sábado, 4 de agosto de 2018

Cristão Ateu - Crendo em Deus, mas Vivendo como se Ele não Existisse



"Vocês têm dito palavras duras contra mim", diz o Senhor. "Ainda assim perguntam: ‘O que temos falado contra ti? "Vocês dizem: ‘É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e andamos lamentando diante do Senhor dos Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prospera o que pratica o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus! ’ " ( Ml 3:13-15)

1 - Introdução

Quando nós  cristãos nos afastamos da cruz e nos deixamos vencer pelo mundanismo, as consequências são duras: passamos a desconfiar do amor de Deus, tornamo-nos descomprometidos com a família, relapsos na adoração e serviço a Deus, e como igreja passamos a buscar aceitação do mundo pela semelhança e não pela diferença. Por causa dessas circunstâncias, nos tempos de Israel, Deus levantou o profeta Malaquias para chamar seu povo ao arrependimento…

2 - Desconfiados do Amor de Deus

Muitas vezes sentimos que já houve um tempo de nossa vida que nos sentimos mais próximos de Deus que hoje.
Talvez estejamos experimentando um distanciamento das coisas espirituais que não tenha acontecido de propósito. Como um pequeno furo em um pneu que, devagar, mas constantemente vai se esvaziando, a nossa paixão espiritual foi indo embora sem fazer alarde. No lugar de um dedicado seguidor de Cristo, sem querer nos tornamos uma mãe, estudante, um profissional em tempo integral — e um seguidor de Cristo em meio período. Continuamos crendo em Deus, mas aos poucos começamos a viver como se Ele não existisse…
Essa era a experiência de Judá pouco tempo depois de terem voltado do exílio na Babilônia. O povo sofria com a pobreza e a dominação estrangeira na pequena província de Judá. A rotina das cerimônias religiosas era continuada, mas o entusiasmo foi sendo perdido. Onde estava o Deus de seus pais? Importava mesmo servi-lo? Tinham de tal modo deixado de viver como se Deus existisse que passaram a questionar, a desconfiar do amor de Deus e da Sua grandeza. Então Deus disse: Eu tenho amado vocês. E vocês me retrucam dizendo: em que e de que maneira Deus nos tem amado? (Ml 1.2)
É isso que acontece conosco quando deixamos que o valor da cruz seja encolhido em nossas vidas, quando deixamos de viver em arrependimento e fé, buscando a aceitação por parte de uma sociedade rebelde contra Deus pelas semelhanças e não pelas diferenças: começamos a viver desconfiados do amor de Deus…

3 – Relapsos na Adoração a Deus

Quando a dúvida nos assalta a primeira coisa que fica comprometida é a nossa adoração.
É como num relacionamento entre homem e mulher. Quando a certeza do sentimento do outro é questionada a primeira coisa afetada é a intimidade.
A dúvida causa o medo do abandono e por conseqüência o afastamento parece justificável ao sofrimento.
O povo judeu estava sofrendo conseqüências de seus próprios pecados, mas os negava achando que Deus é quem não os amava mais, e por isso, passaram a lhe oferecer uma adoração questionável. Ofertas com defeito e cultos meramente obrigatórios.
Quando uma situação foge do nosso entendimento, a primeira coisa que nos vem à cabeça é: Deus não me ama. E por acharmos isso, já não lhe damos um culto racional. Passamos a cumprir um programa de culto sem entrega. Estamos presentes de corpo, mas ausentes emocionalmente.
Por isso, as coisas de fora passam a fazer mais sentido e nos chamam mais a atenção, oferecendo aquilo que achamos que Deus não pôde nos proporciona.

4 – Descomprometidos com a Família


Buscar a felicidade parece à coisa certa a fazer. O problema é: o que parece certo nem sempre é certo. Provérbios 14.12 ensina: Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte. Quando acreditamos que as coisas deste mundo nos proporcionarão felicidade isto significa que estamos nos contentando com uma falsa ilusão. Quando cremos que nossa busca da felicidade nos dá licença para pecar, tornamo-nos cristãos ateus.
Deus jamais fecha os olhos para o pecado, por mais felizes que esse pecado pareça nos tornar. Continuamos crendo em Deus, mas aos poucos começamos a viver como se Ele não existisse…
Essa era a experiência do povo da aliança no Antigo Testamento pouco tempo depois de terem voltado do exílio na Babilônia — depois dos dias de Esdras e Neemias. Já havia passado tempo suficiente para que o avivamento desse lugar a uma letargia. Os cultos eram realizados com enfado. O povo e suas lideranças tinham se tornados arrogantes, relapsos na adoração. Negociaram valores, torceram a interpretação da Lei, ignoraram seus profetas e rejeitaram a mensagem que confrontava seus pecados. A relativização moral foi vista especialmente na falta de compromisso com a família e com seus casamentos.
Como igreja, pertencemos a uma família espiritual, porém poucas pessoas têm essa percepção familiar.
Não tem como amarmos o Pai e abandonarmos sua casa. É como se a presença do Pai nos incomodasse e ao invés, colocamos culpa no irmão.
Nenhum pai gosta de ver a família separada, pelo contrário, ele sente prazer na reunião da família e de todos poderem estar à mesa.

5 – Desdenhosos do Juízo de Deus.

 

O pouco tempo que nos afastamos de sua casa já é o bastante para olharmos para os outros com apontamentos. Afinal, se Deus não me ama é certo que também não ama quem está lá dentro. E isso passa a soar como verdade enquanto achamos que o motivo dos outros permanecerem lá é a hipocrisia e a falsidade.

Acreditamos que se Deus não os pune é porque esse Deus de fato não se importa. Então por que nos preocupar de fazer tudo certo se Ele nem se preocupa em punir quem erra?

Com isso, passamos a duvidar dessa justiça e achar que Ele na verdade é complacente com os erros.

O povo judeu caiu no mesmo erro.

Ouviam a repreensão dos profetas, mas não davam ouvidos por achar que Deus tinha que punir primeiro os sacerdotes.

 

6 - Negligentes com a missão de Deus


Uma das coisas que nos leva a um esvaziamento da nossa fé é quando migramos a nossa confiança em Deus para a confiança nos bens, nas falsas amizades e no mundo. Somos constantemente tentados a confiar na segurança que supostamente essas coisas podem nos trazer. E isso nos acontece sem que o percebamos.
A maioria de nós reclama dos relacionamentos dentro da casa do Pai, culpando o irmão pelos problemas familiares. Mas qual de nós está disposto a zelar pelo bom convívio ao invés de ter razão?
Esse também era um dos pecados do qual Deus chamou o povo de Israel ao arrependimento através do profeta Malaquias.  O momento histórico era de sofrimento com a pobreza e a dominação estrangeira. Com isso começaram a questionar o amor de Deus e a sua justiça, pensando se valeria mesmo à pena servi-lo. Em pouco tempo estavam vivendo como se Deus não existisse.

7 – Conclusão

Se Deus não nos ama e não nos sentimos a vontade em Sua companhia, logo deixamos de freqüentar Sua casa culpando os outros e com isso esperamos Sua exortação.
Já que Ele não nos exortou é porque não se importa, e se não se importa com nosso afastamento, pra que temos que compartilhar o amor Dele? Nossa missão então é abortada e passamos a nos sentir desobrigados a servi-lo.
Com isso, passamos a ser cristãos ateus. Pessoas desanimadas da fé.
Cremos em Deus, mas desconfiamos do Seu amor. Acreditamos na salvação, mas não estamos dispostos a segui-Lo. Confiamos na bíblia, mas não como um todo. Cremos na graça, mas rejeitamos os mandamentos. Entendemos que temos uma missão nesta terra, mas escolhemos negligenciá-la vivendo segundo a nossa própria vontade.
Poderemos até dizer que ainda somos cristãos mas viveremos como se Deus não existe, assim como os ateus o fazem.

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