Autor: Miquéias
Data: 740 a 725 a.C
Escreveu para: Reino Sul e Reino
Norte (pré-exílio)
Contemporâneos: Isaías
“Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o
pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu que não
permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor. De novo terás
compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados
nas profundezas do mar”. (Miquéias 7:18,19)
1 – Introdução:
.
Miquéias usa uma linguagem viva e dinâmica, tornando-se um dos grandes defensores da justiça. Preocupa-se com a situação daqueles que, espoliados dos seus bens, se convertem em presa fácil na mão dos poderosos (proprietários de terras, as autoridades civis e militares, os sacerdotes e os falsos profetas), os que se baseiam no automatismo das promessas divinas, os que pensam estar seguros, invocando as grandes tradições de Israel. Do outro lado temos o povo, vítima dos desmandos dos poderosos: os que não têm terras nem casas, os órfãos e todos os oprimidos.
Miquéias usa uma linguagem viva e dinâmica, tornando-se um dos grandes defensores da justiça. Preocupa-se com a situação daqueles que, espoliados dos seus bens, se convertem em presa fácil na mão dos poderosos (proprietários de terras, as autoridades civis e militares, os sacerdotes e os falsos profetas), os que se baseiam no automatismo das promessas divinas, os que pensam estar seguros, invocando as grandes tradições de Israel. Do outro lado temos o povo, vítima dos desmandos dos poderosos: os que não têm terras nem casas, os órfãos e todos os oprimidos.
Deus não
pôde ficar impassível. Por isso, Miquéias anuncia o castigo a Jerusalém e à
Samaria, principais focos das injustiças e arbitrariedades e da duplicidade de
interpretações das tradições antigas.
Mas o
profeta reconhece também a validade das promessas; por isso proclama a
esperança num futuro de justiça para o resto de Jacó, pelo caminho da humildade
e da conversão. Não se limita, pois, a denunciar e a anunciar o castigo, mas
também promete a conversão e a salvação.
2 – Quem foi Miquéias:
Miquéias viveu na mesma época do
profeta Isaías, apesar das classes serem totalmente opostas. É mencionado em (Jeremias 26: 18-19) acerca da destruição de Jerusalém cem
anos depois, e também no N.T foi citado pelos magos e por Jesus (Mateus, 2: 5-6 e 10:35-36). Esta citação aponta para o prestígio
que Miquéias ainda tinha como profeta do Senhor e o cuidado dos hebreus na
preservação destes registros. A mensagem de Miquéias, em suas particularidades,
pode ser comparada
à de Amós.
A introdução do livro deixa claro que o
período que Miquéias registrou suas profecias foi de aproximadamente quarenta
anos na segunda metade do século VIII a.C, antes de 722 a.C. quando Samaria
(Reino do Norte) foi aniquilada pela Assíria.
Tanto Miquéias quanto Isaías sabiam do destino de
Judá em virtude de sua injustiça, opressão e idolatria; e, embora tenham
tratado sobre a acusação e julgamento de Deus escreveu acerca da esperança de
restauração para o povo da Aliança.
O nome Miquéias vem, provavelmente, de uma palavra que tem o
significado de: “Quem é semelhante a
Jeová? Sua genealogia não é citada. Era
camponês de uma pequena vila chamada Moresete, a 40km de Belém e profetizou
durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, ou seja,
entre 740 e 690 a.C. (aproximadamente), talvez durante um período menor que
abrangeu uma parte dos reinados dos três. Ele começou o seu trabalho alguns
anos antes da queda de Samaria (722 a.C.). A falta de menção dos últimos reis
de Israel sugere que a mensagem dele fosse dirigida principalmente ao reino do
sul, Judá.
Esses dados geográficos e de tempo são
indispensáveis para que entendamos que ele está inserido no período de opressão
dos grandes proprietários de terra e do exército.
A origem social de
Miquéias talvez explique sua preocupação com os pobres e explorados pela
realeza.
Nesse profeta revela-se um interesse imediato por problemas
característicos da sociedade agrícola. No meio desta, sem dúvida, desenvolveu a
sua personalidade, já que os trabalhos do campo eram característicos da região
a que Moresete pertencia, a Sefelá, uma faixa de relevo pouco acidentado e que
se estende entre as montanhas de Judá e as planícies da costa do mar
Mediterrâneo. Uma terra boa, de colinas férteis e suaves, onde Miquéias viveu
desde criança as amarguras do homem do campo humilde e submetido à prepotência daqueles
que “cobiçam
campos... fazem violência a um homem e à sua casa” (2.2).
3 – Profeta em Três Reinados:
3 – Profeta em Três Reinados:
1 - Jotão foi um
bom rei que “... se foi tornando mais poderoso, porque dirigia os seus caminhos
segundo a vontade do Senhor, seu Deus” (2 Crônicas 27:6).
2 - Seu
filho, Acaz, foi um dos piores reis na História de Judá: “Andou nos caminhos
dos reis de Israel e até fez imagens fundidas a baalins” (2 Crônicas 28:2). Chegou
a sacrificar os seus próprios filhos aos ídolos (2 Crônicas 28:3). Colocou um altar sírio no lugar do altar
de Deus diante do templo, e fez outras alterações no templo (2 Reis 16:10-18). Deus
permitiu castigos severos durante o reinado de Acaz, incluindo:
·
Derrota pelos siros que levaram presa uma grande multidão (2 Crônicas 28:5);
·
Derrota por Israel que resultou na morte de 120.000 soldados e no
cativeiro de 200.000 (2 Crônicas
28:6-8);
·
Derrota pelos Edomitas (2 Crônicas
28:17);
·
Perda de várias cidades de Judá para os filisteus (2 Crônicas 28:18);
·
Traição pelo rei da Assíria (2 Crônicas 28:16,20).
3 - Ezequias era um
dos melhores reis da História de Judá. Fez grandes reformas no templo,
restaurou a celebração da Páscoa, etc. Quando Senaqueribe ameaçou Jerusalém,
Ezequias e Isaías buscaram o Senhor. Deus salvou a cidade e mandou seu Anjo
para matar 185.000 soldados assírios. Veja os detalhes do reinado deste bom rei
em 2 Crônicas 29-32.
Além de repreender o povo pelo pecado e de falar sobre as
conseqüências da desobediência, Miquéias revelou ou afirmou vários pontos importantes
da mensagem de Deus para seu povo. Ele olhou para a vinda do Messias e fez a
mesma profecia de Isaías
2:1-4 sobre o estabelecimento do monte da casa do Senhor (4:1-3). Mais
de 700 anos a.C., ele profetizou especificamente do lugar do nascimento de Jesus
(5:2), e apresentou resumidamente as exigências que Deus faz ao homem: “... o que o Senhor pede de ti...” (6:8).
4 –
Estrutura do Livro:
O livro de Miqueias, de acordo com seu conteúdo, pode ser
estruturado da seguinte forma:
·
Introdução – 1:1
·
Acusação, julgamento e esperança para o povo – 1:2 – 2:11
·
Acusação, julgamento, esperança e restauração dos líderes – 3:1 –
5:15
·
Acusação, julgamento e esperança para a nação – 6:1 – 7:20
Miquéias 1- 3 -> Miquéias profetiza sobre os juízos e a ruína
que recairiam sobre os israelitas, inclusive aqueles que moravam em Samaria e
em Jerusalém. Miquéias identifica os pecados da idolatria e da opressão dos
pobres pelas classes altas como as razões da destruição iminente dos
israelitas. Também condena os líderes religiosos corruptos que ensinavam por
dinheiro.
Miquéias 4 - 5 -> Miquéias profetiza sobre a restauração de
Israel. Também profetiza que o Messias nasceria em Belém.
Miquéias 6 - 7 -> Miquéias descreve algumas das maneiras pelas quais
Deus abençoou os israelitas. Ensina seu povo que viver justamente, amar a
misericórdia e seguir ao Senhor são mais importante do que fazer sacrifícios e ofertas. Ele testifica que Deus é compassivo e perdoa os pecados daqueles que se arrependem.
5 – Conclusão:
O povo de Israel e Judá na sua ignorância à vontade
do Senhor, preferia multiplicar os holocaustos e dar toda atenção ao
cerimonial. Eles não percebiam que o que Deus queria era uma vida de justiça,
de misericórdia e fé.
As injustiças sociais no período de Miquéias eram
muito grandes e foram duramente atacadas por ele.
Muitas das lições mostradas neste livro, os
cristãos de hoje não conseguem aprender, pois estão presos ao cerimonialismo,
ao culto egoísta e a adoração vantajosa.
Tais práticas, Deus abomina.