"Vocês têm dito palavras duras contra
mim", diz o Senhor. "Ainda assim perguntam: ‘O que temos falado
contra ti? "Vocês dizem: ‘É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando
obedecemos aos seus preceitos e andamos lamentando diante do Senhor dos
Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto
prospera o que pratica o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus! ’
" ( Ml 3:13-15)
1 - Introdução
Quando nós cristãos nos
afastamos da cruz e nos deixamos vencer pelo mundanismo, as consequências são
duras: passamos a desconfiar do amor de Deus, tornamo-nos descomprometidos com
a família, relapsos na adoração e serviço a Deus, e como igreja passamos a
buscar aceitação do mundo pela semelhança e não pela diferença. Por causa
dessas circunstâncias, nos tempos de Israel, Deus levantou o profeta Malaquias
para chamar seu povo ao arrependimento…
2 - Desconfiados do Amor de Deus
Muitas vezes sentimos que já houve um tempo de nossa vida que
nos sentimos mais próximos de Deus que hoje.
Talvez estejamos experimentando um distanciamento das coisas
espirituais que não tenha acontecido de propósito. Como um pequeno furo em um
pneu que, devagar, mas constantemente vai se esvaziando, a nossa paixão
espiritual foi indo embora sem fazer alarde. No lugar de um dedicado seguidor
de Cristo, sem querer nos tornamos uma mãe, estudante, um profissional em tempo
integral — e um seguidor de Cristo em meio período. Continuamos crendo em Deus,
mas aos poucos começamos a viver como se Ele não existisse…
Essa era a experiência de Judá pouco tempo depois de terem
voltado do exílio na Babilônia. O povo sofria com a pobreza e a dominação
estrangeira na pequena província de Judá. A rotina das cerimônias religiosas
era continuada, mas o entusiasmo foi sendo perdido. Onde estava o Deus de seus
pais? Importava mesmo servi-lo? Tinham de tal modo deixado de viver como se
Deus existisse que passaram a questionar, a desconfiar do amor de Deus e da Sua
grandeza. Então Deus disse: Eu tenho
amado vocês. E vocês me retrucam dizendo: em que e de que maneira Deus nos tem
amado? (Ml 1.2)
É isso que acontece conosco quando deixamos que o valor da cruz
seja encolhido em nossas vidas, quando deixamos de viver em arrependimento e
fé, buscando a aceitação por parte de uma sociedade rebelde contra Deus pelas
semelhanças e não pelas diferenças: começamos a viver desconfiados do amor de
Deus…
3 – Relapsos na Adoração a Deus
Quando
a dúvida nos assalta a primeira coisa que fica comprometida é a nossa adoração.
É
como num relacionamento entre homem e mulher. Quando a certeza do sentimento do
outro é questionada a primeira coisa afetada é a intimidade.
A
dúvida causa o medo do abandono e por conseqüência o afastamento parece justificável
ao sofrimento.
O
povo judeu estava sofrendo conseqüências de seus próprios pecados, mas os
negava achando que Deus é quem não os amava mais, e por isso, passaram a lhe
oferecer uma adoração questionável. Ofertas com defeito e cultos meramente
obrigatórios.
Quando
uma situação foge do nosso entendimento, a primeira coisa que nos vem à cabeça
é: Deus não me ama. E por acharmos isso, já não lhe damos um culto racional.
Passamos a cumprir um programa de culto sem entrega. Estamos presentes de
corpo, mas ausentes emocionalmente.
Por
isso, as coisas de fora passam a fazer mais sentido e nos chamam mais a atenção,
oferecendo aquilo que achamos que Deus não pôde nos proporciona.
4 – Descomprometidos
com a Família
Buscar a felicidade parece à coisa certa a fazer. O problema é:
o que parece certo nem sempre é certo. Provérbios
14.12 ensina: Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte. Quando acreditamos que as coisas deste mundo nos
proporcionarão felicidade isto significa que estamos nos contentando com uma
falsa ilusão. Quando cremos que nossa busca da felicidade nos dá licença para
pecar, tornamo-nos cristãos ateus.
Deus jamais fecha os olhos para o pecado, por mais felizes que
esse pecado pareça nos tornar. Continuamos crendo em Deus, mas aos poucos
começamos a viver como se Ele não existisse…
Essa era a experiência do povo da aliança no Antigo Testamento
pouco tempo depois de terem voltado do exílio na Babilônia — depois dos dias de
Esdras e Neemias. Já havia passado tempo suficiente para que o avivamento desse
lugar a uma letargia. Os cultos eram realizados com enfado. O povo e suas
lideranças tinham se tornados arrogantes, relapsos na adoração. Negociaram
valores, torceram a interpretação da Lei, ignoraram seus profetas e rejeitaram
a mensagem que confrontava seus pecados. A relativização moral foi vista
especialmente na falta de compromisso com a família e com seus casamentos.
Como igreja, pertencemos a uma família espiritual, porém poucas
pessoas têm essa percepção familiar.
Não tem como amarmos o Pai e abandonarmos sua casa. É como se a
presença do Pai nos incomodasse e ao invés, colocamos culpa no irmão.
Nenhum pai gosta de ver a família separada, pelo contrário, ele
sente prazer na reunião da família e de todos poderem estar à mesa.
5 –
Desdenhosos do Juízo de Deus.
O pouco tempo que nos afastamos de
sua casa já é o bastante para olharmos para os outros com apontamentos. Afinal,
se Deus não me ama é certo que também não ama quem está lá dentro. E isso passa
a soar como verdade enquanto achamos que o motivo dos outros permanecerem lá é
a hipocrisia e a falsidade.
Acreditamos que se Deus não os
pune é porque esse Deus de fato não se importa. Então por que nos preocupar de
fazer tudo certo se Ele nem se preocupa em punir quem erra?
Com isso, passamos a duvidar
dessa justiça e achar que Ele na verdade é complacente com os erros.
O povo judeu caiu no mesmo erro.
Ouviam a repreensão dos profetas,
mas não davam ouvidos por achar que Deus tinha que punir primeiro os
sacerdotes.
6 - Negligentes com a missão
de Deus
Uma das coisas que nos leva a um esvaziamento da nossa fé
é quando migramos a nossa confiança em Deus para a confiança nos bens, nas
falsas amizades e no mundo. Somos constantemente tentados a confiar na
segurança que supostamente essas coisas podem nos trazer. E isso nos
acontece sem que o percebamos.
A maioria de nós reclama dos relacionamentos dentro da casa do
Pai, culpando o irmão pelos problemas familiares. Mas qual de nós está disposto
a zelar pelo bom convívio ao invés de ter razão?
Esse também era um dos pecados do qual Deus chamou o povo de
Israel ao arrependimento através do profeta Malaquias. O momento
histórico era de sofrimento com a pobreza e a dominação estrangeira. Com isso
começaram a questionar o amor de Deus e a sua justiça, pensando se valeria
mesmo à pena servi-lo. Em pouco tempo estavam vivendo como se Deus não
existisse.
7 – Conclusão
Se Deus não
nos ama e não nos sentimos a vontade em Sua companhia, logo deixamos de
freqüentar Sua casa culpando os outros e com isso esperamos Sua exortação.
Já que Ele
não nos exortou é porque não se importa, e se não se importa com nosso
afastamento, pra que temos que compartilhar o amor Dele? Nossa missão então é
abortada e passamos a nos sentir desobrigados a servi-lo.
Com isso,
passamos a ser cristãos ateus. Pessoas desanimadas da fé.
Cremos em
Deus, mas desconfiamos do Seu amor. Acreditamos na salvação, mas não estamos
dispostos a segui-Lo. Confiamos na bíblia, mas não como um todo. Cremos na
graça, mas rejeitamos os mandamentos. Entendemos que temos uma missão nesta
terra, mas escolhemos negligenciá-la vivendo segundo a nossa própria vontade.
Poderemos até
dizer que ainda somos cristãos mas viveremos como se Deus não existe, assim
como os ateus o fazem.
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