasceu, sua mãe, para salvá-lo do édito
infanticida egípcio, colocou-o numa cesta sobre o rio e as águas o manteve
vivo, conduzindo-o até Batia, filha do Faraó, que o resgatou. A terra também o
ajudou, pois encobriu o corpo de um algoz egípcio, que Moisés matara para
salvar a vida de um judeu. Deus, portanto, incumbiu Arão de lançar as primeiras
três pragas, porque, como Ele próprio afirma, "as águas que cuidaram de ti quando
foste lançado ao Nilo...e a terra que veio em teu auxílio quando mataste o
egípcio...não é justo que por ti sejam amaldiçoadas".
3.2) A Segunda Série:
animais selvagens, peste e tumores
Iniciando o segundo grupo, a quarta praga é precedida pela
declaração Divina: "Para que saibas que sou o Eterno no meio da terra" (
8:18). Por todo o Egito, bandos de
animais selvagens, cobras e escorpiões atacam os egípcios, mesmo dentro de seus
lares, e destroem tudo que encontram pelo caminho. Mas, como Deus afirmara, "Separarei nesse dia a
terra de Goshem", nenhum destes animais
adentrou na terra onde habitavam os judeus. Segundo a tradição, numa clara
demonstração de Seu Poder, mesmo os judeus que estavam em outros lugares não
foram atacados.
A quinta praga é uma peste fatal que mata os animais domésticos
dos egípcios que pastavam nos campos, inclusive os carneiros, que eram
considerados um de seus deuses. No entanto, nenhum animal de qualquer judeu foi
atingido. Segundo Rabi Alkabetz, a partir daquele momento o sofrimento egípcio
se tornou tão intenso, que até o Faraó já estava disposto a ceder. Deus, no
entanto, endureceu-lhe o coração, pois queria que os Filhos de Israel vissem a
totalidade e abrangência de Sua Força e aprendesse a Nele ter fé.
A sexta praga que atinge os egípcios e seus animais, chamada de tumores,
eram bolhas que se transformavam em úlceras, causando grande sofrimento físico.
Mesmo os feiticeiros egípcios foram atingidos pela doença.
Esta segunda série de pragas foi uma clara demonstração de que a
Providência Divina, a Mão de Deus, está presente em tudo o que acontece. O fato
de nenhum judeu ter sido atingido era mais uma prova de que Deus controla tudo
que ocorre no mundo, inclusive o comportamento dos animais e as aflições
físicas.
3.3) A Terceira Série: granizo, gafanhotos e escuridão
O objetivo desta última série de pragas, anunciado pela
declaração "Para
que saibas que não há ninguém como Eu, em toda a Terra" (9:14), foi demonstrar o infinito poder de Deus. Outro propósito para
a ação Divina é revelado por Moisés, quando informa ao Faraó que, apesar de
merecer morrer, sua vida fora poupada para que ele reconhecesse a grandeza do
Deus Único e Verdadeiro. "Para que Meu Nome seja anunciado em toda a terra" (9:16), afirma Deus. E para que fosse transmitido, de geração em
geração, o relato do que estava ocorrendo no Egito, ou seja, a manifestação
explícita de Sua Vontade.
Na sétima, uma violenta tempestade de granizo assola o país. O
mundo nunca vira algo igual. Muito menos o Egito, onde, devido à escassez de
chuva, este fenômeno meteorológico era desconhecido. Havia um aspecto
sobrenatural nesta praga: o granizo vinha acompanhado de raios que incendiava a
terra egípcia (9:23). Antes da sétima praga, Deus alertou os egípcios para procurarem
abrigo durante a chuva de granizo, pois, nenhum ser e nenhum vegetal escapariam
sem ferimento. E os que acreditaram nas palavras de Moisés procuraram abrigo,
tanto para si como para o gado que restou.
Na oitava praga, um vento do leste trouxe nuvens de gafanhotos.
Os insetos devoraram cada folha verde que sobrevivera ao granizo e às pragas
anteriores. Invadiram os lares e os campos egípcios e trouxeram ruína total ao
país, já praticamente destruído pelas catástrofes anteriores. Pela primeira
vez, o Faraó reconhece seus erros, mas ainda permaneceu firme na determinação
de não deixar partirem os judeus.
Quando a nona praga se abateu sobre o Egito, uma "escuridão
tangível", impenetrável, tão densa que apagava qualquer luz, envolveu o
país por seis dias. Mais uma vez, um fenômeno natural - a escuridão - se
manifestou de forma sobrenatural, pois enquanto nos lares egípcios não era
possível acender uma luz, nos lares judaicos, havia luz abundante. Os egípcios,
tomados de pavor, permaneceram imóveis onde se encontravam. Ao descrever a
praga, a Torá menciona "escuridão e trevas": escuridão no sentido
físico e trevas no sentido espiritual. A Torá nos ensina que esta praga
refletia o egoísmo prevalente no Egito: "Não via nenhum homem a seu irmão", pois cada egípcio via somente a si próprio; assim aconteceu
durante a praga da escuridão, ninguém se mexeu para socorrer o outro, pois a
ajuda mútua não fazia parte de sua visão de mundo.
3.4) A Décima Praga: a morte dos primogênitos egípcios
A décima e última praga é amplamente anunciada por Moisés, que
alerta o Faraó que, por volta da meia-noite o anjo da morte passaria sobre o
Egito e golpearia todos os primogênitos - filhos de homens ou de animais.
Seu aspecto de punição é imensamente mais severo do que o das
outras, cujo principal objetivo era incutir nos egípcios a fé em Deus. Durante
esta praga, Deus, Juiz Supremo, executou o castigo, "medida por
medida", pelo decreto de extermínio que o Egito lançara contra o Povo
Judeu. O Faraó, que emitira a ordem de que todo menino judeu fosse afogado no
Nilo, e os egípcios, que a haviam executado, presenciaram a morte de seus
primogênitos na noite que antecedeu o Êxodo.
À meia-noite, todos os primogênitos egípcios, inclusive o filho
do Faraó, faleceram a um só tempo. A única exceção foi o Faraó, ele era um
primogênito, mas Deus poupou-lhe a vida porque, às margens do Mar de Juncos, no
episódio da abertura do mar, ele ainda iria testemunhar, uma vez mais, o
ilimitado poder de Deus.
Naquela fatídica noite nenhum judeu faleceu; Deus postergou até
mesmo a morte dos que haviam terminado seu tempo na Terra. Demonstrava assim,
mais uma vez, a clara distinção entre os oprimidos e os opressores.
Naquela noite, os Filhos de Israel vivenciaram uma nova dimensão
da Justiça Divina e tiveram a certeza que o Verdadeiro e Misericordioso Deus os
libertara da escravidão.
4 - Conclusão
Em toda narrativa bíblica observamos que Deus
não aceita idolatria e traz punição a todo aquele que, de alguma forma a
pratica ou permite sua prática.
Foi esse o motivo da destruição da Torre de
Babel, foi por este motivo que Deus enviou as pragas ao Egito, por isso também
castigou o povo de Israel no deserto e posteriormente todos os reis que tiveram,
dividindo-os no tempo de Roboão pelo pecado de Salomão. Também esta foi à causa
do exílio de Israel na Assíria e de Judá na Babilônia.
Não se engane esse é um pecado do qual Deus
não perdoa. Esse é o pecado que Marcos 3:28-29
se refere, como a blasfêmia contra o Espírito Santo. Aquele que escolhe se
rebelar contra o único Deus em prol dos ídolos não tem perdão, ou seja, aquele
que pratica idolatria sem arrependimento.
“Eis que sofrereis sobre as vossas cabeças todas as conseqüências de
vossos pecados horrendos de idolatria! E todos vós sabereis que Eu Sou YHWH, o
Eterno Senhor Deus”. (EZ 23:49 - KJA)
Curiosidade:
Este link tem uma matéria que mostra como a
ciência explica e comprova as Pragas do Egito.
https://noticias.gospelmais.com.br/as-dez-pragas-do-egito.htmlQUESTIONÁRIO:
1
– Faraó era o título dado ao rei do Egito, mas ele se auto-intitulava como...
Filho de Rá, um deus.
2
– Quantos anos o povo de Israel ficou no Egito?
430 anos
3
– A partir de qual praga o povo de Israel foi privilegiado por deus?
4ª praga – moscas ou insetos
4
- Segundo Rabi D. Isaac Abravanel,
quais eram as 3 verdades sobre Deus que as pragas revelavam?
Sua Existência, Sua Divina Providência e Sua
Onipotência
5 – Qual foi a primeira série de pragas?
sangue,
rãs e piolhos
6 –
Qual era o significado para o povo de Israel, a transformação das águas do Nilo
em sangue?
Deus estava
punindo os egípcios por terem jogado nas águas daquele rio o sangue de seus
filhos.
7
– De que forma Arão chama a praga dos piolhos ao Egito?
Tocando com o cajado na terra a transformando em piolhos.
8
– Qual foi a segunda série de pragas?
Moscas, pestes e tumores
9
– Qual foi a terceira série de pragas?
granizo, gafanhotos e escuridão
10
– A praga da escuridão tinha uma característica peculiar e sobrenatural. Qual
era?
Apagava qualquer luz que fosse acesa.
11
– Na praga dos primogênitos, Deus fez uma exceção ao povo egípcio, qual foi?
Poupou a vida do faraó quem também era primogênito
12
– Essa história nos revela que existe algo que deus não tolera de jeito nenhum,
o que seria?
A idolatria
13
– O povo do Egito era descendente de qual filho de Noé?
Cam
14
– Como era a praga conhecida como saraiva?
Granizo e relâmpagos que incendiava o local que caia.
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