segunda-feira, 5 de julho de 2010

Experiência com Deus ( Ed René Kivitz )

Esta é uma das formas como nós podemos contar a história de toda humanidade, mas principalmente, a minha história, a sua história, a nossa história. A história de como nós saimos da escuridão, para o conhecimento de Deus e para uma vida digna, e uma vida que valha a pena.
No inicio da história de todos nós, eu acho pelo menos, que Deus é uma intuição, Deus é uma idéia, Deus é uma crença. Uma crença numa realidade distante, abstrata, impessoal... E nós usamos palavras como: verdade, luz, poder, força... Quando não usamos palavra como: tudo.
Deus é tudo. E quando Deus é tudo, Deus é nada. Só que essa crença num Deus distante e essa intuição, não nos é suficiente. Nós precisamos de mais, nós queremos mais, nós desejamos mais de Deus. Então nós começamos a buscar, nós começamos a tentar deduzir, tentar explicar, tentar definir, tentar entender Deus.
Começamos a elaborar de tal maneira que Deus fique de um tamanho suficiente pra caber na nossa cabeça. E não é possível, e eu não me admiro que haja tanta gente que não consiga acreditar em Deus, porque é difícil mesmo, compreender, reduzir Deus a uma definição e a uma explicação que seja crível.
Aí, fica mais árido ainda.
Aí a gente entra em outra fase.
A gente começa a ir num centro espírita.
A gente procura o evangelho de Kardec, a gente finalmente aceita aquele convite do colega de trabalho que é da igreja dos crentes.
A gente vai na assembléia de Deus, vai na igreja Batista, vai num musical, a gente começa a experimentar.
Tem gente que vai, recebe um passe num terreiro, tem outro que sobe uma escada de joelhos, outro que pendura uma coisa no pescoço, outro entra numa corrente numa igreja evangélica, passa debaixo da unção dos pastores... a gente vai tentando.
Lê Dalai Lama, lê o Paulo Coelho, faz pesquisa a respeito do budismo tibetano, faz caminhadas, peregrinações, visita a terra santa, vai pra San Thiago, vaio pra Fátima, tem gente que vai pra Disney, acha que vai achar Deus lá, talvez. Mas a gente vai tentando achar Deus. Mas tudo isso é inútil, tudo isso é vão, tudo isso é vazio.
E o desespero dentro da gente vai crescendo, vai aumentando.
A gente joga os cristais fora, joga os gnomos, esquece o curso de programação neurolinguística, Deixa os livros de auto ajuda na estante, a bíblia então que a gente não entende nada quando lê, fica fechada ou aberta num salmo que promete proteção; e a gente, supersticiosamente convive com essa realidade espiritual. Mas o desespero só faz aumentar.
Até que um dia a gente desiste. A gente cai no chão de joelhos e diz assim: Deus, se você existe mesmo, é agora a hora do senhor se revelar pra mim e se mostrar pra mim... E Deus fica parado esperando.
Eu acho que Ele fica parado esperando o nosso desespero aumentar, porque tem um profeta que diz assim, que nós vamos achar Deus, quando nós o buscarmos a Deus de todo o nosso coração. Então eu acho que Deus fica esperando esse todo coração buscar por Ele.
E aí, sem que a gente saiba como explicar direito como, nem quando, nem por que..., uma música, um texto simples que a gente lê, um versículo da bíblia,uma conversa com um amigo, alguém que ora por nós, uma lembrança, uma noite, a gente é invadido por uma presença. Parece que Deus finalmente resolveu se revelar pra nós e se mostrar pra nós.
E aí essa presença nos envolve e a gente não sabe explicar direito. O que a gente sabe, é que a gente nunca mais quer perder esta sensação. É uma sensação de perdão, é uma sensação de pureza, é uma sensação de certeza, é uma sensação em que o medo todo vai embora, é uma sensação de que há uma presença em minha volta que me ama. Eu não sei direito o nome, nem quem é, e alguém me diz que essa presença é Deus e que a melhor maneira de me dirigir a Ele é dizendo: Aba! Aba Pai. Meu pai celestial. E aí eu começo a invocar este Aba. Eu começo a ler a respeito Dele. Eu vou a bíblia. Estranhamente ela começa a fazer sentido pra mim. Eu leio sobre Jesus, e estranhamente Ele começa a fazer sentido pra mim. Mas do que fazer sentido pra mim, parece que ele mesmo parece estar presente comigo. Aí eu começo a andar com Ele, com o Pai Dele, e essa presença me envolve; aí eu aprendo que essa presença tem o nome de Espírito Santo, que vai me ensinando quem é o Pai, que vai me ajudando a conhecer o Filho; e eu vou crescendo, nos dias bons, nos dias ruins, nos dias maus, mas também nos dias de alegria e de celebração, eu vou crescendo...
Mas a vida insiste em tentar me convencer que esta presença é ilusória, de que esta presença é falsa, de que isso tudo é coisa da minha cabeça. Porque as circunstâncias a minha volta não mudam muito. Os meus dias não ficam muito diferente do que eram antes deu invocar esta presença.
Eu continuo lutando com o meu emprego, eu continuo passando por dificuldade financeira,eu continuo tendo dificuldade no meu casamento, continuo brigando com meu filho e a minha sogra continua almoçando na minha casa. Parece que as coisas não mudaram muito.
Mas aí, eu insisto em invocar a presença desse Aba, caio de joelhos e Ele me leva pra cruz de Jesus. Essa cruz maravilhosa que me silencia... porque antes eu estava em silêncio porque eu não conseguia definir, mas depois que eu o vejo, eu fico em silêncio porque eu não consigo descrever.
E ali, aos pés da cruz, parece que eu sou tão fraco, tão pequeno, tão nada...
Mas o Aba, estende a mão e diz: Levanta meu filho. Levanta minha filha.
E quando esse Pai celestial pega na minha mão e me levanta, eu me sinto tão forte, eu me sinto tão poderoso, tão inabalável, que eu digo: Tudo posso Naquele que me fortalece.
Não eu, não a minha força, não o meu poder, não a minha sabedoria, não a minha inteligência, mas o poder do Pai celestial que atua em mim, que fala comigo, que me ama. O Deus que se mostra Jeová Shamah, sempre perto, Deus presente; Jeová Rafá, que me cura; Jeová Shalon, que é a nossa paz; Jeová Nissi, que é a nossa bandeira. Que vai adiante de nós, fazendo com que o nome dele a nossa frente nos conquiste vitórias que nós nunca imaginamos.
E aí então, Deus faz um outro convite pra nós:
Agora que você me conhece, agora que você está crescendo e cresceu, Eu quero mais de você e quero mais pra você.
Eu quero usar a sua vida, eu quero abençoar pessoas que estão ao seu redor do mesmo jeito que eu abençoei e abençoo você.
Eu quero você como meu filho, mas quero você como expressão de mim mesmo, por onde você andar.
Aí a gente vai assumindo um compromisso sério, de todo dia se ajoelhar aos pés da cruz e dizer ao nosso pai celestial: Faz de mim um homem grande, faz de mim uma mulher digna, grande e forte, e usa a minha vida, transborda o teu poder de mim, pra abençoar tanta gente a minha volta.
Isso conta, eu acho, a história de tanta gente.
Posso dizer por mim, conta a minha história. Conta a minha história e a história dessa comunidade que nós, carinhosamente chamamos de igreja.

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