Autor: Naum
Data: 635 a.C
Escreveu para: Nínive e ao Reino
Sul (Judá)
Contemporâneos: Jeremias e Sofonias
“O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se
refugiam.” (Naum 1:7)
1- Introdução:
A lição de hoje nos convida a uma
reflexão dentro do assunto ensino dentro de nossos lares.
“Educa
a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará
dele”. (Provérbios 22:6).
Os Ninivitas, do
tempo de Jonas, se arrependeram de seus pecados e se converteram, mas não
ensinaram seus filhos e netos o caminho do temor ao DEUS de Israel.
“Esta
palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou
de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza. E fez uma
proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes,
dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma,
nem se lhes dê alimentos, nem bebam água; Mas os homens e os animais sejam
cobertos de sacos, e clamem fortemente a DEUS, e convertam-se, cada um do seu
mau caminho, e da violência que há em suas mãos. Quem sabe se voltará DEUS, e
se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
E DEUS viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e DEUS se
arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez”. (Jonas 3: 6-10)
Agora, no tempo do profeta Naum,
aproximadamente 150 anos depois de Jonas por ali passar proclamando o juízo de
DEUS sobre Nínive, eles estavam numa deplorável situação de idolatria,
crueldade e opressão.
Naum escreve sobre os juízos de
DEUS sobre Nínive e seus moradores. Não havia mais chance de arrependimento,
DEUS não enviaria outro Jonas, seus pais não lhes ensinaram o caminho do
arrependimento e a longanimidade de DEUS chegara ao fim para com eles.
A queda de Nínive ocorreu em 612
a.C, quando foi conquistada por uma coalizão (junção política com o mesmo
interesse) dos babilônios, medos e citas (povo nômade da civilização antiga).
A história de Nínive é resumida por
Naum na seguinte frase: “Contra
ti, porém, o SENHOR deu ordem que não haja mais linhagem do teu nome; da casa
dos teus deuses exterminarei as imagens de escultura e de fundição; ali farei o
teu sepulcro, porque és vil”. (Naum 1: 14)
2 – O Profeta e sua Geografia
Histórica:
Nada se sabe a respeito de Naum, a não ser que era
proveniente de Elcós (1.1), mas essa informação não ajuda muito, visto que
a localização de Elcós é incerta. Jerônimo acreditava que esta cidade
ficava perto de Ramá, na Galiléia. Sugere-se ainda a vizinhança de Cafarnaum, e
também o sul da Judéia. Há quem afirme que esta cidade (Elcós) era Cafarnaum
nos dias de Jesus, pelo o fato de Cafarnaum significar “Aldeia de Naum”,
e isso possa ter relação com o nome do profeta. Mas é mera especulação.
O mais provável é que Naum fosse profeta de Judá, pois o
Reino do Norte (Israel) já havia dissolvido quando este livro foi
escrito.
Embora este profeta falasse sobre Nínive, a
mensagem trouxe certo conforto para o povo de Judá.
Depois de verem os irmãos de Israel
sofrerem terrivelmente nas mãos dos cruéis assírios, e depois de ver algumas das cidades
de Judá destruídas pelo mesmo império, a notícia do julgamento divino contra
Nínive traria alívio para Judá: “Mas de sobre ti, Judá, quebrarei o
jugo deles e romperei os teus laços... Eis sobre os montes os pés do que
anuncia boas-novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá,
cumpre os teus votos, porque o homem vil já não passará por ti; ele é
inteiramente exterminado” (Naum 1: 13,15).
A
mensagem de Naum distingue-se dos profetas maiores em virtude de atacar apenas
o inimigo de Judá em vez de inclui-lo em seus oráculos de julgamento. Isso pode
criar um obstáculo teológico em razão da dificuldade
na conciliação da compaixão e perdão de Deus. Possivelmente Naum não tenha dito
nada contra Judá pelo fato de estar vivendo no período das reformas que
abrangeu o reinado de Josias, portanto uma época de esperanças reavivadas.
Naum
Foi profeta durante os reinados de Manassés, Amom e Josias.
3 – Estrutura do Livro
As profecias de Naum podem ser esboçadas da seguinte forma:
O juiz –
Cap. 1
A queda –
Cap. 2
O lamento
– Cap. 3
·
A
qualidade literária de Naum é surpreendente. Na primeira parte do livro, por
meio de um Salmo, ele destaca as características que autorizam Deus a executar
juízo contra Nínive. Naum apresenta, de forma vívida, uma espécie de corte onde
Deus apresenta, alternadamente, discursos de livramento a Judá e oráculos de
julgamento à Assíria. A mensagem, em grande parte direcionada a Nínive,
transmitia a esperança de livramento a Judá (1:15), oprimida por muito tempo
pela Assíria (1:12-13). Esta profecia se cumpriu nos dias do rei Josias, quando
os israelitas puderam novamente celebrar a páscoa (2 Cr. 35).
·
A segunda
parte do livro contém relatos de guerra. Tal qual um repórter dentro do front
de guerra, Naum, de forma realista, relata o esforço inútil do exército de
Nínive em deter o invasor medo-babilônio. Os assírios estavam experimentando o
mesmo tratamento que dispensavam aos outros povos, expresso na figura da
família dos leões, que ironicamente foi usada por Isaías para se referir à
Assíria. Em contraposição à destruição da suntuosidade de Nínive, Naum faz
novamente uma breve referência à restauração do esplendor de Judá.
·
A última
parte dos oráculos de Naum alista as causas da destruição de Nínive tais como:
Grande
violência (3:1)
Depravação
espiritual e política (3:4)
Sua ruína
é descrita em termos de vergonha pública (3:5-7). Naum destaca que Nínive
cairia da mesma maneira com a qual havia conquistado e destruído Tebas, logo
suas fortificações e muros seriam inúteis contra a ira do Senhor. Sua queda
seria motivo de alegria para todos os povos (3:19).
Nota -> Alguns
expositores têm visto em 2:4 uma alusão ao automóvel moderno, mas esta é uma
interpretação fora de contexto.
4 – Propósito e Conteúdo do Livro
O livro de Naum trata sobre os seguintes temas:
·
Julgamento
e queda de Nínive
·
Libertação
de Judá
A. O julgamento de Nínive
(1.9-11).
Deus declarou que os assírios não
teriam mais vitórias sobre o seu povo; eles falhariam e seriam destruídos.
Por causa de seu poder e força,
eles imaginavam que seria fácil subjugar Israel e Judá. No entanto, todas as
estratégias assírias seriam fúteis. Suas lutas e seus planos seriam agora
contra o Senhor, que havia determinado a destruição deles e o faria de uma vez
por todas.
Na verdade a Assíria teve somente
uma grande vitória sobre o povo de Deus: a destruição de Samaria em 722-721
a.C. (2 Rs 17).
A tentativa de destruir Jerusalém em 701 a.C. falhou (2 Rs 18.13-19.37; Is 36-37).
Embora os assírios tivessem muito
poder sobre Judá, eles nunca destruíram totalmente a capital, Jerusalém. O
Império Assírio caiu perante a Babilônia em 612 a.C.
A trama de perversidades de que
fala o verso 11, talvez se refira ao rei assírio Assurbanipal (668-627 a.C.). A
palavra mal aqui sugere algo demoníaco, como os poderes do caos.
B. A salvação de Judá (1.12-13).
O profeta se dirigiu a Judá na
segunda pessoa (vs. 12). Embora o julgamento contra a Assíria seja mencionado
(vs. 11), o foco principal é a libertação de Judá. A profecia confortadora assegurou
ao povo de Deus que a queda da Assíria finalmente acabaria com a humilhação
deles.
A bem conhecida fórmula do
mensageiro profético “Assim diz o Senhor”
mostra que Naum falou em nome de Deus. Ele dizia que por mais poderosos e
numerosos que fossem eles, acabariam sendo ceifados e destruídos e Judá, embora
tivesse sido afligida, não mais seria atormentada.
Naum pronunciou essa profecia
enquanto a Assíria ainda era extremamente poderosa, provavelmente durante o
reinado de Assurbanipal (668-627 a.C.).
Judá seria o estado vassalo da
Assíria por muitos anos, mas a ameaça de derrota total para Judá e Jerusalém
havia sido eliminada, por isso que Deus dizia, usando imagens poéticas vívidas
que descrevem a emancipação de Judá (SI 2.3; Jr 2.20), que quebraria o jugo deles e
romperia os seus laços – vs. 13.
5 –
Ensinamentos de Naum
O
principal ensinamento do livro de Naum só é obtido quando lemos pela ótica dos
judeus. Para Israel, o império Assírio era o seu opressor. Por todo o livro, a
ira de Deus contra Nínive é acompanhada pelo cuidado ao seu povo. Segue um
quadro comparativo da postura Simultânea de Deus diante de Israel e Nínive:
REFERÊNCIAS
|
ISRAEL
|
NÍNIVE
|
1.2
|
Deus é zeloso, tem ciúmes de seu povo
|
Deus é vingador e cheio de ira contra Seus inimigos.
|
1.7-8
|
Deus é fortaleza para os que se refugiam Nele.
|
Deus é, destruidor e perseguidor dos Seus inimigos.
|
1.13-14
|
Deus liberta o povo.
|
Deus extermina o povo inimigo.
|
1.15
|
O povo de Deus celebra a paz.
|
O inimigo vil foi exterminado.
|
2.1-2
|
Deus restaura a glória do povo.
|
Deus avança contra os inimigos.
|
3.19
|
Celebram a libertação da maldade opressora.
|
Sofre do seu mal incurável e de sua condenação definitiva.
|
Embora os filisteus sejam bastante citados nos
embates com o povo israelita e a Babilônia tenha sido a responsável pela
derrocada de Judá, os assírios são tomados como o inimigo mais vil no Antigo
Testamento.
Suas práticas militares genocidas levaram o terror
ao Oriente Médio por mais de dois séculos. Seus prisioneiros eram submetidos a
torturas, amputações, esfolamentos e outras perversidades.
Naum foi o proclamador da justiça divina que não
deixou a brutalidade assíria sem castigo. A mensagem de Naum é que Deus é
soberano sobre todas as nações, mesmo que essas nações não invoquem seu nome.
6 - O Cumprimento da Profecia
A cidade de Nínive foi pesada
na balança e achada em
falta. Nos dias de hoje vemos esta cidade ainda
em
ruínas. Este livro apresenta o quadro da ira de Deus, “O Senhor é zeloso e vingador e cheio de ira; O
Senhor toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os
seus inimigos”. Deus odeia o pecado e sobre ele faz cair o seu
juízo.
A
cidade de Nínive foi destruída em 607 AC, pelos medos e babilônios, no ápice de
seu grande poder. Segundo as profecias de Naum, aconteceu realmente quando uma
súbita enchente do Rio Tigre fez ruir uma grande parte da muralha, o que
auxiliou o exercito atacante a destruir a cidade e parcialmente destruída
também pelo fogo (Naum
2.6; 3.13, 15)
A
cidade tinha contra si mais uma denúncia, apresentada anos mais tarde pelo
Profeta Sofonias, Sf.2.13. Em 607 a.C, Nínive foi destruída completamente e tudo se cumpriu. Tão
completa foi sua destruição que todos os traços do império Assírio
desapareceram, e muitos até julgavam que os fatos narrados na Bíblia não
passavam de mitos, mas em 1820 e 1845, os historiadores descobriram as ruínas
da cidade, a seus majestosos palácios dos reis da Assíria juntamente com
milhares de inscrições, descrevendo os acontecimentos escritos pelos próprios
assírios.
7 – Conclusão
Paulo repete Naum 1: 15 em Romanos 10: 15 em
relação ao Messias e Seu ministério, bem como aos apóstolos de Cristo no Seu
tempo. Também pode ser aplicado a qualquer ministro do Evangelho cuja atividade
é "pregar o Evangelho da paz".
Temos o dever de anunciar as
boas-novas de salvação, e transmitir o evangelho a toda criatura, a começar da
nossa casa.
Pois assim como a justiça do Senhor
foi feita em Nínive por causa de sua maldade e pecados, Ele também o fará sobre
toda terra, julgando-a de todos os seus atos e trazendo julgamento sobre cada
nação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.