Existe um momento na nossa caminhada, que passamos por caminhos tão tortuosos, que nos causam náuseas; tão esburacados que nos machucam os pés; tão cheios de altos e baixos que cansam nossos passos a ponto de fazer-nos repensar: "Será mesmo este o caminho certo?!"
É um sol escaldante seguido de densa escuridão.
Nunca se viu a luz e as trevas tão de perto e ao mesmo tempo tão distantes.
Falta ar, sobra cansaço.
A pouca água mais engasga que refrigera.
As sombras são tão espaçadas que fico pensando, por que não trouxe sementes pra ir plantando pelo caminho?! Quem fizesse esse caminho um dia, poderia desfrutar de um pouco mais de sombra que eu pude encontrar...
O vento quando sopra, traz consigo uma poeira que embaça a visão, atrapalha meus reflexos e me perco em meus lamentos.
Mas é nessa caminhada que aprendo a dar valor a tudo àquilo que ainda tenho.
Mesmo cansada, tenho um corpo capaz de me levar a um destino. Pés capazes de andar e parar a um comando do meu cérebro.
Mãos sujeitas ao meu corpo.
Olhos que podem ver e, uma mente sã que pode ponderar se devo prosseguir, parar ou voltar atrás.
Existe escolha. Eu tenho opções. E como murmurar não é melhor decisão, logo passo a contá-las.
Desanimar e esperar que o suprimento acabe, e que o sol escaldante me adoeça de exaustão, também não pode ser o melhor a seguir.
Voltar atrás àquilo que conheço, de onde me cansei e decidi sair, também não me revela um bom caminho a trilhar.
E o que me resta?!
Ir adiante... Seguir em frente. É avante que se chega a um lugar.
Talvez demore! Quem sabe não?!
O certo é, que ao chegar encontrarei descanso para o meu corpo, refrigério para minha alma e paz para o meu espírito
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