“Toquem a trombeta em Sião! Que o grito de alerta seja ouvido no meu santo monte! Que todos tremam de medo porque o dia do julgamento do Senhor está chegando. Ele está próximo!” (Jl 2:1 – NBV-P)
1 - Introdução
A fim de criar um cenário próprio para o toque das trombetas, Deus primeiramente nos transporta para o santuário celestial.
O profeta viu no santuário, um altar de ouro e um Anjo com um incensário de ouro para oferecê-lo com as orações dos santos. Em seguida o Anjo encheu o incensário de fogo e atirou para a terra. (Ap. 8:3-5)
O anjo é Jesus Cristo e o incenso representa a sua obra de intercessão pelos pecadores arrependidos. Ele diante do Pai perdoa o arrependido e o reveste com sua justiça. (Rom. 8:34; ICo. 2:1)
Uma cena diferente acontece. O Anjo (Jesus) enche o incensário de fogo e não adiciona incenso. Atira o fogo para a terra. É o fim da intercessão de Cristo em favor da raça humana. O fim da graça. (Ap. 8:5)
Os trovões, vozes, relâmpagos e terremotos que ocorreram, descrevem os acontecimentos da sétima trombeta e da sétima praga. (Ap. 8:5; 16:17,18).
A trombeta era usada pelas nações antigas, especialmente pela nação de Israel para anunciar um grande acontecimento. Geralmente, comunicava guerra ou perigo (Jr. 4:19)
No Apocalipse as trombetas representam os juízos de Deus sobre o mundo rebelde. E Deus, muitas vezes, utiliza as guerras e as investidas políticas para o cumprimento do seu propósito.
Nos 7 selos, a Igreja de Deus está sendo perseguida pelo mundo e nas 7 trombetas, Deus revela o que vai acontecer com este mundo opressor. O juízo de Deus é derramado sobre aqueles que o rejeitam, com o objetivo de destruí-los.
Em todo o livro um paralelo comum pode ser percebido, João está sempre nos apresentando a diferença do tratamento de Deus com os santos e com os ímpios, e aqui depois de descrever a alegria dos adoradores no capítulo 7, ele descreve a desgraça que recai sobre os ímpios no julgamento de Deus.
2 - Esboço do Capítulo 8:
Ap 8.1 – “Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu por cerca de meia hora”.
Aqui o sétimo selo é aberto e antes que João veja quais os seus efeitos, há um silêncio no céu. João percebeu que ele teve a duração de meia-hora.
O sétimo selo no livro (Ap 5.1) é tirado, permitindo finalmente que o livro seja “aberto”. O silêncio no céu quase por meia hora marca um breve, mas significante intervalo, entre a abertura do livro (Ap 6.1-8.1) e o juízo das trombetas (Ap 8.6-11.19). Esse silêncio é quebrado apenas por uma oferta celestial - as orações de todos os santos (Ap 8.3,4), diferenciando do clamor de Ap 6:9, do grupo de mártires daquele tempo. Esse aspecto abrange a vida de oração da igreja atual.
Ap 8.2 - “Vi os sete anjos que estão em pé diante de Deus, e a eles foram dadas sete trombetas”.
O som de uma trombeta tinha mais de um significado no Antigo Testamento. Ela era usada para reunir o povo de Deus (Nm 10.7,8), para convocar o exército do Senhor (v.9), para anunciar um novo rei (1 Rs 1.34-39) e para proclamar o Ano do Jubileu (Lv 25.9). Nesse contexto, o som das trombetas indica uma declaração de guerra (Nm 10:9)
Ap 8.3-6 – “Aproximou-se um outro anjo e se colocou em pé junto ao altar, portando um incensário de ouro. A ele foi entregue grande quantidade de incenso para oferecer com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro diante do trono. E da mão do anjo elevou-se na presença de Deus a fumaça do incenso juntamente com as orações dos santos. Então, o anjo tomou o incensário, encheu-o com o fogo do altar e lançou-o sobre a terra; e aconteceram trovões, vozes, relâmpagos e um terremoto. A visão das sete trombetas E aconteceu que os sete anjos que estavam com as sete trombetas prepararam-se para tocá-las. A primeira trombeta”
Depois um dos anjos pega um incensário que está cheio com as orações do santos é colocada junto ao Altar de Deus, e essas orações parecem ter participação direta no juízo divino. O incensário era um utensílio usado para queimar incenso diante do Senhor, e é símbolo das orações dos santos na bíblia (Sl 141:2). Ao quebrar o silencio no céu (Ap 8.1), as orações são ouvidas e respondidas com vozes, trovões relâmpagos e terremotos.
3 - As Primeiras Quatro Trombetas:
Ap 8.7-12 – “O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e ocorreu grande precipitação de granizo e fogo misturado com sangue, os quais foram lançados sobre a terra. E, assim, um terço de toda a terra foi queimado, e também um terço das árvores e toda a relva verde existente. A segunda trombeta. O segundo anjo tocou a sua trombeta, e algo como uma enorme montanha ardendo em chamas foi arremessada sobre o mar. Por esse motivo, um terço do mar transformou-se em sangue, e morreu a terça parte das criaturas que vivem no mar, e um terço de todas as embarcações foram destruídas. A terceira trombeta. O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e precipitou do céu uma grande estrela, ardendo em chamas como tocha, sobre um terço dos rios e das fontes de águas da terra. E o nome dessa estrela é Absinto; portanto, um terço de toda a água potável da terra tornou-se amarga, e multidões morreram pela ação nefasta das águas que foram envenenadas. A quarta trombeta. O quarto anjo tocou a sua trombeta e um terço do sol foi ferido, bem como a terça parte da lua e das estrelas, de maneira que um terço deles se escureceu completamente. Assim, um terço do dia ficou sem luz e também um terço da noite”.
Enquanto isso, sete anjos começam a tocar trombetas, e à medida que cada um deles toca, uma calamidade afeta a Terra. As quatro primeiras trombetas afetam o mundo natural, isto é, a natureza e o meio-ambiente.
Os primeiros quatro juízos parecem ter sido determinados para reverter, em parte, a criação original de Deus. O Senhor, inicialmente, ataca o meio ambiente. O alimento é destruído; a distribuição de mercadorias é enfraquecida; o suprimento de água é severamente limitado, e a produção é cortada drasticamente.
Uma coisa que devemos observar é a frase “a terça parte” não significa um número literal, mas a especificação de que será uma minoria. Por exemplo: Ap 12:4 e Zc 13:8)
Quando o primeiro anjo soa a trombeta, saraiva e fogo misturado com sangue são lançados. Essa terrível mistura de destruição e horror soa como uma combinação das imagens da primeira (Ex 7.19,20) e da sétima (Ex 9.22-25) pragas de Deus sobre o Egito.
Um grande monte ardendo em fogo sugere uma ilha vulcânica massiva irrompendo explosivamente sobre uma vasta parte das águas do mar. A descrição dos efeitos sobre o mar, no entanto, indica que é muito mais do que poluição das cinzas vulcânicas levada pelo ar. O mar tornando-se sangue e as criaturas do mar morrendo são como uma extensão da primeira praga sobre os egípcios, a transformação das águas do rio Nilo em sangue (Ex 7.17-21).
Nesta passagem, a estrela parece ser um imenso asteróide que cai na terra, ardendo como uma tocha ao entrar na atmosfera, e caindo sobre uma parte dos rios e sobre as fontes das águas ao se desintegrar.
Absinto e uma planta encontrada no Oriente Médio, conhecida por seu gosto amargo. Aqui e em outras passagens (Lm 3.19), o termo e figurativo para amargura.
A referência ao escurecimento do sol, da lua e das estrelas e uma reminiscência da nona praga sobre o Egito (Ex 10.21,22) e da efervescência celestial relativa à descrição da segunda vinda de Cristo (Mt 24.29,30). E parecido também com o fenômeno do sexto selo (Ap 6.12). A terça parte do dia não brilhou pode significar que o sol, a lua e as estrelas não serão vistos por algum tempo do ciclo normal do dia e da noite. No entanto, o que provavelmente significa e que a intensidade de luz durante o dia e a noite será reduzida por causa das alterações atmosféricas e cósmicas.
É interessante também analisarmos a semelhança com o texto de (Ex 10:21-23), quando Deus enviou uma praga ao povo do Egito, que o cobriu por três dias enquanto todos os israelitas desfrutavam de luz.
Matéria do IGSP de 24/01/18:
De acordo com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), um grande asteroide está vindo em direção à Terra a uma velocidade de mais de 122 mil quilômetros por hora (km/h). O corpo rochoso do tamanho do arranha-céu mais alto do mundo, o Burj Khalifa, de 826 metros, é conhecido como 2002 AJ129 e representa uma ameaça significativa, já que é capaz de destruir uma cidade inteira caso venha a despencar no planeta.
Para Charles Bardeen, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, nos Estados Unidos, uma rocha espacial de tamanha extensão causaria estragos irreparáveis, embora não tenha força o suficiente para destruir a humanidade.
“O 2002 AJ129 jogaria quantidades grandiosas de poeira e cinzas no ar, além de gerar incêndios florestais intensos que, com certeza, jogariam mais fuligem e fumaça na atmosfera. No pior dos casos, os detritos podem perdurar por até 10 anos, bloqueando a luz solar. Creio que não seria um momento agradável”
Segundo o pesquisador, milhões de pessoas poderiam ser mortas por um tsunami ou pela cratera que se formaria caso ele aterrissasse perto de uma cidade. Entretanto, se pousasse em lugar remoto, os efeitos seriam mínimos e não durariam por muito tempo.
Ap 8.13 – “Enquanto eu admirava esses acontecimentos, ouvi uma águia que planava pelo meio do céu grasnindo em alta voz: “Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa dos toques das trombetas que estão prestes a ser entoados pelos três próximos anjos!”
Ai! Ai! Ai! Essa interjeição fala do impacto dos três juízos das trombetas restantes sobre os infiéis que habitam sobre a terra. O primeiro ai é a quinta trombeta (Ap 9.12); o segundo ai é a sexta trombeta (Ap 11.14). O terceiro ai é considerado a sétima trombeta (v.15-19) e a vitória de Cristo sendo anunciada.
Interessante que aqui aparece a águia como anunciando os ais finais. Esta águia que aparece aqui é um serafim que aparece também em Is 6:2,6; Os 8:1; Hc 1:8; Ap 4:7
Esses três ais, são especificados no Ap 9 ao 11, que estudaremos a partir da semana que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.