“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Porquanto a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados”. (1 Coríntios 15:52 - KJA)
1 – Introdução
Na passagem acima, a vinda de Jesus está relacionada ao soar da "última trombeta". Mas que trombeta é esta?
Antes de tudo, convém dizer que a volta de Jesus é um dos assuntos mais solenes e importantes da Bíblia. De Gênesis a Apocalipse se fala na pessoa de Jesus. Mas, enquanto dezenas de passagens descrevem a primeira vinda do Messias, para nascer e morrer em nosso lugar, outras centenas de versículos bíblicos se ocupam com a mensagem de que Jesus voltará!
Por ocasião da volta de Cristo para arrebatar sua Igreja, o apóstolo Paulo profetiza que "o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus" (1 Ts 4.16). Novamente, o apóstolo faz menção da trombeta, que sem dúvida é a mesma que é citada na Carta aos Coríntios, na passagem bíblica que abre este comentário.
A Bíblia menciona muitos instrumentos musicais, contudo o mais citado é a trombeta. Na Antiga Aliança, os toques das trombetas já eram muito importantes:
1) Eram tocadas para a convocação da assembléia - (Nm 10. 2-4);
2) Eram tocadas para levantar o acampamento no deserto - (Nm 10.2, 5-6);
3) Eram tocadas quando os israelitas iam à peleja contra os seus inimigos - (Nm 10.9; Js 6.16; Jz 7.20);
4) Eram tocadas em ocasiões festivas - (Nm 10.10).
Igualmente, se ouvia o toque de trombeta em ocasiões de juízo divino (Am 3.6) e quando era anunciado o advento de um novo rei (1 Rs 1.39).
A simbologia é tão forte que a Bíblia diz que ao proclamarmos a Palavra de Deus devemos levantar a voz como trombeta (Is 58.1; Jl 2.1).
Na Epístola aos Colossenses, o apóstolo Paulo nos ensina que as solenidades e cerimônias da Antiga Aliança são "sombras das coisas futuras" (Cl 2.17). Daí que os toques de trombetas prefiguravam eventos também futuros.
A Bíblia diz que tudo o quanto foi escrito no Antigo Testamento, para o nosso ensino e esperança foi escrito (Rm 15.4). De fato, o soar da última trombeta fala da esperança da Igreja.
Enquanto o mundo se fecha dentro de um fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, a Igreja caminha neste mundo com uma esperança (I Ts 4.13-18; I Co 15.19; Fp 3.20-21; I Jo 3.3).
Ap 11:15 - “O sétimo anjo tocou sua trombeta, e fortes vozes gritaram no céu:
“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre”.
Essa trombeta anuncia a volta de Cristo (Ap 19:11-21) Evidentemente, “a última trombeta”. Os julgamentos mundiais são completos em seis, mas pelo cumprimento de sete, os reinos do mundo se tornam os de Cristo.
O Deus do céu estabelecerá um reino que nunca será destruído: e o reino não deve ser deixado a outros povos, mas deve quebrar em pedaços todos estes reinos, e permanecerá para sempre (Dn 2:44). É o estabelecimento da soberania do Céu sobre a terra visivelmente, que, quando invisivelmente exercido, foi rejeitado pelos governantes terrestres até então.
Reinará para todo o sempre – grego, “pelos séculos dos séculos”. Aqui começa o reino milenar, a consumação do “mistério de Deus” (Ap 10:7) – união dos povos na segunda volta de Cristo.
Ap 11:16-18 - “Os vinte e quatro anciãos que estavam sentados em seus tronos diante de Deus se prostraram com o rosto em terra e o adoraram, dizendo: “Nós te agradecemos, Senhor Deus, o Todo-poderoso, que és e que eras, pois agora assumiste teu grande poder e começaste a reinar. As nações se enfureceram, mas agora chegou o tempo de Tua ira. É tempo de julgar os mortos e de recompensar teus servos, os profetas, assim como teu povo santo e todos que temem o teu nome, desde os pequenos até os grandes. “É tempo de destruir todos que causaram destruição na terra”.
Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Sl 2.
As nações se enfureceram – aludindo ao Sl 99:1, Septuaginta: “O Senhor se tornou Rei: os povos se enfurecem”. Sua ira é combinada com alarme (Ex 15:14; 2 Rs 19:28), “Eu soube do seu ódio e do seu orgulho, e agora vou pôr uma argola no seu nariz e um freio na sua boca, e farei você voltar pelo mesmo caminho por onde veio.” Traduzido do grego é o mesmo que: “As nações se enfureceram, e chegou a tua ira.” Como a raiva impotente do homem mesquinho, estando aqui lado a lado com a do Deus onipotente!
O tempo da Tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será mencionada em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no vs13.
Ap 11:19 – “Então se abriu o templo de Deus, que está no céu, e a arca da aliança foi vista lá dentro. E houve relâmpagos, estrondos, trovões, um terremoto e uma forte chuva de pedra”.
Uma conclusão solene similar àquela do sétimo selo, Ap 8:5, e àquela da sétima taça, Ap 16:18. Assim, parece que os sete selos, as sete trombetas e as sete taças não são consecutivas, mas paralelas e termina na mesma consumação. Eles apresentam o desdobramento dos planos de Deus para trazer o grande fim em três aspectos diferentes, complementando-se mutuamente.
O penhor da fidelidade de Deus ao Seu pacto em salvar Seu povo e punir seus e Seus inimigos se revela ao Ele abrir o Seu lugar secreto (santuário celestial) para a segurança do Seu povo (arrebatamento); e daí prossegue Seus juízos em favor deles (Ap 14:15-17; 15:5; 16:17).
2 – A 7ª Trombeta do Apocalipse é a mesma do Arrebatamento ?
A Palavra de Deus é uma só!
O livro de Apocalipse foi escrito na mesma época da fundação da igreja do Senhor e do Novo Testamento, e pelos apóstolos de Cristo sendo encomendado às igrejas.
O mesmo livro descreve acontecimentos recentes à vitória do Senhor para abrir o livro dos 7 selos, o qual ninguém fora achado digno de abrir, nem de olhar, senão o Senhor, que venceu com esta finalidade (Ap 5:1-7).
Neste mesmo livro (Apocalipse) que significa revelação, está revelado muitos mistérios do reino de Deus para a igreja do Senhor.
O livro de Apocalipse diz que serão tocadas sete trombetas, e o mesmo diz que ninguém pode acrescentar-lhe uma palavra sequer nem tirar-lhe (Ap 22:18-19)
Isso não se resume somente no acréscimo da escrita; mas também no acréscimo da fé; ou seja, se você passa a ensinar coisas não escritas na bíblia está fazendo acréscimos a ela, e quanto a isto João disse: “Declaro solenemente a todos que ouvem as palavras da profecia registrada neste livro: Se alguém acrescentar algo ao que está escrito aqui, Deus acrescentará a essa pessoa as pragas descritas neste livro. E, se alguém retirar qualquer uma das palavras deste livro de profecia, Deus lhe retirará a participação na árvore da vida e na cidade santa descritas neste livro”. (Ap 22:18-19 – NVT) Portanto o mesmo está selado!
Paulo diz pela palavra do Senhor que Cristo volta ante a última trombeta; e o Apocalipse diz que serão tocadas sete trombetas.
A palavra de Deus é completa e interligada e precisamos depender totalmente dela para entender toda Escritura.
E agora comparemos o que é dito ao toque da sétima trombeta do Apocalipse no verso 18 do capítulo 11 – “As nações se enfureceram, mas agora chegou o tempo de Tua ira. É tempo de julgar os mortos e de recompensar teus servos, os profetas, assim como teu povo santo e todos que temem o teu nome, desde os pequenos até os grandes. “É tempo de destruir todos que causaram destruição na terra”.
É justamente na SÉTIMA TROMBETA do Apocalipse, que a palavra de Deus afirma que é chegado o tempo dos mortos e o tempo do Senhor dar o galardão aos profetas, seus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes.
3 – Versos sobre as Trombetas, Arrebatamento e Ressurreição
Em Apocalipse 8 são tocadas 4 (das 7 trombetas), todas são sinais literais sobre a terra (não são figurativos assim como as pragas do Egito com Moisés também não o foram).
Em Apocalipse 9 são tocadas outras 2 trombetas (completando-se 6 de um total de 7 trombetas); sinais literais e físicos sobre a terra - semelhantes as pragas do Egito quando o povo de Israel estava para sair do Egito indo para Canaã, lembrando que somente após a 10ª praga do Egito (última) é que o povo saiu apressadamente do Egito.
Em Apocalipse 11:15-19 toca-se a 7ª trombeta (última), quando os reinos do mundo vieram a ser no nosso Senhor e do seu Cristo. Quando também é chegado o momento de dar o galardão aos profetas, aos servos, aos santos, os que temem o Seu nome, pequenos e grandes (Ap 11:18b)
"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (I Cor. 15:51-52)
"E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia." (João 6:59)
"Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo. 6:44)
E o mesmo Apocalipse diz que na 7ª trombeta se cumprirá o mistério de Deus:
"Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos." (Ap 10:7)
Qual é o segredo (mistério) de Deus?
1 Co 15:51-58
“Este é um mistério grandioso; refiro-me, contudo, à união entre Cristo e sua Igreja”. (Ef 5:32)
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