quarta-feira, 19 de julho de 2017

Lição 05 : Profetas Menores - Jonas

Autor: Jonas
Data: 760 a.C.
Escreveu para: Ninivitas
Contemporâneos: Amós

“E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez”. (Jonas, 3: 10)

1 - Introdução:

Nenhum outro livro do A.T busca de maneira tão enfática a extensão da misericórdia divina às nações gentias. Seu objetivo histórico era declarar a universalidade do julgamento quanto da graça divina.
Em Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e reagem favoravelmente ao Deus de Israel.
Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem. Sua profecia continha apenas sete palavras, cinco no Hebraico. “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”. Mas sua curta profecia deixou de realizar-se (o que muito o aborreceu). Todavia, sua experiência foi uma importante mensagem para Nínive, para Israel e até mesmo para Igreja de hoje.
O Livro de Jonas contém o relato do maior avivamento registrado na Bíblia; toda a cidade de Nínive abandonou os seus caminhos iníquos e voltou-se para Deus. Jonas foi também usado como instrumento de arrependimento para os marinheiros, fazendo com que eles se voltassem para o Senhor depois de o profeta ter sido jogado ao mar, aquietando-o. Parece que ele obteve mais resultados por acaso do que a maioria dos profetas obteve intencionalmente.


2 – Nínive / Contexto Histórico:

Nínive estava localizada a leste do rio Tigre, e distante aproximadamente 960 km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Era uma das cidades mais antigas no mundo, estabelecida por Ninrode (Genêsis 10: 11). Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes, incluindo 120.000 crianças e muitos animais.
Considerada a cidade sede do culto a Istar, no tempo de Hamurábi. Uma cidade de povo cruel que ao vencer uma cidade pegava seu povo e esfolava vivo, colocavam no caldeirão de betume fervente. Nínive era uma cidade muito bonita, próspera e com grande extensão, composta de prédios, parques e casas, tanto que Jonas levou três dias para percorrer.
A cidade era cercada pro três muralhas com vinte quatro portões, frentes fundos e laterais. Seus túneis eram protegidos por leões e ursos famintos. O que fazia que ninguém se atrevesse atacar essa cidade.  Atrás do primeiro portão estava a população de baixa renda, os pobres. No segundo portão estava o povo de renda média no último era o rei e seus soberanos como príncipes, conselheiros, encantadores, tesoureiro etc...
A cidade de Nínive era conhecida como a cidade dos ladrões. Era uma prática natural de seus moradores invadirem e despojarem outras regiões. Foi chamada como cidade sanguinária aonde a feitiçaria predominava. Cortavam as mãos e os pés, narizes e orelhas, vazavam os olhos dos cativos, e faziam pirâmides com as cabeças dos seus prisioneiros, dentre os tais tinham além de inimigos de guerra, os profetas que falavam a Palavra de Deus (Naum, 3). Eles serravam as pessoas pelo meio, fazia escalpo, jogavam em óleo fervendo, quando não arrancavam a pele da pessoa viva.
Os assírios eram, não somente cruéis, mas também extremamente imorais. Externamente, Nínive parecia atraente, mas internamente achava-se repleta de prostituição ritual e imoralidades. A cidade também estava entregue a feitiçaria.

3 – Quem era Jonas

Um profeta israelita da Tribo de Zebulom, filho de Amitai, natural Gete-Héfer. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II.
Seu nome significa “Pomba”.
O que pouca gente sabe, é que ele também profetizou a restauração das fronteiras de Israel, o que foi conseguido por Jeroboão II por volta de 782-753 a.C, conforme o texto encontrado no livro de 2 Reis, 14:25
A história do profeta Jonas termina repentinamente (Jn 4:11) e o Antigo Testamento não faz qualquer outra referência sobre ele.
Jonas é citado no Novo Testamento pelo próprio Jesus, onde Ele faz referência ao período em que Jonas permaneceu no ventre do peixe e ao arrependimento da cidade de Nínive através da pregação do profeta (Mt 12:39-41; 16:4; Lc 11:29-32). Essa referência sobre a história do Profeta Jonas no Novo Testamento é muito significativa, pois confere a garantia de que os relatos descritos no livro de Jonas são fatos históricos e literais, e não apenas uma fábula com propósitos nacionalistas como alguns comentaristas céticos sugerem.
4 - Jonas e Sua Missão:

Jonas foi comissionado para ir a Nínive uma tarefa desagradável para um israelita. A Assíria era o último lugar onde um israelita gostaria de dirigir-se, em aventura missionária.
A Assíria era uma ameaça para Israel desde o tempo de Onri (cerca de 880 a.C.) pois tinha forçado os israelitas a pagarem tributos nos últimos cinqüenta anos até Jeroboão II tornar-se rei. Jeroboão sacudiu esse jugo mais ou menos em 790 a.C e estendeu o reino do Norte ao seu maior limite desde Salomão. No tempo de Jonas, Israel sentia-se seguro e estava em ascensão, enquanto a Assíria achava-se em declínio.
Embora o Livro registre o arrependimento inesperado de um dos maiores tiranos da história antiga, sua ênfase maior está no arrependimento ou mudança de Jonas. O arrependimento de Nínive ocupa um capítulo (3), mas a história da preparação de Jonas são apresentados em 3 capítulos (1,2 e 4) parece que Deus teve mais dificuldade em aperfeiçoar Jonas do que todo o povo de Nínive.
Quando o profeta foi conduzido ao ponto de obediência, o avivamento ocorreu naturalmente. A preparação de Jonas foi realizada em etapas. A experiência do peixe preparou-o para Nínive, mas ele precisou de mais tempo para voltar a Israel. Se o arrependimento da cidade no capítulo 3 surpreende a todos, o profeta desapontado do capítulo 4 causa-nos um choque. Ele parece estar mais interessado em que sua profecia se cumpra como um crédito à sua profissão, do que a cidade de Nínive seja poupada do julgamento divino.
A queda da grande cidade Nínive, conforme predito pelos profetas Naum e Sofonias, ocorreu em agosto de 612 a.C.

5 – Jonas x Baleia – Verdade ou Simbolismo?

A expressão hebraica traduzidas por algumas versões como "baleia", significa no original: "Grande monstro marinho". A palavra grega não significa "baleia", mas "criatura marítima", isto é, algum grande peixe. Esse grande peixe é cuidadosamente distinguido da "serpente" sinistra do mar (Am 9:3) - também chamada "Leviatã" (Is 27:1) - E do "monstro das profundezas". (Jó 7:12; Sl 74:13; Ez 32:2)
Isso não significa que o grande peixe que engoliu Jonas não foi uma baleia.
Algumas baleias chegam a ter cerca de 30 m de comprimento e 12 m de largura, pesando 136 toneladas. Uma baleia que foi pescada no mediterrâneo e exibida em Beirute tinha uma cabeça que pesava 6 ton. A abertura do seu maxilar inferior para o seu maxilar superior, media cerca de 2,4 metros.
Um peixe foi pescado na costa da Flórida e pesava mais de 10 ton. Ele tinha 13 metros de comprimento e 2,4 metros de largura. Ele tinha 675 kg de peixe em seu estômago, além de um grande polvo. Um homem conseguia facilmente ficar em pé dentro de seu estômago. Ele poderia ter engolido 10 Jonas.
Apesar do Criador não dever satisfações de suas obras, ele sempre prova a veracidade da Sua palavra através de acontecimentos nas mais diversa partes do mundo.

Creia no SENHOR, acredite na Sua palavra, pois trás de todos os acontecimentos do universo e da história existe um Deus soberano que está no controle de todas as coisas.

6 -  Trajeto de Jonas

Seguindo o livro, ele sairia de Jerusalém para Nínive (Atual Mossul no Iraque), cobrindo uma distância de aproximadamente 884,72 km. Mas, devido á algumas razões como as acima citadas o profeta Jonas dirigiu-se para Jope , atual Tel-Aviv em Israel, onde existe um porto marítimo em Israel . Isso leva a uma caminhada inicial de 51,93km.
Toma um navio que ia para Társis, um porto fenício na Espanha. A atual cidade Társis hoje é Sanlúcar de Barrameda na província de Cádiz. Os dois pontos ficam a uma distância de 3.777,66 km. Jonas queria, então, ficar a uma distância de 4.365,45 km de Nínive. Jonas queria distância de Nínive (por causa da missão) e de Deus (por causa da negação).
No entanto, o grande peixe o deixou na costa do Mediterrâneo, provavelmente perto de uma cidade chamada de Latakia na Síria, e até o destino divinamente indicado de Nínive era de 663,09 km. Curiosamente mais perto do que saindo de Jerusalém para Nínive (884,72 km).

7 – Entendendo o Sinal de Jonas

“Porque assim como Jonas ficou três dias e três noites dentro de um grande peixe, assim também o Filho do Homem ficará três dias e três noites no fundo da terra”. (Mt, 12:40)

Na tradição cristã católica, a páscoa encerra a Quaresma, que é basicamente um período de quarenta dias marcado por jejuns. A última semana da Quaresma, chamada de Semana Santa, é iniciada pelo Domingo de Ramos, que marca a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém; passa pela Sexta-feira da Paixão, que faz referência à morte de Cristo; e é finalizada no Domingo de Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo.
A data da Páscoa foi instituída pela Igreja durante o Concílio de Niceia, em 325 d.C.. A Igreja determinou que a primeira lua cheia após o equinócio de primavera seria a data para iniciar-se a comemoração da Páscoa. O equinócio marca o início da primavera no hemisfério norte.
É bom observarmos que a “páscoa cristã” a qual estamos acostumados a comemorar, nada tem a ver com a data, celebração e simbologia judaica.
A nossa data foi marcada de acordo com uma festividade do povo germânico pagão à deusa Ostara, que acontece sempre no 1º dia de lua cheia do equinócio no hemisfério norte (entrada da primavera lá), entre 22 de março a 25 de abril.
Assim como os elementos dos seus rituais – ovos e coelhos – foram acrescentados.

Já a páscoa judaica, conhecemos toda a celebração, conceito e ritual citado em (Êxodo, 12). No 14º dia de Nissan era a celebração da Páscoa e no 15º dia começava a celebração dos Pães Ázimos ou asmos, indo até o dia 21. E a festa das Primícias era no 1º dia após o sábado da Festa dos Pães Ázimos, ou seja, no domingo da festa dos Pães Ázimos. Então: 

Terça - 14º de Nissan / Páscoa
   Celebração e Prisão
       Noite e  Madrugada
Quarta - 15º de Nissan / Pães Ázimos
   Crucificado e Morto
   15:00 h (Mt, 27: 45-49)
Quinta - 16º de Nissan / Pães Ázimos
            Sepulcro
             1º dia de morte
Sexta - 17° de Nissan /Pães Ázimos
            Sepulcro
             2º dia de morte
Sábado - 18º de Nissan / Pães Ázimos
            Sepulcro
             3º dia de morte
Domingo - 19º de Nissan / Primícias
     18:00 de sábado
             Ressuscitou


O corpo de Jesus estava no túmulo pela terceira noite após sua crucificação. Algum tempo depois do pôr do sol de sábado à noite (o início de domingo), Jesus se levantou da morte. Assim, Ele ficou no túmulo por três dias e três noites como profetizado e (Mateus, 28: 1,6a), nos garante que foi “No findar de sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro... Ele não está aqui; ressuscitou...”

8 - Conclusão

E aqui então, conseguimos ver que mais uma vez que dependemos da cultura judaica para entender a profecia bíblica. Não podemos ler as profecias, sem conhecer o contexto a que ela está inserida, e nem interpretá-la usando a nossa sabedoria ocidental.
A bíblia foi escrita por judeus e para os judeus, que pela graça chegou até nós.
Por isso, é preciso conhecer o antigo testamento para vislumbrar o novo, e ler o novo testamento para entender o antigo.



Glossário:

·         Istar - É a deusa dos acádios ou Namu, dos antecessores sumérios, cognata da deusa Asterotes dos  filisteus, de Ísis dos egípciosInana dos sumérios e da Astarte dos fenícios. Mais tarde esta deusa foi assumida também na mitologia nórdica como Easter - a deusa do amor. É irmã gêmea de Samas e filha do importante deus Lua - Sin, e é representada pelo planeta Vênus. Para a Astrologia, manuscritos antigos relatam que o signo de Virgem teve origem no Zodiaco a partir de Ishtar

·         Hamurabi - Rei da Suméria e Acádia nos anos de 1792 a 1750 a.C, criador do famoso código de leis seguido na época chamado de código de Hamurábi

·         Código de Hamurabi - Um conjunto de leis escritas composto por cerca de 280 artigos, esculpido em uma enorme pedra escura e registrada com uso dos caracteres da escrita cuneiforme. Essas normas jurídicas tiveram grande importância na organização do Estado babilônico. Baseava no princípio de uma lei mais antiga, conhecida como “Lei Talião” e era orientada pelo seguinte princípio: “olho por olho, e dente por dente”
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