quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Aula 16: Desvendando o Apocalipse – “O Grande Conflito”


“Poupa Teu povo, Senhor! Não permitas que a nação que pertence a Ti se torne objeto de zombaria. Não deixes que seja motivo de piada para as nações que dizem: Onde está o seu Deus? Então vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o Senhor, seu Deus, e não há nenhum outro; nunca mais meu povo será envergonhado.” (Jl 2:17,27)

1 – Introdução


O capítulo 12 inicia uma nova parte do Apocalipse. Antes de começar esta lição, devemos relembrar, resumidamente, o que já passou.
· O capítulo é uma introdução ao livro, apresentando Jesus Cristo como a fonte desta revelação e como o Senhor eterno e poderoso.
· Os capítulos 2 e 3 contêm as cartas às sete igrejas da Ásia.
· Os capítulos 4 a 11 mostram a revelação, por etapas, do plano de Deus para com os povos. Os sete selos e as sete trombetas, culminando na vitória dos servos do Senhor liderada por Cristo.
O resto do livro é uma apresentação ampliada dos detalhes dessa vitória. Não apresenta uma nova sequência de acontecimentos, e sim uma vista mais próxima do que já fora revelado nos capítulos anteriores.

2 – Exegese do Capítulo 12

Ap 12:1 - “Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”.

Quem é esta mulher? Pelo fato que ela dará à luz o filho que se torna rei (12:5), ou seja, Jesus, alguns sugerem que esta figura representa a própria Maria, mãe de Jesus. Mas é uma visão celestial, e a figura aqui é maior do que Maria. Esta mulher representa o povo de Deus, como podemos perceber pela descrição dela.

Ela é vestida do sol e tem a lua debaixo dos pés. O sol e a lua são os dois luzeiros principais dados por Deus para iluminar a Terra. O povo de Deus serve como luz no mundo de trevas (Mt 5:14-16), revelando ao mundo a luz da revelação divina.

Vários outros fatos apóiam esse entendimento. A coroa de doze estrelas junto ao número doze, simbolizam a vitória do povo de Deus decretada desde Gn 3:15. É totalmente consistente com a linguagem de o Velho Testamento pensar no povo de Deus dando à luz, já que é uma promessa dada pelo próprio Deus a uma mulher que simboliza a humanidade – Eva.

Ap 12:2-5 – “Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas. Sua cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão pôs-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse. Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono”.

Toda vez que a bíblia fala sobre sofrimento, faz alusão a dores de parto Mq 4.9-10. O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo.

A referência à terça parte das estrelas do céu pode ligar esse acontecimento ao juízo das trombetas no qual a terça parte é a proporção característica de destruição (Ap 8.7), incluindo a terça parte das estrelas (v.12). No entanto, também é entendida como uma referência à rebelião da terça parte dos anjos que seguiram Satanás. A tentativa do dragão de tragar o Cristo recém nascido revela que a estratégia de Herodes para matar Jesus, quando este era um bebê (Mt 2.3-16) foi satanicamente inspirada.

O filho homem gerado pela mulher, é uma figura messiânica do Sl 2:7-9, falando sobre Cristo, a sua ascensão aos céus e seu retorno para governar a terra com autoridade.

Ap 12:6-11 – “A mulher fugiu para o deserto, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve então uma guerra nos céus. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar nos céus. O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra. Então ouvi uma forte voz dos céus, que dizia: “Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida”.

O deserto aqui é um lugar de proteção preparado por Deus (Os 2.14) para a mulher. A referência ao Senhor alimentando a mulher no deserto lembra a provisão milagrosa dele para Israel no deserto do Sinai (Êx 16). Mil duzentos e sessenta dias é o período de provisão e proteção para a mulher no deserto.

Miguel é um arcanjo (Jd 9). De acordo com Daniel 12.1, ele é um anjo guardião que protege o povo de Deus. Aparentemente, comanda um exército de anjos. Miguel e os exércitos celestiais são vitoriosos, deixando Satanás e seus demônios fora dos limites do céu.

A expulsão do diabo para a terra significa que esse mundo se tornou a sua base de operações e que a sua ira é descarregada em direção aos habitantes da terra (v. 12). Desse modo, é provável que o fim dos tempos seja o período de guerra espiritual mais acirrada da história (Ef 6.10-18).

A derrota final de Satanás é acompanhada da referência a outras derrocadas dele pela crucificação de Cristo, pela a palavra do seu testemunho e pelo testemunho fiel de pessoas que mesmo sendo martirizados não negaram a verdade.

Ap 12:12-17 – “Portanto, celebrem-no, ó céus, e os que neles habitam! Mas ai da terra e do mar, pois o Diabo desceu até vocês! “Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo”. Quando o dragão foi lançado à terra, começou a perseguir a mulher que dera à luz o menino. Foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que ela pudesse voar para o lugar que lhe havia sido preparado no deserto, onde seria sustentada durante um tempo, tempos e meio tempo, fora do alcance da serpente. Então a serpente fez jorrar da sua boca água como um rio, para alcançar a mulher e arrastá-la com a correnteza. A terra, porém, ajudou a mulher, abrindo a boca e engolindo o rio que o dragão fizera jorrar da sua boca. O dragão irou-se contra a mulher e saiu para guerrear contra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus”.

Aqueles que estão nos céus têm um bom motivo para se alegrarem por causa da expulsão permanente do diabo. Por outro lado, a terra e o mar (criação natural), agora, têm um ai adicional (Ap 8.13; 9.12; 11.14) para enfrentar — a grande ira do diabo, que sabe que pouco templo lhe resta. Logo, Satanás será amarrado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3).

O derrotado dragão, precipitado na terra, persegue agora o povo que pertence ao Messias representado pela mulher que deu à luz o filho varão regente.

A mulher de alguma forma, levada para o seu lugar de proteção contra a serpente, o deserto, como se fosse carregada pelas asas de uma grande águia. Isso faz lembrar como Israel escapou dos egípcios e chegou ao monte Sinai (Êx 19.4; Dt 32.11,12). Um tempo provavelmente equivale a um ano; então, o período de proteção aqui é de três anos e meio, que corresponde ao período do testemunho das duas testemunhas em Ap 11.3. É equivalente também ao período da autoridade da besta — quarenta e dois meses (Ap 13.5) —, que inclui a sua habilidade para fazer guerra aos santos e vencê-los (Ap 13.7; Dn 7.25; 12.7).

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