“Naquele tempo todos
os povos falavam uma só língua, todos usavam as mesmas palavras. Então
disseram: Vamos construir uma grande cidade, com uma torre que chegue até os
céus. Assim nos tornaremos famosos e não seremos espalhados pela terra”. (Gn
11:1,4 – NBV-P)
1 – Introdução
Há anos que os estudiosos bíblicos têm debatido se a
Torre de Babel realmente existiu. Mas uma inscrição antiga feita numa pedra e observada
pelo especialista
Andrew George, da Universidade de Londres, no Reino Unido fornece uma prova notável a seu favor.
A história da Torre
de Babel mencionada no Livro do Gênesis diz respeito à comunicação entre os
povos e fala sobre uma torre gigante
que teria sido construída por descendentes de Noé após 130 anos do Dilúvio, mais
ou menos, com a intenção de eternizar os seus nomes.
Um grupo de pessoas,
que migrava do Oriente, descobriu uma planície em Sinear, na
Mesopotâmia, e ali decidiram construir uma torre que fosse tão alta que
alcançasse o céu.
Mas, segundo a
história bíblica, o Deus hebraico decidiu confundir-lhes
a língua para impedir que continuassem com a sua construção. A
cidade recebeu o nome de “Babel”, que significa confusão em hebraico, porque
foi lá que Deus dispersou os seres humanos para toda a terra.
A pedra data do
século 6 a.C, e foi encontrada na Babilônia há um século – e a sua importância
passou despercebida até hoje.
Andrew Dr. George
analisou o artefato e descobriu um relevo com o desenho de uma torre de degraus
e uma figura humana com um bastão e um
chapéu em forma de cone. De acordo com especialista, esta é uma forte prova de
que a história bíblica da Torre de Babel fora verdadeira.
Essa é a primeira vez
que uma inscrição histórica confirma a visão que temos desta estrutura gigante,
além de identificar o famoso rei Nabucodonosor II,
que teria restaurado ou reconstruído uma torre
com andares e uma grande escadaria, como se observa no desenho.
No
topo do edifício, teria sido construído um local usado para observação das
estrelas e realização de cerimônias religiosas.
Segundo
o investigador, as inscrições na pedra estão de acordo com a história que a
Bíblia conta sobre a criação da torre, por isso é bastante provável que Babel
tenha sido um edifício real e não apenas ficção.
2 – Evidências Históricas
O
interessante na história da humanidade, é que o evento da “Torre de Babel”
também é contado fora da bíblia e do judaísmo, em outras civilizações
igualmente antigas através de seus documentos históricos.
Temos
como exemplo os islamitas que contam a mesma história, mas sendo a torre destruída
por Alá, e tendo distribuido 72 línguas diferentes para a dispersão do povo.
Outro
historiador muçulmano do século XIII relata a mesma história, adicionando que o
patriarca Éber (um antepassado de Abraão) tinha sido autorizado a manter a
língua original, neste caso o Hebraico, porque ele não participou da
construção.
Os
babilônicos também contam a mesma história, atribuindo a Nabucodonozor a
restauração da torre na época do seu reinado, com o nome de Zigurate em honra a
Marduke, cerca de 560 a.C, vista pelos historiadores como tendo cerca de 2090
metros de altura e 100 de largura (o que mostra o
artefato estudado por Andrew Dr. George, da foto acima)
Assim
como os egípcios, chineses, maias, persas e outros contam a mesma história na
sua ótica cultural.
Segundo
o levantamento da ONU, possui hoje no mundo mais de 3000 idiomas falados, fora
os dialetos. O interessante é que eles também garantem que todas vieram de uma
única língua mãe, ainda não identificada.
É
curioso notarmos também, que os mesmos estudiosos que chegaram a esta
conclusão, garantem que na antiguidade somente um deus era adorado, e que o
politeísmo veio justamente depois da dispersão do povo e com a formação de
novas civilizações.
O
motivo de Deus ter impedido a construção da torre e confundido a língua do
povo, se dá por três óticas:
·
O propósito do Criador era que a humanidade se espalhasse por
toda a terra. A idéia de construir tal torre tinha o objetivo de manter todas
as pessoas num só lugar. Ou seja, o povo estava indo contra uma ordem de Deus. “Disseram: — Venham, vamos construir uma cidade e uma
torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que
não sejamos espalhados por toda a terra”. (Gn 11:4 - NAA)
·
Outro motivo era porque o povo tinha a intenção de colocar no
cume da torre a imagem de um homem com a espada desembainhada contra Deus,
sinalizando uma rebelião contra a sua autoridade (tradição
oral judaica). “E o Senhor disse: — Eis que o povo é
um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá
restrição para tudo o que planejam fazer”. (Gn 11:6 - NAA)
·
E o terceiro motivo era a prevenção contra um novo dilúvio,
temendo que isso acontecesse, eles teriam um lugar alto para se refugiar (segundo a tradição judaica, torre é lugar de refúgio).
“Havia, porém, no meio da cidade, uma torre forte, e
todos os homens e mulheres, todos os moradores da cidade, fugiram para lá...”
(Jz 9:51 - NAA)
Independente
de qual tenha sido o motivo, observamos que as pessoas rejeitavam a autoridade,
a ordem e as promessas de Deus.
Segundo
os arqueólogos (matéria da revista Istoé de
21/01/16), um dos primeiros
arranha-céus da história da humanidade é uma torre construída na Idade da Pedra
Polida (entre 9000 a 4500 a.C.), descoberta em 1952, em Jericó, na Palestina.
É
consenso entre os pesquisadores que a civilização começou na Mesopotâmia, atual
Iraque, na região conhecida como Crescente Fértil. Ali, teria sido inventada a
roda, a escrita e a agricultura.
Jericó
seria uma espécie de neta da Mesopotâmia, para onde algumas pessoas migraram,
fundando um dos assentamentos urbanos mais antigos da Terra fora do Crescente
Fértil. Elas teriam chegado lá trazendo na memória um trauma de seus
ascendentes, uma catástrofe diluviana.
Naquela
época, seca, terremotos ou meteoros não amedrontavam a população, de acordo com
o especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém Rodrigo
Pereira da Silva. Uma grande inundação, um dilúvio, era a catástrofe que se
temia. “Quando um povoado fundava novas
civilizações, erguer uma torre era um procedimento-padrão”. Atualmente, já foram encontradas 31 ruínas de
torres só na Mesopotâmia.
Dessa forma, fica fácil entender o motivo das grandes
construções do Egito, México, China e outros países do mundo
3 – A Diversidade da Língua
Recolhido
a seus aposentos numa certa noite do final do século VII a.C., Psamético, um
dos últimos faraós do Egito, que reinou de 664 a 610 a.C., refletia sobre as
línguas que os homens falavam. Sua riqueza e diversidade, as semelhanças e as
diferenças entre as palavras, as pronúncias, as inflexões de voz, tudo o
fascinava – principalmente a idéia de que essa multiplicidade tinha uma origem
comum, uma língua mãe falada por toda a humanidade num tempo muito remoto, como
afirmavam as lendas da época. O faraó imaginou então uma experiência engenhosa
e cruel. Convencido de que, se ninguém ensinasse os bebês a falar, eles se
expressariam naquele idioma original, determinou que dois irmãos gêmeos fossem
tirados da mãe logo ao nascer e entregues a um pastor para que os criasse. O
pastor recebeu ordens severas, sob pena de morte, de jamais pronunciar qualquer
palavra na presença das crianças.
Quando
completaram 2 anos, o faraó mandou que se deixasse de alimentá-las, na
suposição de que a pressão da fome faria com que pedissem comida em sua “língua
natural”. Não se sabe bem o que aconteceu, mas tudo indica que o pastor, movido
pela compaixão, não fez exatamente o que lhe havia sido ordenado. Pois o
inverossímil relato enviado ao faraó informava que um dos meninos, faminto,
havia pedido pão em cíntio, idioma falado antigamente na região que viria a ser
a Ucrânia, na União Soviética. Assim, satisfeito com o desfecho da impiedosa
pesquisa, Psamético decretou que o cíntio era a língua original da humanidade.
Por incrível que pareça, a experiência seria repetida dezenove séculos mais
tarde. O idealizador foi o rei germânico Frederico II (1194-1250), que pelo
visto não se convenceu das conclusões do faraó. Certamente vigiado mais de
perto, o experimento resultou no inevitável: os dois gêmeos morreram.
Línguas como português, inglês, islandês, grego e
persa, por exemplo, podem parecer completamente diferentes, mas todas pertencem
à mesma família, a indo-européia. Onde a base dessas linguagens surgiu e como
se disseminou ainda é um problema, com hipóteses conflitantes. Uma pesquisa
publicada na revista Science garante que o evento ocorreu entre 8,5 mil e 9 mil
anos atrás, na Anatólia (atual Turquia), e acompanhou o desenvolvimento de um
marco na história da humanidade: a agricultura.
É interessante notar que a língua seja algo
aprendido, ninguém nasce falando um idioma, mas aprende com o decorrer do
tempo, mostrando que cada civilização, cultura e sociedade possuem seu modo de
comunicação que lhe fora transmitido.
4 – Conclusão
No nosso planeta existem
centenas de países e uma grande parte desses países tem o seu próprio idioma,
que evoluiu como parte da cultura de seu povo.
Quando um idioma não
evolui como parte da cultura e é apenas criado e definido por alguém ou um
grupo de pessoa, ele fica conhecido como Língua Artificial.
As
Línguas Artificiais podem ser criadas para comunicação humana, ou apenas para
ser um código, ou para uma obra fictícia ou então para experimentos lógicos.
Hoje vamos falar de uma Língua Artificial criada para comunicação humana e
atualmente é a língua artificial mais usada no mundo, ela é o Esperanto.
O
Esperanto foi criado pelo russo judeu Ludwik Lejzer Zamenhof, que vivia em uma
cidade onde se falavam muitas línguas, então afim de facilitar a comunicação de
todos, ele resolveu criar um idioma auxiliar, nascendo assim, o Esperanto.
Durante as duas
guerras mundiais o esperanto sofreu uma queda no número de interessados. Hitler
ordenava que suas tropas matassem
os falantes de esperanto na Alemanha e Stalin fez o mesmo na Rússia e até mesmo
a família de Ludwik foi dizimada.
Porém após a Segunda
Guerra Mundial, o esperanto retornou quando em 1954 a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura passou a reconhecer formalmente o
valor da língua artificial. Com o surgimento da internet, o Esperanto se popularizou
ainda mais.
O número de falantes
do esperanto é incerto, estima-se que mais de 200 mil pessoas falem o idioma
fluentemente e mais de 10 milhões de pessoas são iniciadas na língua.
Esperanto, que vem do latim esperantujo “o que traz esperança”,
tem sido cotada pela ONU como a língua da unificação, e tem sido especulada
como a língua do futuro, hoje já conhecida e ensinada em 120 países.
Referências de Estudo:
·
https://www.listenandlearn.com.br/blog/lingua-artificial-esperanto/