*** Somente a Bíblia e a Palavra de Deus ***
“Quanto a você, continue firme nas verdades que aprendeu e em que creu de todo o coração. Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã. E, desde menino, você conhece as Escrituras Sagradas, as quais lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações”. (1 Timóteo, 3:14-17)
1
- Introdução:
Em 1521
Martinho Lutero compôs uma música entitulada “Castelo Forte é o nosso Deus”. E
foi composto num momento muito interessante porque em 1517, Martinho Lutero
afixou nas portas da Capela de Wittenberg
suas 95 teses que convocavam os
teólogos da ocasião para um debate a respeito das indulgencias, das
penitências, das cobranças financeiras que o Catolicismo Romano da época fazia
em troca do perdão para os pecados.
E Martinho
Lutero levantou a sua voz e chamou a todos pra conversa. O imperador germânico
Carlos V, em 1921, a mando do Papa, convoca a Dieta de Worms (assembléia que
julgou Martinho Lutero por crimes contra a Igreja Católica) com a
finalidade de Martinho Lutero se retratar com a igreja ou ser excomungado da
igreja. Havia uma pena na época para hereges que era, morrer queimado na
fogueira, e foi neste contexto que Lutero escreveu esta canção.
Daí surge a
Reforma Protestante do século XVI.
2
– Quem foi Martinho Lutero
Martinho Lutero (Martin Luther) foi um padre alemão que, em
1517, fez severas críticas à Igreja Católica quanto à cobrança de indulgências,
o protecionismo à Bíblia e a práticas religiosas infundadas. Membro clerical e
professor de teologia, Lutero iniciou um manifesto contra a Igreja, chamado
Reforma Protestante. Também foi o responsável pela tradução da Bíblia, em
latim, para o alemão. Por ser escrito em latim, somente o clero tinha acesso às
Sagradas Escrituras e Lutero defendia que a leitura da Bíblia era para todos.
Lutero reuniu todas as suas críticas em um documento intitulado “As 95 teses”.
Em 1520, o papa Leão X, incomodado, escreveu um documento exigindo a retratação de Lutero, sob pena de sua excomunhão. Em praça pública, Lutero respondeu ateando fogo ao documento do papa. Foi instaurada uma crise política na Alemanha. Lutero foi convocado a se retratar.
Quando chegou à Assembléia, Lutero foi apresentado a seus livros, expostos sobre uma mesa. Quando perguntado se os livros eram de sua autoria, respondeu que sim. Foi submetido à segunda pergunta: “Concordas com o conteúdo ali escrito ou quer se retratar?”. Lutero, ressabido, pediu um tempo para responder. Foi lhe concedido prazo de 24 horas. No outro dia, Lutero respondeu: “A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles freqüentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém!”.
Lutero se salvou da pena de morte (veio a morrer em 1546 de morte natural), mas foi excomungado. Suas palavras contra a cobrança de indulgências (salvação) e à simonia (vendas de artigos religiosos falsamente sagrados) abalaram os pilares da Igreja Católica, tornando-a mais humana e menos capciosa, e influenciaram no surgimento da Igreja Protestante. A mesma que, hoje, vende o óleo santo, Barganha o dízimo e julga as pessoas em vão, ao invés de julgar os atos mediante a Palavra de Deus.
Em 1520, o papa Leão X, incomodado, escreveu um documento exigindo a retratação de Lutero, sob pena de sua excomunhão. Em praça pública, Lutero respondeu ateando fogo ao documento do papa. Foi instaurada uma crise política na Alemanha. Lutero foi convocado a se retratar.
Quando chegou à Assembléia, Lutero foi apresentado a seus livros, expostos sobre uma mesa. Quando perguntado se os livros eram de sua autoria, respondeu que sim. Foi submetido à segunda pergunta: “Concordas com o conteúdo ali escrito ou quer se retratar?”. Lutero, ressabido, pediu um tempo para responder. Foi lhe concedido prazo de 24 horas. No outro dia, Lutero respondeu: “A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles freqüentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém!”.
Lutero se salvou da pena de morte (veio a morrer em 1546 de morte natural), mas foi excomungado. Suas palavras contra a cobrança de indulgências (salvação) e à simonia (vendas de artigos religiosos falsamente sagrados) abalaram os pilares da Igreja Católica, tornando-a mais humana e menos capciosa, e influenciaram no surgimento da Igreja Protestante. A mesma que, hoje, vende o óleo santo, Barganha o dízimo e julga as pessoas em vão, ao invés de julgar os atos mediante a Palavra de Deus.
3
– OS Fundamentos da Reforma
Na reforma
protestante existem dois personagens principais, que foram: Martinho Lutero e
João Calvino. Eles estabeleceram algumas bases ou fundamentos para a nossa
compreensão do evangelho. Que ficou conhecido como os 5 Solas (palavra latina
traduzida por somente).
·
SOLA
SCRIPTURA = Somente a Bíblia é a Palavra de Deus
·
SOLA
GRATIA = Somente
a Graça perdoa os pecados
·
SOLA
FIDE = Somente
a Fé leva a Salvação
·
SOLUS
CHRISTUS = Somente Cristo é o salvador
·
SOLI
DEO GLORIA = Somente a Deus seja a Glória.
1 - Sola Scriptura (Somente a Bíblia é a Palavra de Deus)
I. O Papa não tem a palavra final
De acordo com a teologia católica ortodoxa, o papa
é o grande líder da igreja e atua como vigário (isto é, substituto) de Cristo
na terra. Para atuar como substituto de Cristo, o líder máximo da igreja
precisa possuir infalibilidade, pois se Cristo não erra, seu substituto também
não pode errar. A teologia romana definiu essa infalibilidade do papa, em
linhas gerais, afirmando que, quando o papa fala ex cathedra, isto
é, quando trata de assuntos doutrinários, em virtude do auxílio que recebe de
Deus, é infalível.
Essa declaração, porém, não é suficiente para
esclarecer a natureza e o caráter dessa infalibilidade. Os escritores bíblicos foram
preservados do erro na composição de seus escritos porque foram inspirados pelo
Espírito Santo. A infalibilidade papal não é assim. De acordo com a teologia
católica, o papa é infalível não por inspiração, isto é, não pela mesma obra do
Espírito, por meio da qual os escritores bíblicos foram preservados do erro.
Sua infalibilidade não consiste no recebimento de novas revelações da parte de
Deus e na elaboração do ensino divino, mas apenas no fato de que ele pode
explicar fielmente a tradição da igreja e a doutrina dos apóstolos. Ainda de
acordo com a teologia católica ortodoxa, a infalibilidade do papa também não
significa que as palavras ditas pelo papa em assuntos religiosos sejam a
Palavra de Deus, significa apenas que elas são infalíveis, isto é, isentas de
erro.
O Concílio Vaticano I diz que o papa é infalível
quando fala ex cathedra. Isso, na prática, é inútil como
padrão, pois, pela própria natureza da questão, só quem pode dizer se o papa
falou ex cathedra é o próprio papa. Assim, um papa é sempre
livre para rejeitar seus próprios pronunciamentos ou os pronunciamentos de
outros papas, dizendo que não foram feitos ex cathedra, ou
declará-los válidos, dizendo que foram. Depois, ele pode até mesmo dizer que
ele mesmo, ou um de seus predecessores, pensando que falava ex
cathedra, realmente não falou.
Na Dogmática Reformada, o teólogo
reformado Herman Bavinck afirma:
“Os teólogos católicos romanos se encarregaram de
desenvolver em detalhes as áreas cobertas por essa infalibilidade. Segundo
eles, o papa é infalível quando trata das verdades da revelação na Escritura,
das verdades das instituições divinas, dos sacramentos, da igreja, de sua
organização e governo e das verdades da revelação natural. No entanto, até
mesmo com isso estamos longe de esgotar o alcance da infalibilidade papal. Para
que o papa seja infalível em todas essas áreas, dizem os teólogos, ele também
tem de ser infalível na avaliação das fontes das verdades da fé e na
interpretação delas. Isso significa dizer que ele é infalível no estabelecimento
da autoridade da Escritura, da tradição, dos concílios, dos papas, dos pais,
dos teólogos; no uso e na aplicação de verdades naturais, imagens, conceitos e
expressões; na avaliação e rejeição de erros e heresias, até mesmo no
estabelecimento de fatos dogmáticos; na proibição de livros, em questões de
disciplina, no endosso de ordens, na canonização de santos e assim por diante.
Fé e moral abrangem quase tudo, e tudo o que o papa diz sobre isso seria,
então, infalível. O termo ex cathedra, de fato, não traça
nenhum limite em nenhum lugar”.
Mas afinal, se o verdadeiro fundamento inabalável
da fé cristã não é o papa, qual é esse fundamento? Os reformadores foram
unânimes em repudiar completamente essa doutrina por não encontrarem, na
Escritura, nem uma só palavra que a sustente. Em oposição a ela, afirmaram
vigorosamente: Sola Scriptura.
II. A tradição não tem a palavra final
Outra fonte de autoridade espiritual muito forte na
teologia católica medieval (e ainda hoje) é a tradição. Deve ser dito que a
tradição nunca foi rejeitada pelo simples fato de ser tradição. Na própria
Escritura encontramos ênfase e crítica à tradição (Mt
15.2,3,6; Mc 7.3,5,8,9,13 2Ts 2.15). A questão básica é: a que tradição
estamos nos referindo? A tradição é rejeitada todas as vezes que entra em
choque com a Palavra de Deus. A Reforma revoltou-se quanto à suposta autoridade
da tradição independente da Escritura e pretensamente nivelada com ela. Os
reformadores sustentavam que a Escritura é a única autoridade infalível dentro
da igreja. Deste modo, a autoridade dos Credos (Apostólico, Nicéia, Calcedônia)
era indiscutivelmente considerada pelos reformadores, contudo, somente
as Escrituras são incondicionalmente autoritativas.
III. A igreja não tem a palavra final
Outra expressão moderna desse ensino católico
medieval é a crença de que a denominação religiosa a que pertencemos está
sempre certa. Isso é um erro. Nenhuma denominação religiosa está isenta de
erros neste mundo. Os concílios são compostos por pessoas e, por melhores que
sejam as intenções dessas pessoas e por mais sólido que seja seu conhecimento
teológico, elas continuam sendo sujeitas ao erro. Nossos concílios e
denominações são falíveis.
É claro que quanto maior for o apego dos nossos
líderes às doutrinas cristãs, quanto maior for a vigor de sua piedade cristã e
quanto maior for sua capacidade de aplicar o ensinamento bíblico às
circunstâncias da vida, mais nítida é a possibilidade de que tomem decisões
sábias e governem bem a igreja de Cristo. Mas é importante termos sempre em
mente que não há denominações cristãs perfeitas.
Isso é necessário não apenas para exercitar nossa
humildade e despertar o interesse pelo estudo rigoroso da Escritura, mas também
para nos permitir uma comunhão cristã mais saudável com nossos irmãos de outras
denominações cristãs. Embora existam muitas denominações, a igreja de Cristo é
composta por todos aqueles que professam sua fé em Jesus Cristo como seu Senhor
e Salvador pessoal.
IV. A Escritura como única regra de fé e conduta
Mas afinal, se o papa não tem a palavra final, a
tradição não tem a palavra final e a denominação cristã a que pertencemos não
tem a palavra final, qual é a autoridade normativa segundo a qual a igreja deve
moldar sua fé?
Os reformadores e seus herdeiros teológicos deram
resposta a essa pergunta. O Catecismo Maior de Westminster afirma,
na resposta à pergunta 3: “As Escrituras Sagradas – O Antigo e o Novo
Testamentos – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência.”
A Confissão de Fé de Westminster, por
sua vez, afirma: “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas
têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de
concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de
homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos
firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura”.
Para os reformados, a autoridade
fundamental segundo a qual a igreja deve moldar sua fé não é a opinião de
pessoas, por mais ilustres que sejam, nem a história de instituições
religiosas, por mais respeitáveis que sejam, nem as preferências dos cristãos,
por mais adequadas que possam parecer, mas o “Espírito Santo, falando na
Escritura”. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais
verão a alva” (Is 8.20).
Conclusão
De acordo com a teologia
reformada, nenhuma voz, na igreja de Cristo, pode se elevar acima da Escritura
Sagrada, inspirada pelo Espírito Santo para conduzi-la a toda verdade. Cristo é
o cabeça da igreja, e ele a governa segundo os preceitos estabelecidos na
Escritura. Nenhum líder, nenhuma denominação cristã, nenhum concílio, nenhum
costume, nenhuma tradição tem valor normativo para a igreja cristã. Só a
Escritura.
Aplicação
Você já reparou como as pessoas,
em geral, têm tratado a Escritura nos tempos pós-modernos em que vivemos?
Quando a Escritura diz alguma coisa com a qual não concordam, as pessoas
simplesmente dizem que os tempos mudaram. Com isso, abandonam o ensino bíblico
e seguem seu próprio caminho. À luz da lição de hoje, como você deve reagir a
essa tendência?
Leitura diária
Domingo – Rm 15.1-4 – Escrito para o nosso ensino
Segunda – Lc 16.19-31 – Ouçam Moisés e os profetas
Terça – Mt 5.17-20 – Até que tudo se cumpra
Quarta – At 17.10-11 – A nobreza dos bereanos
Quinta – Gl 1.10-17 – O evangelho de Paulo
Sexta – Jo 5.39 – A Escritura testemunha de Jesus
Sábado – 2 Pe 1.20-21 – Da parte de Deus
Domingo – Rm 15.1-4 – Escrito para o nosso ensino
Segunda – Lc 16.19-31 – Ouçam Moisés e os profetas
Terça – Mt 5.17-20 – Até que tudo se cumpra
Quarta – At 17.10-11 – A nobreza dos bereanos
Quinta – Gl 1.10-17 – O evangelho de Paulo
Sexta – Jo 5.39 – A Escritura testemunha de Jesus
Sábado – 2 Pe 1.20-21 – Da parte de Deus
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