quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Aula 17: Desvendando o Apocalipse – “As Duas Bestas”


“Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente. Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim e não falhará. Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará”.

(Hb 2:2-3 – NVI)



1 - Introdução



Apocalipse 13 descreve o conflito entre a besta que subiu do mar e da terra contra Deus e o seu povo no período a tribulação.

O que significam os dez chifres e os dez diademas (coroas) sobre seus chifres?

A besta que sobe do mar indica que será o último grande governo mundial da história, e que o anticristo terá sob seu controle dez reinos, e o seu poder será sobre muitas nações e Satanás concederá o seu poder para esse governo afim de, usar contra Deus e o seu povo.

O nome de blasfêmia escrito em suas cabeças mostra que o anticristo irá contra Deus, opondo-se a Ele e a tudo que lhe diz respeito de forma enfática, confundindo e enganando a muitos que lhe derem ouvido.



Ap 13:1-2 “Vi uma besta que saía do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças, com dez coroas uma sobre cada chifre, e em cada cabeça um nome de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade”.

As águas do mar simbolizam “povos e multidões” (Ap 17:15). A palavra besta, só existe no livro do Apocalipse e é símbolo de poder dominante, já que se traduz por fera - uma representação da tirania que será utilizada como forma de poder contra as demais nações.

A palavra chifre na bíblia fala de força, poder, autoridade. Já as cabeças, falam de liderança, reis. O que dá a entender que 10 nações ou reinos estarão unidos, mas apenas 7 reis ou líderes terão autoridade. É como se um novo império surgisse a partir de algumas nações onde o poder será dividido entre sete líderes que elegerá apenas um no final (lembrando que esses números podem ser simbólicos e não literais).

Como na profecia anterior relatada em Daniel, fala de quatro reinos. Três destes reinos são identificados por nome em Daniel:

Leão = Babilônia, Urso = Medo-Pérsia, Leopardo = Grécia. O quarto reino visto por Daniel retrata a imagem vista por João em Apocalipse – (Dn 72-8)

João faz referência à besta com as características citadas por Daniel. Isso mostra a união desses antigos impérios no futuro ou as características desses impérios antigos, unidos agora ao novo império que surgirá.



Ap 13:3-4 – “Uma das cabeças da besta parecia ter sofrido um ferimento mortal, mas o ferimento mortal foi curado. O mundo todo ficou maravilhado e seguiu a besta. Adoraram o dragão, que tinha dado autoridade à besta, e também adoraram a besta, dizendo: “Quem é como a besta? Quem pode guerrear contra ela?”

As cabeças são reis ou líderes. Um deles será golpeado de “morte” (Jr 14:17 usa o mesmo termo para o reino de Judá, mostrando sua derrota e enfraquecimento, e não morte física, extermínio), que atingirá a besta e seu poder de perseguir e destruir os santos. Isso mostrará um enfraquecimento desse império, no entanto, ele ressurgirá com mais poder, o que levará a humanidade a segui-lo cegamente.



Ap 13:5-8 – “À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu a boca para blasfemar contra Deus e amaldiçoar o seu nome e o seu tabernáculo, os que habitam nos céus. Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação. Todos os habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo.”

Diante do que estudamos numa aula passada sobre as duas testemunhas, entendemos que o ressurgimento desse império se dará com a “morte” das duas testemunhas, e que esse tempo de 42 meses fala do tempo em que elas permanecerão mortas (três dias e meio – dia igual a ano). Durante esse tempo, será o momento de maior perseguição contra Deus e aqueles que o servem, por isso a blasfêmia, que quer dizer amaldiçoar uma divindade. Mas a profecia nos garante que ainda haverá um povo que não adorará a besta – “os que têm seu nome no livro da vida”.



Ap 13:9-10 – “Aquele que tem ouvidos ouça: Se alguém há de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém há de ser. Aqui estão a perseverança e a fidelidade dos santos”.

Esta frase aparece oito vezes no livro – em cada uma das cartas às sete igrejas e aqui. Sempre tem o propósito de chamar atenção à mensagem do Senhor, e incentivar os ouvintes a tomarem a decisão certa em resposta à palavra. O versículo que segue contém uma mensagem que oferece consolo para os santos, conforme a conduta deles.



Ap 13:11-15 –Então vi outra besta que saía da terra, com dois chifres como cordeiro, mas que falava como dragão. Exercia toda a autoridade da primeira besta, em nome dela, e fazia a terra e seus habitantes adorarem a primeira besta, cujo ferimento mortal havia sido curado. E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens. Por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar em nome da primeira besta, ela enganou os habitantes da terra. Ordenou-lhes que fizessem uma imagem em honra à besta que fora ferida pela espada e contudo revivera. Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem a adorar a imagem”.

Essas ações da besta descritas nos vs 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Ap 16:13; 19:20; 20:10.

Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo de dupla autoridade (talvez seja política e religiosa). Esta segunda besta fala como o dragão, assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão, a segunda também o receberá (Ap 13:2).

Os sinais, como fazer descer fogo do céu e dar fôlego e fala à imagem da primeira besta, não quer dizer que eles farão milagres ou sinais sobrenaturais, mas que usarão de todas as formas para enganar toda a humanidade (2 Ts 2:8,9).



2 – A Marca da Besta



Ap 13:16-17 – “Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome”

Ao longo dos tempos surgiram várias interpretações diferentes sobre o que é a marca da Besta. Isto acontece porque existem diferentes linhas escatológicas. Já foi sugerido, por exemplo, que essa marca seria um tipo de tatuagem, o código de barras ou um microchip. Também há quem afirme que receber a marca da Besta é observar o domingo ao invés do sábado.

Basicamente as diferentes interpretações podem ser classificadas em dois grupos: aqueles que interpretam a marca da Besta no sentido literal e aqueles que interpretam a marca da Besta no sentido simbólico.

·         O primeiro grupo interpreta a marca da Besta como um sinal visível e literal que será implantado nas pessoas num determinado momento da história. Normalmente os defensores dessa linha de interpretação adotam um estilo de leitura futurista do Apocalipse e acreditam que a marca da Besta será implantada pelo governo do Anticristo durante o período da grande tribulação.

·         O segundo grupo interpreta a marca da Besta como um sinal simbólico. Esse sinal não está restrito apenas a uma determinada geração futura, mas está presente em cada etapa da História. Isto significa que os adoradores de Satanás sempre existiram, e eles carregam a sua marca. Essa é a interpretação mais tradicional dentro do Cristianismo histórico.



Para entender o que é a marca da besta, é preciso observar que o livro do Apocalipse foi escrito numa linguagem predominantemente simbólica, que é comum em textos proféticos. Por isto o Apocalipse possui tantas semelhanças com alguns livros do Antigo Testamento, como Daniel, Ezequiel, Malaquias e Zacarias.

Considerando o cap 13 onde a marca da Besta é mencionada, o uso da linguagem simbólica é evidente. Um exemplo disto é que o texto fala de monstros com chifres e várias cabeças numa descrição simbólica. Então por que o trecho que fala da marca da Besta seria literal?

·         O livro do Apocalipse não é o primeiro a falar de pessoas sendo marcadas. Deuteronômio falava de um povo que recebeu uma marca na fronte e na mão. No caso de Deuteronômio, a marca era a Palavra de Deus que deveria estar atada como sinal na mão e na fronte de seu povo (Dt 6:4-8).

·         O livro do profeta Ezequiel também fala sobre uma marca na testa (Ez 9:4). Nesse texto o Senhor ordenou que todos os homens que reprovavam as abominações que aconteciam em Jerusalém fossem marcados com um sinal na testa de forma simbólica.

·         Esse mesmo princípio continua no Novo Testamento, onde lemos que a Igreja do Senhor é marcada por Ele (Ef 4:30; Ap 7:4). O próprio apóstolo Paulo explica que Deus selou o seu povo (2 Co 1:22) e que os redimidos são selados com o Espírito Santo da promessa (Ef 1:13).



Só há dois grupos de pessoas: os que são selados por Deus, e os que são marcados pela Besta. Quem não possui o selo de Deus possui a marca da Besta. Isso significa que o ímpio que persiste em iniqüidades, e se satisfaz em sua vida de pecado, pertence à Besta e adora a Satanás.

O significado da marca da Besta é muito mais profundo do que um simples sinal externo. A marca da besta atravessa os séculos e pode ser vista nitidamente em qualquer lugar da História. Dia após dia a Besta recruta seus súditos a uma oposição a Deus e rejeição a Cristo. A mensagem do Apocalipse é tão atual para nós hoje como foi para os cristãos do primeiro século.

A marca da Besta é colocada na mão direita e na fronte. A mão direita é uma referência às obras e as ações de uma pessoa, em todos os âmbitos de sua vida. Já a fronte simboliza a mente, isto é, a vida em termos de pensamento e filosofia.

Portando, receber a marca da Besta na mão direita e na fronte significa agir e pensar contrário aos ensinamentos de Cristo, ser inimigo de Deus e perseguidor de seu povo.

Uma pessoa que possui a marca da Besta tem suas ações e pensamentos dedicados a Satanás. Tudo o que ela pensa, diz, escreve ou faz, reflete o espírito anticristão que a governa. De uma forma ou de outra, suas ações ou filosofias perseguem a Igreja de Cristo.

Um sinal externo como um carimbo, código ou chip, colocado na mão e na testa, é fácil de tirar. Mas arrancar a ideologia de Satanás dos pensamentos e das ações de alguém, homem nenhum é capaz de fazer.



Pergunta:

·         Seria justo alguém perder a salvação simplesmente porque implantaram nela um chip contra a sua vontade?



O livro do Apocalipse foi escrito numa época de turbulência, de muita perseguição e morte. Foi diante desse pano de fundo sombrio que Cristo confortou sua Igreja através da mensagem dada ao apóstolo João. A Igreja não estava desamparada, pois Cristo estava vendo suas lágrimas e o sangue derramado dos mártires. Nada daquilo estava fora de Seu controle, pois o livro da História está em Suas mãos (Ap 5:9,10).

Então, os verdadeiros cristãos foram convidados a perseverar. Eles foram exortados a não aceitar a marca da besta e não adorar a Satanás. Por conta disso, muitos morreram, mas ficaram firmes na certeza de que reinariam com Cristo eternamente (Ap 20:4).

O fato da marca da Besta definitivamente não ser um chip, um carimbo, um cartão ou qualquer outra coisa, não significa que o Anticristo não usará recursos tecnológicos como ferramentas para perseguir o povo fiel ao Senhor. Ele possivelmente utilizará tudo o que tiver ao seu alcance para fazer com que todos os homens da terra o adorem.

Portanto, utilizar a tecnologia será apenas uma de suas facetas. De qualquer forma, embora não saibamos os detalhes de tudo o que acontecerá, o importante é saber que o Anticristo se levantará para ser destruído (2 Ts 2:2-4, 8-12).

A mensagem sobre a marca da Besta deve servir de alerta para todo cristão verdadeiro. Satanás está marcando as pessoas, imprimindo nelas o pensamento e o padrão deste mundo. Suas práticas orgulhosamente afrontam os mandamentos de Deus.

O resultado disso é que os homens estão vivendo de forma tranquila e satisfeita (Mt 24:37-39). Eles estão maravilhados com tudo o que o presente século os oferece. Eles estão adorando a imagem da Besta e dedicando seus pensamentos e ações às causas dela.

Mas nós devemos viver em santidade, mesmo que isso custe a nossa própria vida. Nós temos o selo de Deus e não podemos nos conformar com o mundo. Nós não podemos ser confundidos com os adoradores da Besta, com aqueles que carregam sua marca (Rm 12:1,2).



Ap 13:18 –Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis”.

Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número da besta é seiscentos e sessenta e seis, descrito também como o número de homem. A besta é simplesmente um homem, não um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do número 7 (número da perfeição – representação de Deus), é intensificado na repetição do  6 — três na bíblia simboliza a totalidade, ou seja, 666 quer dizer que ele será totalmente imperfeito como homem.

O próprio texto bíblico informa que o número 666 é o número da Besta, um homem representará o poder maligno na terra.

O que o autor do Apocalipse fez neste texto foi usar uma técnica que gregos e judeus costumavam usar naquela época.

Nos tempos antigos, as letras do alfabeto também serviam como numerais, além de símbolos fonéticos. Devido a esse duplo uso das letras, era comum o emprego de números escondendo nomes em enigmas. Essa técnica era chamada pelos gregos de Isopsefia, e pelos judeus de Gematria. Em nossos dias ela é normalmente conhecida como Criptografia.

Essa expressão não se refere a um estudo matemático ou a uma pesquisa cientifica. João fala que aqueles que são iluminados pelo Espírito Santo são capazes de entender a mensagem principal por trás do número 666, mesmo que desconheça sua aplicação primária. Com base no contexto do livro, essa mensagem principal não pode ser outra, a não ser um tipo de contraste entre Satanás e Cristo, entre o vencido e o vencedor.

Ao longo dos anos, vários nomes foram sugeridos na tentativa de decifrar o significado de 666 no Apocalipse. A tarefa é bastante complexa, pois é necessário pegar um determinado nome em grego, transliterar para o hebraico, para só então aplicar o valor numérico das letras e chegar ao somatório 666.

Nero César e Tito Flávio Domiciano são exemplos de nomes transliterados que davam o úmero 666.

Olhando por este esse aspecto, pode significar a natureza do homem iníquo que surgirá no final da presente era. Nero e outros governantes ímpios apenas tipificaram o futuro anticristo, que será mais poderoso e perverso que todos eles juntos. Mas por mais que ele pareça ser poderoso e invencível, jamais passará de um simples homem. O homem mais temido que o mundo conheça, será um “6”, e nunca será um “7”, número de Deus.
3 - Conclusão

O livro do apocalipse tem dois propósitos:

O primeiro nós encontramos no capítulo 1 - “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.”

E o segundo está embutido em todo livro na convocação de seu povo a obediência, perseverança e fidelidade a Deus, apesar das provações (Ap 2:10, 25; 3:15; 21:8)

Aula 16: Desvendando o Apocalipse – “O Grande Conflito”


“Poupa Teu povo, Senhor! Não permitas que a nação que pertence a Ti se torne objeto de zombaria. Não deixes que seja motivo de piada para as nações que dizem: Onde está o seu Deus? Então vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o Senhor, seu Deus, e não há nenhum outro; nunca mais meu povo será envergonhado.” (Jl 2:17,27)

1 – Introdução


O capítulo 12 inicia uma nova parte do Apocalipse. Antes de começar esta lição, devemos relembrar, resumidamente, o que já passou.
· O capítulo é uma introdução ao livro, apresentando Jesus Cristo como a fonte desta revelação e como o Senhor eterno e poderoso.
· Os capítulos 2 e 3 contêm as cartas às sete igrejas da Ásia.
· Os capítulos 4 a 11 mostram a revelação, por etapas, do plano de Deus para com os povos. Os sete selos e as sete trombetas, culminando na vitória dos servos do Senhor liderada por Cristo.
O resto do livro é uma apresentação ampliada dos detalhes dessa vitória. Não apresenta uma nova sequência de acontecimentos, e sim uma vista mais próxima do que já fora revelado nos capítulos anteriores.

2 – Exegese do Capítulo 12

Ap 12:1 - “Apareceu no céu um sinal extraordinário: uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”.

Quem é esta mulher? Pelo fato que ela dará à luz o filho que se torna rei (12:5), ou seja, Jesus, alguns sugerem que esta figura representa a própria Maria, mãe de Jesus. Mas é uma visão celestial, e a figura aqui é maior do que Maria. Esta mulher representa o povo de Deus, como podemos perceber pela descrição dela.

Ela é vestida do sol e tem a lua debaixo dos pés. O sol e a lua são os dois luzeiros principais dados por Deus para iluminar a Terra. O povo de Deus serve como luz no mundo de trevas (Mt 5:14-16), revelando ao mundo a luz da revelação divina.

Vários outros fatos apóiam esse entendimento. A coroa de doze estrelas junto ao número doze, simbolizam a vitória do povo de Deus decretada desde Gn 3:15. É totalmente consistente com a linguagem de o Velho Testamento pensar no povo de Deus dando à luz, já que é uma promessa dada pelo próprio Deus a uma mulher que simboliza a humanidade – Eva.

Ap 12:2-5 – “Ela estava grávida e gritava de dor, pois estava para dar à luz. Então apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, tendo sobre as cabeças sete coroas. Sua cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão pôs-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse. Ela deu à luz um filho, um homem, que governará todas as nações com cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono”.

Toda vez que a bíblia fala sobre sofrimento, faz alusão a dores de parto Mq 4.9-10. O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo.

A referência à terça parte das estrelas do céu pode ligar esse acontecimento ao juízo das trombetas no qual a terça parte é a proporção característica de destruição (Ap 8.7), incluindo a terça parte das estrelas (v.12). No entanto, também é entendida como uma referência à rebelião da terça parte dos anjos que seguiram Satanás. A tentativa do dragão de tragar o Cristo recém nascido revela que a estratégia de Herodes para matar Jesus, quando este era um bebê (Mt 2.3-16) foi satanicamente inspirada.

O filho homem gerado pela mulher, é uma figura messiânica do Sl 2:7-9, falando sobre Cristo, a sua ascensão aos céus e seu retorno para governar a terra com autoridade.

Ap 12:6-11 – “A mulher fugiu para o deserto, para um lugar que lhe havia sido preparado por Deus, para que ali a sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias. Houve então uma guerra nos céus. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim perderam o seu lugar nos céus. O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra. Então ouvi uma forte voz dos céus, que dizia: “Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida”.

O deserto aqui é um lugar de proteção preparado por Deus (Os 2.14) para a mulher. A referência ao Senhor alimentando a mulher no deserto lembra a provisão milagrosa dele para Israel no deserto do Sinai (Êx 16). Mil duzentos e sessenta dias é o período de provisão e proteção para a mulher no deserto.

Miguel é um arcanjo (Jd 9). De acordo com Daniel 12.1, ele é um anjo guardião que protege o povo de Deus. Aparentemente, comanda um exército de anjos. Miguel e os exércitos celestiais são vitoriosos, deixando Satanás e seus demônios fora dos limites do céu.

A expulsão do diabo para a terra significa que esse mundo se tornou a sua base de operações e que a sua ira é descarregada em direção aos habitantes da terra (v. 12). Desse modo, é provável que o fim dos tempos seja o período de guerra espiritual mais acirrada da história (Ef 6.10-18).

A derrota final de Satanás é acompanhada da referência a outras derrocadas dele pela crucificação de Cristo, pela a palavra do seu testemunho e pelo testemunho fiel de pessoas que mesmo sendo martirizados não negaram a verdade.

Ap 12:12-17 – “Portanto, celebrem-no, ó céus, e os que neles habitam! Mas ai da terra e do mar, pois o Diabo desceu até vocês! “Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo”. Quando o dragão foi lançado à terra, começou a perseguir a mulher que dera à luz o menino. Foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que ela pudesse voar para o lugar que lhe havia sido preparado no deserto, onde seria sustentada durante um tempo, tempos e meio tempo, fora do alcance da serpente. Então a serpente fez jorrar da sua boca água como um rio, para alcançar a mulher e arrastá-la com a correnteza. A terra, porém, ajudou a mulher, abrindo a boca e engolindo o rio que o dragão fizera jorrar da sua boca. O dragão irou-se contra a mulher e saiu para guerrear contra o restante da sua descendência, os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus”.

Aqueles que estão nos céus têm um bom motivo para se alegrarem por causa da expulsão permanente do diabo. Por outro lado, a terra e o mar (criação natural), agora, têm um ai adicional (Ap 8.13; 9.12; 11.14) para enfrentar — a grande ira do diabo, que sabe que pouco templo lhe resta. Logo, Satanás será amarrado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3).

O derrotado dragão, precipitado na terra, persegue agora o povo que pertence ao Messias representado pela mulher que deu à luz o filho varão regente.

A mulher de alguma forma, levada para o seu lugar de proteção contra a serpente, o deserto, como se fosse carregada pelas asas de uma grande águia. Isso faz lembrar como Israel escapou dos egípcios e chegou ao monte Sinai (Êx 19.4; Dt 32.11,12). Um tempo provavelmente equivale a um ano; então, o período de proteção aqui é de três anos e meio, que corresponde ao período do testemunho das duas testemunhas em Ap 11.3. É equivalente também ao período da autoridade da besta — quarenta e dois meses (Ap 13.5) —, que inclui a sua habilidade para fazer guerra aos santos e vencê-los (Ap 13.7; Dn 7.25; 12.7).

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