quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Lamúrias de um Tolo (Jó 38:4-7)

  “Onde você estava quando eu lancei os alicerces do mundo? Diga-me, já que sabe tanto. Quem definiu suas dimensões e estendeu a linha de medir? Vamos, você deve saber. O que sustenta seus alicerces e quem lançou sua pedra angular enquanto as estrelas da manhã cantavam juntas, e os anjos davam gritos de alegria?" (Jó 38:4-7/NVT)
 
Diante de tantos problemas no mundo, doenças assolando a humanidade e assistindo homens maus sorrindo vitoriosos, me perguntei: 
- "Onde está Deus que não vê tudo isso?! Por que Ele não faz nada?!"
Entrei em crise, queria respostas, entender os porquês de Deus. E logo comecei a observar a natureza.
O sol que acorda o dia com sua luz e aquece as manhãs com seu calor muitas vezes imperceptível.
Uma lua que muda de fases a cada semana, e que se mostra tímida ou esplêndida numa noite limpa com estrelas a brilhar.
Vi nuvens dançantes formando todo tipo de figura e se mostrando rebelde ao vento quando carregada de chuva.
Trovões e relâmpagos soando ao longe e trazendo seus raios pra perto de mim.
Vi também um arco no céu com muitas cores formando uma ponte de um horizonte ao outro revelando sua beleza rara, frágil e sem igual.
Olhei os pássaros. 
Uma infinidade de espécies, canto e encantamento.
Seres minúsculos que também voavam sutilmente fazendo seu trabalho parecer o mais importante do mundo.
Olhei para baixo e vi as formigas apressadas carregando suprimentos para o formigueiro.
Vi um barro sólido que sustentava os meus pés calçados que me mantinham de pé. 
Minhas pernas saudáveis que apoiavam minhas mãos, tranquilamente paradas, sustentadas por braços fortes os quais levavam até meu tronco ereto, erguido pela minha cabeça que observava atenta, através dos olhos, cada detalhe meu.
Minha mente agora cheia de si, mas se lamentando por não ter respostas, para na intenção de analisar os fatos e responder a si mesma o que seria de mim se ela não existisse. Se por um colapso ela parasse de raciocinar e me fizesse vegetar perdendo cada função do meu corpo e me levasse a mais pura degradação... mostraria-me que sem ela não sou nada e que apesar de meu corpo ter força e agilidade, não poderia mover um dedo sequer.
Foi neste instante que meu corpo se prostrou.
Meus olhos agora cheios de lágrimas olham ao redor e enxergam a beleza do lugar. 
Cada detalhe. 
E senti uma brisa me tocando e respondendo as minhas interrogações:
- "Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-Me se é que você sabe tanto. Quem marcou os limites da terra? Vamos ver se você sabe. E quem estendeu sobre ela as águas do mar? E a gravidade? Quem criou? Qual mão sustenta este planeta de forma tão segura enquanto as estrelas cantam e os anjos se alegram?
Se não sabes e nem é capaz de Me responder, é porque a ti não foi dado o saber e nem o entender; questionar Minha existência não Me atribui omissão e nem ofusca o Meu poder, mas demonstra apenas aquilo que tu és: Uma filha que nada sabe além daquilo que o Pai lhe revela. E se me aceitares como Pai, conhecerás os Meus segredos e a ti secretarei os Meus planos e responderei onde está a solução".



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