quinta-feira, 21 de março de 2019

Aula 05 - Desvendando o Apocalipse: "As Sete Igrejas da Ásia II"


“Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. (Ap 3:13)


4ª Igreja - Tiatira

Das sete cartas, esta é a mais longa. A cidade de Tiatira estava localizada numa região estratégica para muitos negócios. Tinha como fonte de renda uma brilhante tintura vermelha, conhecida como púrpura. Pode ser considerada a Igreja da Idade Média. O período relacionado a Tiatira foi de 538 d.C. até 1517 d.C. É o período mais longo e dura toda Idade Média, conhecida como a Idade das Trevas.
Vai da Junção Igreja-Estado à Reforma Protestante de Martinho Lutero.
A palavra Tiatira significa “sacrifício”, “dificuldade”, que bem descreve a situação da Igreja em sua quarta etapa. A igreja foi perseguida de morte pelo papado, principalmente no movimento chamado de Inquisição.

Ap 2:18 “Ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente:”
Cristo Se apresenta à Sua igreja neste período, pela primeira vez e a única em todo o Apocalipse, como “Filho de Deus”, exatamente porque sabia que o lugar do Filho de Deus seria usurpado por aquele que se apresentaria como Seu substituto na Terra (o Papa). A igreja não deveria trocar de Senhor.

Ap 2:19 “Conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras”.

Jesus elogia Seu povo. Foi o período que precedeu à grande obra da Reforma, época das grandes perseguições da Roma papal, contra o povo de Deus.
Nesse tempo adverso, a igreja cristã manifestou fé, paciência e consagração. A história dos Valdenses é uma prova disso. Rejeitando a supremacia dos papas, os Valdenses mantinham a Escritura Sagrada como única autoridade suprema e infalível. Escondidos nas montanhas e em cavernas dedicavam-se a copiar as Escrituras, capítulo por capítulo, versículo por versículo. Por isso, a Palavra de Deus foi conservada através dos séculos.

Ap 2:20 “Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Com o seu ensino ela engana os Meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos.”

Na igreja de Pérgamo havia os que seguiam a doutrina de Balaão – ou seja, aqueles que ensinavam que prostituição e idolatria não era pecado. Na igreja de Tiatira é mencionado haver uma mulher ensinando e enganando também com idolatria e prostituição. Mas quem era a Jezabel da época da igreja de Tiatira?
A mulher é empregada nas profecias como símbolo de igreja. Se a profecia fala que a igreja verdadeira é simbolizada por uma mulher virgem e pura, então aquela mulher que ensina a mentira para enganar só pode representar uma igreja falsa. Conseqüentemente, a Jezabel de Tiatira representa uma falsa igreja que ensina idolatria e prostituição das doutrinas de Cristo.

A Jezabel do antigo Testamento praticou várias obras detestáveis aos olhos de Deus:
· Ela se casou com o rei Acabe e tornou-se rainha de Israel.
· Por ser filha de um rei pagão, ela introduziu a idolatria entre o povo de Deus.
· Proibiu o verdadeiro culto a Yahweh
· A adoração ao Sol tomou o lugar da adoração a Yahweh.
· Trouxe sacerdotes pagãos para Israel.
· Perseguiu até a morte os verdadeiros servos de Deus.
· Os que se recusavam a deixar de adorar a Deus eram mortos (1 Reis 16-21).
Diante disso, é de se perguntar: Quem foi a Jezabel (ou a igreja) que nos séculos do período de Tiatira introduziu na igreja cristã a idolatria, que proibiu o verdadeiro culto a Deus, que tinha um grande número de sacerdotes sob suas ordens e que perseguiu os servos de Deus que se opunham à sua autoridade?

Ap 2:21 “Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade, mas ela não quer se arrepender.”
A profecia diz que Deus concedeu um tempo para que essa igreja, a Jezabel, se arrependesse de sua prostituição espiritual, mas ela não se arrependeu. Todo afastamento dos princípios fundamentais de Cristo é prostituição e apostasia.

Ap 2:22-24 “Portanto, lançá-la-ei num leito de dores, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Ferirei de morte a seus filhos. Então todas as igrejas saberão que Eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações, e darei a cada um de vós segundo as vossas obras. Digo-vos, porém, a vós, os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga não porei sobre vós.”

Todo desvio da doutrina correta é considerado adultério. Como conseqüência, todos os que persistirem voluntariamente com essa igreja na idolatria e prostituição, após receberem o pleno conhecimento da verdade, terão que enfrentar as sete pragas que serão estudadas no capítulo 16. Os “filhos” de Jezabel são, evidentemente, os adeptos dessa falsa igreja. Estes, se não se arrependerem a tempo, como assegura a profecia, conhecerão a segunda morte, porque serão julgados e condenados segundo as suas próprias obras e não segundo as obras de Cristo.

Ap 2:25 “O que tendes, retende-o até que Eu venha.”

A eterna verdade do evangelho de Cristo foi confiada à Sua igreja nesta terra. Por nada no mundo a igreja pode descuidar desse patrimônio. O desejo de Cristo é que Seus seguidores defendam a verdade a todo custo.

Ap 2:26-28 “Ao que vencer, e guardar até o fim as Minhas obras, Eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro; assim como também recebi autoridade de Meu Pai.Também lhe darei a estrela da manhã.” A estrela da manhã é Jesus (Ap 22:16). Ele oferece a Si mesmo para ser a nossa companhia.

Ap 2:29 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Durante a Idade das Trevas, cada região da Europa esteve sob a inspeção direta da Igreja. Não somente reis em seus tronos, mas até pessoas comuns, em suas próprias casas, se submetiam ao poder de Roma. A Igreja se colocou entre o rei e os súditos, pais e filhos, maridos e mulheres. Os segredos dos corações eram abertos no confessionário. A Igreja ensinou que as pessoas eram salvas pelas boas obras. Penitências e indulgências tiraram o pão de muitas bocas. Um governo forte, com um domínio como jamais foi visto, assentou-se no trono.

5ª Igreja - Sardes

Sardes foi fundada no século 12 a.C. No passado, foi a capital da antiga monarquia Lídia, um dos reinos mais ricos do mundo antigo. A antiga cidade de Sardes foi construída sobre um platô de rochas que se erguiam a 500 metros da planície. Era considerada uma fortaleza impenetrável, mas em 1402 foi invadida e destruída por Tamerlane e nunca mais voltou a ser reconstruída.
No tempo de João, estava em reconstrução por causa de um terremoto ocorrido no ano 17 d.C e possuía a maior sinagoga judaica da época.
O período relacionado à igreja de Sardes vai do ano 1517 d.C. ao ano 1798 d.C. A palavra Sardes quer dizer "remanescentes" ou "aqueles que estão escapando", e durou da Reforma Protestante à supremacia papal.

Ap 3:1 "E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto."
Jesus Se identifica como o Espírito Mensageiro. Mais uma vez, deixa claro que é onisciente e conhece todas as obras do Seu povo. Sardes teve um bom começo, pois carregava a bandeira das verdades bíblicas; trouxe o espírito da Reforma. Começou com uma história de glória e terminou em completa ruína.

1 João 5:12: "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." Jesus Se referiu a Sardes como igreja que tem nome de que vive mas está morta, porque o povo daquela época estava aos poucos se afastando dEle.

Ap 3:2-3 "Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei."

A estratégia de Satanás que antes era na forma de perseguição contra o povo de Deus, passou a ser "unir-se" à igreja. Foi nesse período, após a Reforma de Martinho Lutero, que houve proliferação de denominações religiosas. Jesus está pedindo para o povo guardar a verdade, mas Satanás percebeu que poderia entrar na igreja e deturpar a doutrina, causando assim separação e confusão.
Sardes simboliza a igreja da Reforma, cobrindo os séculos dezesseis, dezessete e a maior parte do século dezoito. O protestantismo foi fundado em protesto contra as doutrinas e práticas corruptas do romanismo, mas a falta de conhecimento das Escrituras produziu debilidade espiritual e conformidade com o mundo.

Ap 3:4-5 "Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos."

As pessoas que não se contaminaram são aquelas que, mesmo em meio à confusão de diversas denominações, se mantiveram fiéis à Palavra de Deus. Jesus afirma que esses fiéis ganhariam vestes brancas e teriam seus nomes no livro da vida.

Ap 3:6 "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas." Todo ser humano deve ouvir o que Deus diz.

6ª Igreja - Filadélfia

Filadélfia se localizava em uma vasta colina entre dois vales férteis. Esta igreja recebe elogios e nenhuma falha é mencionada. Esse tempo representa um período missionário, quando pregadores falavam sobre a mensagem de um grande despertamento.
O período relacionado à igreja de Filadélfia vai do ano 1798 d.C. ao ano 1844 d.C. - o mais curto entre todos os outros.
Termina a Supremacia papal com a prisão do papa Pio VI por Napoleão Bonaparte e a difusão da bíblia, até “o Grande Desapontamento”, que se deu quando os cristãos do mundo aguardavam no dia 22 de outubro de 1844 a Volta de Cristo e ela não se deu. Tudo aconteceu devido a contas escatológicas feitas por teólogos da época baseados na profecia que Cristo voltará na Festa dos Tabernáculos.

Ap 3:7 "E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre."
Jesus Se identifica como aquele que tem a chave de Davi. Quer dizer, aquele que tem toda autoridade e poder.

Ap 3:8 "Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome."
Jesus afirma que para aqueles que se mantivessem fiéis Ele abriria uma porta e ninguém fecharia. Mas que porta é essa?

Ap 11:19 - "E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da Sua aliança foi vista no Seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva."

Porta da graça, salvação. Não era uma porta para o Céu, mas uma porta aberta no Céu. No santuário celestial, onde Jesus ministrava no lugar santo, foi aberta uma porta e Ele passou ao lugar santíssimo. Momento da história, em que a Palavra de Deus começa a ser divulgada no mundo inteiro.

Ap 3:9 "Eis que Eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que Eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que Eu te amo."
Jesus está Se referindo aos que dizem ser Seus seguidores, mas não são. O grande perigo atual está nas igrejas que pregam, digamos, 95% da verdade. Por ocultar os 5% automaticamente deixam de ser de Cristo. Lembre-se sempre que para saber se você está no lugar certo é preciso que a igreja pregue 100% das verdades bíblicas.

Ap 3:10 "Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra."

Promessa de Deus para os filhos fiéis que iriam passar por aflições. Tempo de angústia. Deus promete proteção na hora da dificuldade.

Ap 3:11 "Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa."
É a primeira vez no Apocalipse que Jesus coloca Sua volta como fato iminente. Não é mais apenas uma promessa, mas o próprio Filho de Deus fala com clareza que Sua segunda vinda está próxima.

Ap 3:12 "A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do Meu Deus, e também o Meu novo nome."
Jesus promete ao filho fiel e vencedor três bênçãos especiais.

7ª Igreja - Laodicéia

Laodicéia era uma cidade muito rica. A confiança nas riquezas era tanta que seus habitantes não aceitaram ajuda de Roma para reconstruir a cidade, depois que um terrível terremoto a destruiu. Sua riqueza vinha principalmente do comércio e dos juros bancários. O período relacionado à igreja de Laodicéia vai do ano 1844 d.C. até os dias de hoje. Isso significa que as mensagens de Jesus para este período são para você e para mim - a mensagem é para nós, que levamos a bandeira das verdades bíblicas; povo cristão que guarda os mandamentos e têm o testemunho de Jesus.

Ap 3:14 "E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus."
Jesus Se apresenta como o "princípio da criação de Deus". A palavra usada no original, em grego, é Arché, que significa “origem ou agente da criação”.

Ap 3:15-16: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca."

Laodicéia ficava entre duas cidades: Hierápolis e Colossos. Hierápolis era uma estância termal da Ásia Menor, atual Turquia, e suas águas atingiam a temperatura de até 50° e usadas para tratamentos medicinais e terapêuticos. Já em Colossos, era a cidade de águas frias, refrescantes.
As autoridades de Laodicéia contruiram aquedutos para trazerem essas águas para abastecer a cidade, mas acabava chegando morna, e trazia mal estar para a população.
Jesus aproveitou esse episódio para falar da mornidão espiritual em que viviam.
A mensagem aqui serve para todos os cristãos hoje.
Jesus usa uma série de adjetivos fortes e negativos para Se referir ao povo morno. É um recado para todos aqueles que se acham bons a ponto de não precisarem de Deus. São aqueles que dizem conhecedores da verdade, arrogantes e presunçosos. A mensagem é para as pessoas que têm a pretensão de imaginar ser algo que não são.
O problema não é doutrinário, mas comportamental. É uma mensagem de Deus para acordar todo cristão que se encontra nessa condição de mornidão.

Ap 3:17 "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu."

A cidade era rica, possuía o mais famoso comércio de tecido da região e tinha uma medicina avançada para época. Mas Jesus Diz que espiritualmente eles eram pobres, cegos e nus.

Ap 3:18 "Aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas."

Por isso continua: Compre de Mim o ouro (fé), roupas (pureza) e unção (discernimento).

Ap 3:19-20 "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo."

Aqui observamos o quanto a igreja tem abandonado a Cristo e o deixando do lado de fora, a ponto Dele ter que bater na porta.

Ap 3:21 "Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono."







sexta-feira, 15 de março de 2019

Recapitulando


Contexto do Livro 

Era o final do reinado do Imperador Domiciniano, um dos maiores perseguidores dos cristãos.
A mensagem era de Deus, mas a linguagem usada era humana. João era judeu, criado no judaísmo, e por isso, conhecia muito bem os profetas Isaías, Ezequiel, Daniel e Habacuque, suas mensagens e a linguagem usada por eles (v.2 e 3)
Este livro foi criptografado aos judeus para que os romanos não o entendessem.
Somente quem conhecesse e entendesse as escrituras da época ( leis e profetas) podiam interpretar aquela simbologia.

Observação: O Novo Testamento só foi escrito depois do ano 45 d.C e encerrado o ano 100 d.C. Jesus morreu entre o ano 29 a 31 a.C

Capitulo 1

Vs. 1 a 3 – Faz a apresentação do livro de apocalipse, mostrando quem é o autor e o tema do livro.

·Autor: João, filho de Zebedeu, primo de JESUS.

·Idade: Tinha 85 a 86 anos quando recebeu estas revelações da parte de Deus.

·Local: Ilha de Patmos (atual Turquia Moderna) - exilado político. Esta ilha era rochosa,
sem vida e sua extensão era de 16x10 Km no meio do Mar Egeu.

·Ano do acontecimento: 95 d.C

·Tema do Livro: Revelação da parte de Deus a Jesus Cristo sobre as últimas coisas.

Vs. 4 a 8 – É a saudação de João às sete igrejas da Ásia, as quais eram endereçadas aquelas cartas, e mostrando que vinha da parte da Trindade Santa.

Vs. 9 – João se apresenta como participante dos seus sofrimentos e perseverante na fé em Cristo, motivos pelo qual aquelas igrejas também eram perseguidas pelo Império Romano.

Vs 10 a 11 - Fala sobre a sua experiência com Deus e conta o motivo pelo qual estava escrevendo aquela carta. Também revela em qual dia da semana ele havia recebido aquela revelação – no sábado.
Shabbat – significa, o dia que Deus reina, o dia da Sua plenitude, o dia do Mover de Deus.

Vs. 12 a 20 – Relata a visão que teve de João, que é a mesma que Daniel teve (Dn 10:5-6)
Nesta visão, João vê Cristo no meio de 7 castiçais – MENORAH (peça que ficava no santuário do templo, entre o átrio e o Santo dos santos. Essa peça era composta por sete pontas unidas formando um único candelabro, que deveria ficar aceso 24h por dia, e era função do sacerdote cuidar que isso acontecesse.
Então, todos os dias o sacerdote limpava aquela peça, via se o pavio estava funcionando e depois abastecia com óleo para que o seu fogo nunca se pagasse.
Essa revelação de João mostra que o próprio Cristo estava atuando como sacerdote no céu, cuidando daquelas igrejas. E por serem judeus, eles conheciam as escrituras e enxergavam naquelas palavras o cumprimento de (Lv 26:11-12)

Capitulo 2

Os capítulos 2 e 3, relatam o teor das cartas ditadas por Cristo a João. Eram sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sárdis, Filadélfia e Laodicéia.

Éfeso – (vs. 1 a 7)  

A maior e mais importante cidade da Província Romana, muito conhecida pelo centro comercial que possuía com o maior porto marítimo daquela região e também como centro religioso, com o  templo de Diana, a “deusa da fertilidade”.
Os fundadores desta igreja foram Áquila e Priscila. (Ef 19)
Paulo a visitou e escreveu uma carta que ficou conhecida como a carta aos Efésios.
João também viveu ali algum tempo. Na época que João escreve esta carta, Timóteo provavelmente fosse o seu pastor.
A carta de Cristo dirigida à igreja de Éfeso representa a mensagem que Ele tinha para o primeiro período da igreja cristã... a igreja apostólica. O período relacionado à igreja de Éfeso vai do ano 31 d.C. ao ano 100 d.C. – (Morte de Cristo a morte de João)
A estrutura das cartas possuía: Saudação, elogio, exortação, conselho e promessa.
Foi elogiada por sua perseverança e fidelidade a Deus, por ser uma igreja missionária e por não terem permitindo falsas doutrinas no meio dela. Mas foi exortada por ter abandonado o primeiro amor e aconselhada a retornar para que sua luz não fosse extinta, ou seja, Cristo a privaria de suas bênçãos.
A palavra Éfeso significa “desejável”. Essa palavra descreve o caráter e as condições espirituais da igreja cristã em sua primeira etapa.


Esmirna – (vs.8 a 11)

A cidade ficava a 55 km de Éfeso, era rica e também possuía porto marítimo. Era centro de adoração ao imperador e a única sede do templo em adoração ao Imperador Tibério. Naquela época, os líderes eram considerados deuses.
Esta é a única carta que não possui reprovação da parte de Cristo. Ele a elogia e fala sobre a perseguição que esta igreja (período) sofreria, mas também a incentiva a perseverar até o fim.
A carta de Cristo dirigida à igreja de Esmirna representa o segundo período profético da igreja, que vai do ano 100 a 313 d.C.

v. 10 – Perseguição
10 dias = 10 anos (Lv 25:1-7, Nm 14:34 e Ez 4:4-6) nos mostram a base desta interpretação.
A regra clássica de interpretação é “sola scriptura”, a própria bíblia se interpreta.
Essa perseguição aconteceu no ano 303 d.C com imperador Diocleciano e terminou com o edito de Milão do imperador Constantino em 313 d.C dando liberdade religiosa a toda população. Isso aconteceu após a sua conversão ao Cristianismo.


Pérgamo – (vs. 12 a 17)

Pérgamo significa altura. Isto se dá devido a sua localização, 300m acima do nível do mar.
Foi fundada em 539 a.C, mais ou menos, quando os babilônicos perderam para os persas, e alguns sacerdotes então, fugiram e fundando neste local uma cidade onde continuaram suas práticas politeístas e místicas.
Principal centro da cultura helenista desde o III século a.C., era muito próspera e centro principal dos intelectuais da época, onde se adorava o deus Asclépio, deus grego da cura, representado pela serpente, e famosa pelo grande altar de Zeus hoje no museu de Berlim.
Em suma, era uma cidade pagã com influência babilônica e com a cultura romana que exigia a adoração ao imperador.
Foi elogiada, mas também foi reprovada por ser conivente a cultura dos nicolaitas e de Balaão, ou seja, estavam permitindo que a cultura pagã influenciasse seus costumes coisas inaceitáveis a Deus.
Esse período se dá em 313, ano que Constantino termina com a perseguição aos cristãos a 538 com início da supremacia papal.


Aula 04 - Desvendando o Apocalipse: "As Sete Igrejas da Ásia" (Parte I)


“...Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida... de maneira alguma sofrerá a punição da segunda morte, e proporcionarei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedra branca, e sobre essa pedra estará grafado um nome nome, o qual ninguém conhece, a não ser aquele que o recebe.”
(Ap 2:7, 11e17 - KJA)

Introdução

Os capítulos 2 e 3 de Apocalipse revelam o conteúdo das cartas que o próprio Jesus ditou ao apóstolo João para serem enviadas às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
Essas sete igrejas representam os períodos pelos quais a Igreja de Deus passou. Nas cartas, encontramos o retrato da relação de Cristo com as diferentes fases da Igreja ao longo da era Cristã.

1ª Igreja - Éfeso

Éfeso era uma importante cidade na província romana da Ásia. O que fazia da cidade uma atração mundial era o famoso templo de Diana, a denominada “deusa da fertilidade” dos efésios, conhecida hoje como Templo de Ártemis. A maioria das pessoas que viviam na cidade adorava deuses pagãos. Paulo fundou esta igreja e João viveu ali algum tempo. A carta de Cristo dirigida à igreja de Éfeso representa a mensagem que Ele tinha para o primeiro período da igreja cristã.
O período relacionado à igreja de Éfeso vai do ano 31 d.C. ao ano 100 d.C. A palavra Éfeso significa “desejável”. Essa palavra descreve o caráter e as condições espirituais da igreja cristã em sua primeira etapa.

Ap 2:1 “Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na mão direita as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:”

Anjos = mensageiros
Sete estrelas = anjos (mensageiros ou emissários) das sete igrejas
Sete candeeiros = sete igrejas
Jesus faz menção sobre Ele mesmo ser o autor das mensagens o apóstolo João escreveu.

Ap 2:2 “Conheço as tuas obras e o teu trabalho e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achastes mentirosos.”

Elogio de Jesus aos Seus seguidores; um incentivo para se apegarem às boas obras e renunciarem as más. Nada passa despercebida por Ele.

Ap 2:3 “Tens perseverança e por causa do Meu nome sofreste e não desfaleceste.”

A igreja apostólica foi muito perseguida pelos judeus e pelos romanos. Nero incendiou Roma em 19 de julho de 64. Os historiadores falam com indignação da crueldade de Nero para com os cristãos incessantemente perseguidos. A perseguição implacável durou quatro anos, até a morte de Nero.
Embora perseguidos, os cristãos eram pacientes e conformados, pois sabiam em Quem criam. Outro elogio de Jesus diz respeito ao trabalho missionário desta igreja, que foi o mais grandioso de toda a história da Igreja. Os apóstolos percorreram os quatro cantos do mundo pregando o evangelho.

Ap 2:4 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.”

Jesus, em seu amor, repreende Seu povo sempre que necessário. A gloriosa igreja que em apenas 30 anos evangelizou o mundo é, por fim, acusada da perda do primeiro amor. Não é o caso que a igreja não amasse mais a Deus, a Jesus e Sua verdade. Mas já não era como no princípio de sua fundação.
A discussão de assuntos sobre doutrinas sem importância ocupou o tempo que devia ser usado para pregar o evangelho. Foi nessa hora crítica da Igreja que João foi isolado na ilha de Patmos. Quase todos os outros apóstolos já estavam mortos.

Ap 2:5 “Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te arrependeres, brevemente virei a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”
Se a Igreja não voltasse às primeiras obras, o candeeiro seria retirado. Isso significava que Jesus privaria a Igreja da luz e das bênçãos do evangelho, para confiá-las a outras mãos.

Ap 2:6 “Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais Eu também odeio.”
Os nicolaitas faziam parte de uma seita fundada por Nicolau, da Antioquia. Diziam-se cristãos, mas consideravam normal o adultério e outras práticas odiadas por Deus. Eles achavam que a fé em Jesus os liberava da obediência aos Dez Mandamentos.

Ap 2:7 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe–ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.”
A promessa ao vencedor é bem clara: o direito de comer “da árvore da vida”. Benefício que nem Adão e Eva tiveram no jardim do Éden. Deus o guarda somente àqueles que vencerem o mal nesta vida, permanecendo fiel a Ele.
Era uma igreja doutrinariamente sólida e ativa, ainda que seu amor tivesse ficado frio. É perigoso permitir que nosso serviço a Deus se torne mecânico e ritual; o primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. Quando uma igreja deixa de amar a Deus ela prejudica sua relação com Ele.

2ª Igreja - Esmirna

Esmirna é uma das cidades mais antigas do mundo. Atualmente é chamada Izmir, e é a terceira maior cidade da Turquia. Fica ao norte de Éfeso, numa linha da baía do Mar Egeu, Grécia. O Período relacionado à igreja de Esmirna vai do ano 100 d.C ao ano 313 d.C.
A palavra esmirna significa “mirra”, “perfume” ou “cheiro suave”. Compreendemos que a igreja, no segundo período de sua história, seria esmagada por perseguições de seus adversários; porém, na opressão, liberaria o suave perfume da fidelidade e do amor a Jesus.

Ap 2:8 “Ao anjo da igreja de Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, o que foi morto e reviveu.”
Jesus faz menção sobre Ele mesmo como sendo o autor das mensagens que Seu apóstolo João escreveu.

Ap 2:9 “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são sinagoga de Satanás.”
A pobreza que enriquece – Jesus diz à igreja que sabia de sua pobreza material, mas que ela era rica, pois tinha muita fé.

Falsos judeus – A acusação de Cristo de que na igreja de Esmirna havia falsos judeus, equivale a dizer que havia nela falsos cristãos. Afirmou Jesus que esses pertenciam à “sinagoga de Satanás”.

Ap 2:10 “Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, a dar-te-ei a coroa da vida.”
Sabemos que nas profecias das Sagradas Escrituras um dia equivale a um ano. Em vez de dias literais, temos aqui dez anos proféticos de perseguição contra a igreja do período de Esmirna. Essa perseguição sem trégua durou dez anos (de 303 a 313), durante o governo do imperador Diocleciano. Foi a maior perseguição que a igreja cristã recebeu durante o domínio da Roma pagã, o Imperador não queria apenas matar todos os cristãos, mas acabar com o Cristianismo na face da Terra.

Ap 2:11 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda morte.”
Pela primeira vez no Apocalipse é feita menção à segunda morte. Só o cristão vencedor não passará pela experiência da segunda morte. Mas o que é a segunda morte? É a condenação eterna, já que a primeira morte é física, e todos ressuscitarão para um julgamento, a segunda será eterna.
Esses irmãos estavam sofrendo perseguição e dificuldades econômicas, mas Deus estava orgulhoso deles. O mito que a fidelidade a Deus sempre traz prosperidade e termina o sofrimento é falso.

3ª Igreja - Pérgamo

Pérgamo era uma cidade universitária, famosa pelos seus mestres na arte de curar. Tinha uma biblioteca com 200 mil rolos. Esses rolos eram feitos de pelica, uma forma refinada de couro. Pérgamo é uma modificação da palavra "pelica". O rei de Pérgamo recebia o título de “Pontífice Máximo”, que significa o "edificador da grande ponte".
Nisto vemos uma semelhança com a torre de Babel, cujo propósito era alcançar o céu por esforços humanos. Quando o rei de Pérgamo entregou seu reino aos romanos, todo esse culto foi transferido para Roma. E o título “Pontífice Máximo” foi absorvido pelo cristianismo romano. Pérgamo tornou-se, assim, um elo entre a antiga Babilônia e a moderna Roma.
O período relacionado à igreja de Pérgamo foi de 313 d.C a 538 d.C. A palavra Pérgamo significa “exaltação”, “elevação”, porque a própria cidade estava edificada mil pés acima do nível do mar. Esse significado descreve o caráter e a vida espiritual da igreja em seu novo período.

Ap 2:12 “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes.”
Jesus Se apresenta à igreja deste período com uma espada de dois gumes. Espada é a “palavra de Deus que penetra até a medula”, diz Paulo, “que interpreta os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). A palavra de Deus tem duas funções, trazer bênção e maldição, recompensa e juízo.
Ap 2:13 “Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás. Contudo, reténs o Meu nome, e não negaste a Minha fé, mesmo nos dias de Antipas, Minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”
Esta carta é uma veemente denúncia. Jesus sabia que a igreja estava se aliando ao mundanismo, dando início à apostasia. Deste período da igreja de Pérgamo, de 313 a 538, de Constantino a Justiniano, a igreja foi considerada Igreja Imperial, ou seja, lugar de autoridade política. Foi quando doutrinas e normas foram implantadas mudando a essência do evangelho de Cristo.

Ap 2:14 “Todavia, tenho algumas coisas contra ti; Tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, levando-os a comer das coisas sacrificadas aos ídolos, e praticar a prostituição.”
A doutrina de Balaão pode ser resumida como idolatria pagã. Como o paganismo não podia vencer a igreja, então fez amizade com ela. Assim, paulatinamente, as práticas e cerimônias pagãs foram sendo introduzidas aos poucos no cristianismo, para amenizar as perseguições. Dessa forma, o cristianismo passou a freqüentar as cortes e palácios dos imperadores, trocando a simplicidade de Cristo e de Seus apóstolos pela pompa e orgulho dos sacerdotes; em lugar dos mandamentos de Deus, entraram teorias e tradições humanas.
Assim como fez com Balaão, Satanás corrompeu a igreja por meio de uma aliança com o mundo. Na pessoa de Constantino, a igreja subiu ao trono dos Césares e reinou como uma rainha. Houve uma mútua transigência e tolerância entre o cristianismo e o paganismo. Por causa da influência pagã, o cristianismo mudou tanto que se tornou um "paganismo batizado".

Ap 2:15 “Assim tens também alguns que seguem a doutrina dos nicolaítas.

Ap 2:16 “Arrepende-te, pois! Se não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da Minha boca.”

A igreja foi chamada ao arrependimento, ao abandono das doutrinas pagãs – ou seja, a idolatria e a prostituição da verdade.

Ap 2:17 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.”
Quando qualquer pessoa entre os gregos era acusada de crimes contra o Estado e era julgada pelos cidadãos, eles votavam por absolvição com uma pedra branca; e por condenação, com uma pedra preta. Por isso, Cristo, o único juiz do Seu povo, ao prometer dar aos vencedores uma pedra branca, está lhes dando a certeza da absolvição.
Esse grupo permanecia fiel mesmo quando um membro foi martirizado, mas tinha um grande problema: tolerava o ensino de falsas doutrinas que encorajavam idolatria e imoralidade. O Senhor ameaçou fazer guerra contra ele.

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